Em época de eleições, não há como fugir: os cabos eleitorais/puxa-sacos de políticos estão por toda parte. A concentração maior é nas redes sociais.
Você posta a foto de um pão e logo aparece alguém dizendo que a empresa que fabricou o pão doou R$ 20 mil para tal candidato, e o candidato empregou a tia da vizinha da madrinha do cachorro da filha do doador em cargo na administração pública.
Após o comentário, um alarme é acionado no puxa-saco do adversário, que corre para rebater a afirmação e transformar seu delicioso e fresquinho pão no pão que o diabo amassou.
Não há como discutir com eles. Cegos pelo partido/coligação/candidato, os cérebros destas pessoas já não conseguem mais processar nenhuma informação que contrarie as ideias preconcebidas que eles têm sobre o cenário político.

"Se não há como discutir, fugir muito menos. São como baratas: resistentes e se mutam a qualquer ambiente. Quando você pensa que afugentou todas, surge uma no sapato tentando subir pela sua perna"
Se não há como discutir, fugir muito menos. São como baratas: resistentes e se mutam a qualquer ambiente. Quando você pensa que afugentou todas, surge uma no sapato tentando subir pela sua perna.
Como já alertou Sun Tzu, em “A Arte da Guerra”, “se você se conhece, mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota”.
Ou seja, a única alternativa restante para enfrentar estes seres semiacéfalos é conhecendo-os e tentando imaginar o que se passa na cabeça deles.
O autor deste artigo, após uma extensa análise de campo, realizou este exercício mental e listou as 10 convicções mais comuns entre os cabos eleitorais/puxa-sacos de políticos.
Confira:
1 - Se o seu candidato fizer baixaria, diga que é para mostrar o que está errado. Quando o oponente fizer o mesmo, é porque não tem escrúpulos.
2- Se o seu candidato abrir o sigilo, é transparente. Quando o oponente fizer o mesmo, quer chamar a atenção.
3 - Se o seu candidato se aliar a figurões, finja que não viu e defenda a força política dos mesmos. Se o oponente também o fizer, liste todas as falcatruas que os apoiadores já cometeram em suas respectivas vidas.
4 - Se o seu candidato esconde apoios, diga que os apoios são públicos e não há como esconder. Se o adversário também o fizer, chame-o de covarde.
5 - Se o seu candidato não vai ao debate, diga que é melhor apresentar propostas do que ter que lidar com discussão de baixo nível. Se for o adversário, classifique-o como "fujão".
6 - Se o seu candidato atacar demais, diga que é necessário mostrar as contradições dos candidatos, para evitar que a sociedade seja enganada. Se os ataques sucessivos partirem do oponente, tache-o de “candidato sem proposta”.
7 - Se o seu candidato não atacar e recrutar outros para fazer isso, negue o fato e diga que cada um responde por seus atos. No caso de o adversário usar este método, diga que ele não tem coragem de mostrar o quão baixo é e prefere passar a tarefa a terceiros.
8 - Se o seu candidato responde a processos, ressalte que qualquer um está sujeito a ser processado e que, enquanto não há condenação, ninguém pode ser considerado culpado. Se for o adversário, liste qualquer inquérito que ele responda como o ápice da corrupção e da falta de vergonha na cara.
9 – Se o seu candidato sofrer acusações em razão de um gestor ter praticado crime, diga que, assim que identificada a irregularidade, o gestor foi demitido, pois o candidato não admite corrupção. Se acontecer o mesmo com o adversário, afirme que ele não tem capacidade de agregar pessoas de bem para administrar.
10 – Se o seu candidato for acusado de não cumprir promessas, diga que é culpa da oposição que fez de tudo para barrar as melhorias por interesses políticos. Se o candidato adversário prometeu e não cumpriu, acuse-o de não ter competência para promover mudanças e que o mesmo desrespeita o povo sofrido pagador de impostos.
(Deixo claro que sou totalmente a favor de discussões políticas, desde que com o mínimo de senso crítico de ambas as partes)
LUCAS RODRIGUES é estudante de Jornalismo da UFMT.