Cuiabá, Quinta-Feira, 11 de Dezembro de 2025
GABRIEL NOVIS NEVES
26.09.2022 | 05h30 Tamanho do texto A- A+

A crônica 2.800

Tudo começou em 2009; com minha viuvez encontrei uma maneira prazerosa de viver

Publiquei esta semana a minha crônica número 2.800, todas só no Bar do Bugre.

 

Tudo começou com a “Barata Voadora” e o blog que ganhei no “Dia das Crianças” em 2009 do meu amigo e editor João Nunes da Cunha Neto, advogado brilhante, filho do meu colega médico, Dr. Artaxerxes Nunes da Cunha.

 

Eu mesmo duvidei da longevidade dessa “novidade” de escrever com disciplina mas, com a minha viuvez, encontrei uma maneira prazerosa de viver.

 

Minha mulher nunca chegou a ler nada que escrevi, pois tudo aconteceu após a sua morte.

 

Se pudesse gostaria de ouvir sua opinião, ela que foi uma devoradora de livros e filmes.

 

Escrevia muito bem e até seus bilhetes eram impecáveis.

 

Ela foi da geração do telefone e internet, não precisando escrever cartas aos seus parentes e amigos, pois os encontravam com facilidade pelo telefone fixo, e logo pelo celular.

 

Foi uma crítica construtiva de tudo que eu fazia e, quando avançava um pouquinho, contando daquilo que para mim era uma conquista, sentada na cadeira de balanço da casa da rua Major Gama, no Porto, me interrompia com o seu clássico: “menos, menos, menos”.

 

“A barata voadora” foi uma crônica que escrevi 45 anos depois da minha noite de chegada à Cuiabá, já viúvo e tinha o Bar do Bugre para publicar.

 

Graças a essa misteriosa barata voadora, permaneci em Cuiabá, e a Regina até morrer, estando sepultada no nosso Cemitério da Piedade.

 

Depois da primeira crônica publicada desencadeei a escrever sobre tudo, pois inspiração é o que não falta quando se caminha pelas nossas ruas e avenidas.

 

Deixei de escrever sobre política para não perder amizades e muito pouco por uma das minhas paixões, que é o futebol, pois, a maioria dos meus leitores não admira esse assunto.

 

Segundo uma colega da universidade, escrevendo crônicas, descobri um jeito de envelhecer com dignidade aos 87 anos completos, rumo aos 88.

 

Não percebo o dia passar sempre escrevendo sem parar, e só tive um pequeno período de abstinência “literária”, no ano que em São Paulo, implantei uma prótese aórtica no meu coração.

 

Fiquei muito inseguro pelas possíveis complicações, embora o ato cirúrgico realizado por um cardiologista intervencionista, via transcutânea, fosse um sucesso.

 

Com esta crônica de comemorações de nº 2800, dá para imprimir 35 livros de 80 crônicas, número ideal recomendado por Mário Prata para um livro ser lido.

 

Tudo que publiquei no Bar do Bugre está à disposição dos leitores no www.bar-do-bugre.blogspot.com e com o auxílio da ferramenta PESQUISAR NESTE BLOG, que só aparece no navegador da Internet para computadores, faz pesquisa interna e localiza, por palavras, qualquer uma já publicada e guardada nas nuvens, inclusive várias que escrevi nestes 13 anos, sobre “a barata voadora”.

 

Não irei imprimir essas crônicas em livros por ser desnecessário e deixarei essa incumbência, talvez para os meus bisnetos, pois não tenho filhos e netos, com perfis de gostarem de literatura simples e leve.

 

Gabriel Novis Neves é médico em Cuiabá e ex-reitor da UFMT

*Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do MidiaNews. 

 

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COMENTÁRIOS
2 Comentário(s).

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Graci O Miranda  27.09.22 00h07
DR. GABRIEL, QUE MARAVILHA LER SEUS ARTIGOS, SEMPRE ATUANTE .PARABÉNS!
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Telma Cenira Couto da Silva  26.09.22 08h49
Li há muito tempo a "Barata voadora" e fiquei encantada com o texto. Faltam textos leves da cuiabania para narrar o nosso "antigo" modo de ser. Sinto falta dos textos do Paulo Zaviaski e, gosto dos textos do Fuá que tratam dos nossos costumes. Guardo a lembrança da d. Regina com muito carinho e gostaria que o Sr. soubesse disso. Aposentada, e também na fase de me apegar às recordações, eu me lembro que a d. Regina estava presente no quarto do Hospital Santa Casa quando tia May (Ana Maria do Couto) morreu, em 1971. Foi a primeira a perceber que tia May acabara de partir e explodiu em lágrimas. Nunca me esqueci disso. Tomo a liberdade de citar esse fato agora. Mais uma vez, sinto falta de textos mais amenos sobre o nosso antigo cotidiano. Sinto falta da nossa história ser contada como estória.
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