Mapa TI Kayabi

Empresários e estrangeiros - principalmente americanos- estão entre os clientes da Pousada Rio Cururu, localizada dentro da Terra Indígena Kayabi. O empreendimento, que funcionava de forma irregular, foi fechando pelo Ibama, na quinta-feira (20) passada. Leia mais AQUI.
Grupos seletos, de até oito pessoas, pagam a quantia de R$ 58 mil, para desfrutarem de cinco dias de pesca esportiva, nas águas cristalinas no Rio Cururu.
A pousada está localizada entre os municípios de Paranaíta e Apiacás, no Extremo Norte de Mato Grosso, e Jacareacanga (PA), dentro da Terra Indígena Kayabi.
Documentos encontrados na pousada, por agentes do Ibama, revelam que o local estava com as reservas esgotadas até janeiro de 2013.
No site da pousada (www.pousadariocururu.com.br), que foi retirado do ar, estavam postadas centenas de fotos, mostrando grupos formados por empresários conhecidos no cenário nacional.
Também havia fotos de turistas americanos, que se mostravam surpresos com a beleza dos peixes exóticos, e também com a quantidade de exemplares.
Para facilitar o acesso dos turistas estrangeiros, o site era desenvolvido em inglês e português.
"Na galeria de fotos da pousada, também era possível ver imagens de turistas pescando em plena piracema"
Por meio de assessoria, o Ibama informou que a interdição da Pousada Cururu serve de exemplo para os demais empreendimentos que estão funcionando de forma irregular, em Mato Grosso.
Os amantes da pesca esportiva também devem ficar atentos aos locais que escolhem para a prática. Durante a operação do Ibama, um grupo de oito turistas de Minas Gerais foi multado em R$ 5 mil, cada um.
Na galeria de fotos da pousada, também era possível ver imagens de turistas pescando em plena piracema.
Segundo a Sema (Secretaria Estadual de Meio Ambiente), o período de defeso da piracema começou no dia 1º de novembro, nos rios da Bacia Hidrográfica do Araguaia, e 5 de novembro de 2011, nos rios das Bacias Hidrográficas do Amazonas e do Paraguai e terminou no dia 28 de fevereiro de 2012.
Nesse período, a pesca foi proibida em todos os rios de Mato Grosso, inclusive, na modalidade "pesque e solte".
A ação do Ibama faz parte da Operação Soberania Nacional, que visa ao combate do desmatamento ilegal nos estados do Pará e Mato Grosso.
Documentação duvidosa
Durante a operação do Ibama, o gerente da pousada, Alex Porto, apresentou um alvará de funcionamento, expedido na cidade de Jacareacanga (PA). E também dizia ter um documento da Funai, que autorizaria o empreendimento.
O coordenador da Funai em exercício, Henrique Camargo, em entrevista ao MidiaNews, ressaltou que o turismo em terras indígenas é ilegal, e que não existe nenhum alvará que permite esse tipo de atividade.
“O turismo em terras indígenas não está regulamentado. Não existe esta possibilidade. A Funai não expede 'autorizações' dessa natureza. E, se os tais empreendedores a possuem, trata-se de embuste”, disse o coordenador.
Território disputado
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Site mostrava fotos de turistas pescando na Piracema |
Nicélio Silva - Ascom/Ibama |
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Fotos do Ibama mostram desmate na Terra Kayabi |
2 Comentário(s).
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osmar da silva 14.01.13 15h49 | ||||
Quem tem a obrigaçao de verificar se as pousadas de pesca sao devidamente legalizadas, sao as autoridades competentes. Os pescadores nao tem como verificar isto, sao pescadores e não fiscais; por isso mesmo, multar e apreender equipamentos dos pescadores é no minimo injusto. Uma pousada que tem propaganda em sites, na televisão e em outras midias e é tida como ilegal, demonstra lerdeza da fiscalizaçao. Depois o pescador que nao tem como ter essa informaçao é quem paga o pato. Isso é profundamente lamentavel. | ||||
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Fortunato Dias 27.09.12 18h17 | ||||
Parabéns ao IBAMA embora tardia! Desde quando índios podem firmar acordos se são tulelados pela FUNAI? Somente agora veio à tona, coisa esquisita hein? | ||||
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