Uma placa em frente a uma escola estadual de Várzea Grande é de espantar. Para reformar a cozinha, sistema hidráulico e elétrico, serão necessários 240 dias, ou oito meses. Isso ilustra como a educação é prioridade no Brasil. É praticamente um ano letivo no qual os alunos ficam sem usar banheiro, sem energia elétrica e sem merenda. Desse jeito, os estudantes da ‘premiada' escola terminarão o ano pior do que entraram.
A escola citada não é a única no Brasil que sofre com essa falta de prioridade. Se a revitalização do espaço físico é feito a passos de tartaruga, imagina-se então, a situação pedagógica e outros detalhes que contribuem para uma educação de qualidade. Só vai ficar no papel mesmo. E num momento em que o país vive sua melhor fase. Nunca o Brasil viveu um período tão positivo, em todos os aspectos. Para que não haja uma reversão, é preciso investir com urgência - e pesado - em educação.
Para desfrutarmos de uma estabilidade financeira, foram necessários vários planos econômicos, congelamentos até que surgisse o Plano Real que só veio se consolidar nos últimos três anos. Na educação, infelizmente, também é assim. Não existem fórmulas mágicas, práticas. É preciso fazer um trabalho sério, de baixo para cima. A realidade, no entanto é outra.
O atual governo criou mais de 10 universidades federais - onde quem estuda são pessoas maiores de 16 anos e já tiraram o título eleitoral - todas sem o mínimo de condições para estampar a placa de Universidade Federal. Como não poderia deixar de ser, estão instaladas em locais de voto de alguns deputados e não onde deveria existir ensino superior gratuito.
Por essas e por outras, é que o atual governo, num futuro próximo sentirá o sabor amargo de não ter investido em educação e não ter conseguido dar um ritmo coerente de desenvolvimento econômico. Teremos uma parte da população escolarizada e com bons ganhos e outra parcela, com ganho infinitamente inferior porque não teve uma escola de qualidade.
É como aquela pessoa que faz sexo sem camisinha. Sabe que em breve, poderá ter uma doença venérea. Nos dois casos, infelizmente, não é por falta de aviso. Só que em relação a educação, a culpa é dos governantes que pensam prioritariamente, no voto.
ADILSON ROSA é repórter do jornal Diário de Cuiabá.
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