Cuiabá, Sexta-Feira, 26 de Setembro de 2025
ESCRAVIDÃO EM FAZENDA
26.09.2025 | 14h20 Tamanho do texto A- A+

Ex-Miss MT nega contratação direta de trabalhadores resgatados

Empresa de Taiany Zimpel afirmou que atuou como intermediadora entre os trabalhadores e a fazenda

Reprodução

A ex-Miss Taiany França Zimpel, proprietária da empresa T.F. Zimpel

A ex-Miss Taiany França Zimpel, proprietária da empresa T.F. Zimpel

ANDRELINA BRAZ
DA REDAÇÃO

A empresa T.F. Zimpel, de propriedade da ex-Miss Mato Grosso Taiany França Zimpel, negou ter contratado diretamente os 20 trabalhadores resgatados em situação análoga à escravidão em uma propriedade rural de Nova Maringá (a 379  km de Cuiabá).

 

A empresa esclarece que firmou contrato de prestação de serviços com uma propriedade rural e terceirizou a mão de obra para execução dos trabalhos

Em nota enviada ao MidiaNews, a empresa afirmou que atuou apenas como intermediadora entre os trabalhadores e a Fazenda Eliane Raquel e Quinhão, onde ocorreu o resgate no dia 15 de setembro.

 

“A empresa esclarece que firmou contrato de prestação de serviços com uma propriedade rural e terceirizou a mão de obra para execução dos trabalhos. Portanto, a T.F. Zimpel não representa a fazenda e também não realizou a contratação direta da mão de obra”, declarou.

 

Apesar da versão da empresa, a investigação do Ministério Público do Trabalho (MPT) aponta que os trabalhadores foram, de fato, contratados pela T.F. Zimpel Ltda. para atividades de corte e empilhamento de madeira na fazenda.

 

“Com base nas provas colhidas, ficou comprovada a responsabilidade solidária entre a Zimpel, que recrutou e manteve os trabalhadores em condições degradantes, e os proprietários da área rural, que comercializam a madeira e se beneficiaram diretamente da exploração irregular”, diz trecho da nota do MPT.

 

A operação que resultou no resgate foi realizada por uma força-tarefa envolvendo o MPT-MT, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a Defensoria Pública da União (DPU) e a Polícia Federal (PF).

 

Foram resgatados 20 trabalhadores, entre eles um adolescente de 17 anos, todos em condições precárias. Fotografias divulgadas pelo MPT mostram alojamentos improvisados, ausência de água potável, falta de registro em carteira e atraso no pagamento de salários.

 

Após a ação, a T.F. Zimpel afirmou colaborar com as investigações e informou ter firmado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com caráter emergencial e reparatório. Tanto a empresa quanto os proprietários da fazenda se comprometeram a cumprir uma série de obrigações sob pena de multa em caso de reincidência.

 

Entre as medidas definidas, foram pagos R$ 418 mil em verbas salariais e rescisórias, além de uma indenização por dano moral coletivo de R$ 1 milhão, destinada ao Projeto Ação Integrada – Mato Grosso (PAI/MT). Também foi estipulado o pagamento de R$ 200 mil por dano moral individual, equivalente a R$ 10 mil para cada trabalhador resgatado.

 

Em nota, a T.F. Zimpel reforçou posição contrária à exploração de trabalhadores. 

 

“A empresa T.F. Zimpel repudia veementemente qualquer prática análoga à escravidão ou tráfico de pessoas e seguirá colaborando com as investigações, confiando que a verdade será esclarecida com responsabilidade e respeito ao devido processo legal.”

 

Leia a nota na íntegra: 

 

T. F. ZIMPEL LTDA esclarece fatos sobre a operação em fazenda do Mato Grosso.

 

A empresa T. F. ZIMPEL, trata-se de empresa prestadora de serviços em atividades de apoio à pecuária e à agricultura, atuando como intermediadora.

 

A empresa T. F. ZIMPEL, assim como a Família Zimpel, não possuem propriedade rural.

 

Assim, a empresa T. F. ZIMPEL esclarece que firmou contrato de prestação de serviços com uma propriedade rural e terceirizou a mão de obra para execução dos trabalhos, portanto, a empresa T. F. ZIMPEL não representa a fazenda e também não realizou a contratação da mão de obra direta.

 

A empresa T. F. ZIMPEL, mesmo não sendo a contratante dos trabalhadores, vem colaborando integralmente com as autoridades nas apurações relacionadas ao caso dos 20 funcionários resgatados.

 

Desde o início da fiscalização, quando tomou conhecimento sobre os fatos, a empresa garantiu o acesso irrestrito às instalações da operação e documentos, além de atuar no acolhimento e realocação dos colaboradores afetados.

 

A empresa T. F. ZIMPEL reforça seu comprometimento com práticas trabalhistas éticas, respeito à legislação e aos direitos dos trabalhadores.

 

A empresa firmou, com o Ministério Público do Trabalho, um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com caráter emergencial e reparatório, sem confissão de culpa, pois mesmo sem ser responsável direta pelos funcionários, preferiu garantir o suporte imediato dos colaboradores, resguardando-se no direito de regresso ao contratante.

 

A empresa T. F. ZIMPEL repudia veementemente qualquer prática análoga à escravidão ou tráfico de pessoas e seguirá colaborando com as investigações, confiando que a verdade será esclarecida com responsabilidade e respeito ao devido processo legal.

 

A empresa T. F. ZIMPEL informa que serão tomadas todas as medidas legais cabíveis, tanto cíveis quanto criminais, quanto à publicidade que expõe os fatos de forma distorcida à realidade, em especial àqueles que liguem os fatos à pessoa da Miss Mato Grosso.

 

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