O Brasil vive uma crise moral e institucional, disso sabemos. E não é de hoje. Dos três poderes da República, de modo geral, não restou nenhum incólume aos desvios de conduta, de finalidade ou até de função. Denúncias pipocam, diariamente, sobre corrupção, no Executivo, no Legislativo e no Judiciário.
E, num horizonte próximo, não há nenhuma possibilidade de reverter esse quadro, em curto prazo. Mudar o presidente da República, os governadores, isso ajudaria, sem dúvida.
Mas surgem, de imediato, dois problemas: quem eleger é o primeiro deles, num cenário de pouca renovação (verdadeira) de lideranças políticas. O segundo é a dependência do Executivo.
Num modelo presidencialista que é, na prática, um parlamentarismo disfarçado, ninguém governa sem a anuência do Legislativo. E aí teríamos que trocar o Congresso, as assembleias legislativas... É possível, mas dá trabalho. E demora.
Justamente porque, também aí, no Legislativo, faltam nomes (limpos e disponíveis) para eleger. Sobra, para nós, brasileiros que ainda não desistimos de lutar por um País melhor, o Judiciário. Mas lá também existe corrupção, diriam. Sim.
Mas, assim como nos outros poderes, restam alguns personagens não contaminados, poderíamos dizer. Ou, no mínimo, sensíveis ao clamor da sociedade em promover alguma mudança significativa.
Enjaular uma leva desses corruptos que aí estão já seria bom, para começar. E, nesse caso, o Judiciário não precisa de autorização de mais ninguém para agir, apenas da própria consciência.
Talvez seja, portanto, o único dos três poderes que ainda pode fazer uma opção por ficar do lado do povo brasileiro, ao contrário dos outros dois, que já demonstraram, por todas as suas ações, que só nos querem para elegê-los e, depois, pagar suas contas. Inclusive a da corrupção, que insistem em perpetuar.
ROGÉRIO ANDREATTA é jornalista em Cuiabá
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