Cuiabá, Quarta-Feira, 16 de Julho de 2025
UBIRATAN BRAGA
24.03.2017 | 08h28 Tamanho do texto A- A+

Bola murcha

Deixar de transmitir um clássico nacional para ver nada e ouvir asneira deve ser coisa para doido varrido

Sabe quando giramos os canais de esporte numa quarta-feira de noite daquelas que a sala se torna o estádio por fugirmos dos ataques de baderneiros e percebemos que a baderna está mais que formada? Que decepção. Ocorreu comigo mais uma vez, o que fez suscitar esta opinião.

 

Na próxima, confesso, recorrei a um buteco com mpb da melhor qualidade, assim como mudei de canal mais que de repente...

 

Vamos aos números: 10 equipes disputando o estadual mato-grossense, logo 10 musas mostrando suas belezas. Se eu ví 10 pagantes na arquibancada, zaroei. Não soma 10 gols entre Operário x Luverdense numa temporada. Mais de 10 jogos pelos campeonatos paulista, carioca, gaúcho, além mais de 10 canais abertos e fechados com dezenas de partidas das mais diferentes opções e, especificamente, no plim plim vejo as mais decepcionantes cenas de desolação: arquibancadas descobertas e cobertas com centenas de cadeiras e espaços vazios.

 

Quase ninguém para contar a história desta partida no imponente templo do futebol, a Arena Pantanal.  Mas deu Luverdende  3  x 0 Operário VG. 10 para o visitante e 0 para a atração.

 

Cadê a torcida? Cadê a emoção, o futebol? Cadê os pipoqueiros, as bandeiras? Cadê a renda? A renda, a renda, a renda? Que renda que nada. Não tem nada, aliás, nada versus nada. E quem está lucrando com nada disso? O que faz uma emissora transmitir imagens e sons sem nenhum ao vivo sem nenhum atrativo no estádio que gere bilheteria? Se acham que os torcedores estão ligados em casa estão é mentindo para os patrocinadores com métricas falsas.

 

E assim sendo pouco importam se não haverá divisão de renda entre vencedor (60%) e perdedor (40%), já que qualquer renda não paga nem a água que bebem. Entretanto, as cotas de transmissão dão renda, senão transmissão ao vivo... ‘Nem a pau Juvenal’. Queria dar um 10 para o nosso futebol, mas..

 

Repito: ‘o futebol não precisa daqueles que precisam do futebol’. Nunca, mais nunca mesmo testemunharemos a retomada de estádio cheio se não congregarem a liberdade de torcedor a vibrar e se emocionar enfrentando ônibus, horários impróprios, preços desequilibrados, chuvas, loira gelada durante, estacionamento com preço de cabaré, algodão doce, amendoim torrado, e no intervalo virando o próprio técnico da equipe, mesmo que sacolas com liquido amarelo caiam sobre si.

 

Senhores dirigentes, o torcedor que vai a Arena Pantanal ver um Flamengo X Corinthians a preços exorbitantes é o mesmo que gostaria de estar vendo Palmeiras x Grêmio; Cruzeiro x Santos, Dom Bosco x União, Cuiabá x Cáceres, Mixto x Sinop, mas com as mesmas peculiaridades no quesito espetáculo.

 

Agora se aumentar uma ‘nika’ nem pensem; deixar de transmitir um clássico nacional para ver nada e ouvir asneira como ontem deve ser coisa para doido varrido, pinel da cachola ou bobó de marré deci.  O povo quer é festa meu povo. E que se dane o mundo, e que se dane tudo.

 

Ubiratan Braga é jornalista, radialista e publicitário

*Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do MidiaNews. 

 

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