Cuiabá, Terça-Feira, 5 de Agosto de 2025
TÂNIA REGINA DE MATOS
09.08.2011 | 06h59 Tamanho do texto A- A+

Lei Maria da Penha, 5 anos depois

Nesse período, houve avanços em favor das mulheres, mas ainda há muito para se fazer

No dia 07, fez cinco anos que a lei Maria da Penha foi editada. As mulheres tem algo a comemorar sim. Nesse período, houve avanços, mas há muito para se fazer. 

Aqui no Mato Grosso, onde segundo a própria Maria da Penha, é o Estado onde mais se aplica a lei, ainda faltam um Centro de Referência de Atendimento a Mulher na capital, mais Casas de Amparo para abrigar mulheres vítimas de violência e seus filhos, mais Delegacias e melhorar as que já existem, mais Defensorias Públicas no interior, aparelhar e aumentar os equipamentos socais como os CRAS e CREAS, implementar os Juizados de Combate à Violência doméstica, instalar um Centro de Reabilitação para os agressores, ampliar o diálogo entre o Governo do Estado com os movimentos sociais que defendem os direitos da mulher e assim por diante.
 
O Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (CEDM-MT), um desses movimentos, solicitou recentemente ao Governo do Estado, através de ofício, a convocação da III Conferência Estadual de Políticas para Mulheres que deve ser realizada no mês de Setembro.
 
Tal colegiado tem por finalidade promover em âmbito estadual políticas que visem eliminar a discriminação da mulher, assegurando-lhe condições de liberdade e igualdade de direitos, bem como sua plena participação nas atividades políticas, econômicas e culturais do Estado.
 
O CEDM-MT já realizou duas Conferências Estaduais de Políticas para Mulheres e também participou através de suas delegadas das duas Conferências Nacionais de Políticas para Mulheres, sendo a primeira em 2004 e a segunda em 2007. O resultado dessas duas conferências nacionais se transformou num Plano Nacional de Políticas para Mulheres, que hoje é o Pacto Nacional de Enfrentamento à Violência contra a Mulher.
 
A atuação do CEDM-MT e de outras entidades como a Sala da Mulher fez com que o Estado de Mato Grosso aderisse a este Pacto. Portanto, o Governo do Estado assumiu um compromisso para com todas as mulheres e homens que aqui vivem.
 
O processo de mobilização para realizar as conferências municipais já está deflagrado. O prazo para esta etapa vai até o dia 31/08/11. As organizações que militam na defesa dos direitos da mulher estão aguardando ansiosamente manifestação do Poder Executivo Estadual a este respeito. Políticas para mulheres é assunto que deve ser discutido e executado durante os quatro de governo e não apenas em véspera de eleição ou em datas pontuais.
 
A aplicação e efetividade da lei 11.340 não depende apenas do Poder Judiciário, Ministério Público e Defensoria Pública, como prevê o artigo 8.o, I da legislação em pauta, mas da integração operacional de todas essas instituições com as áreas de segurança pública, assistência social, saúde, educação, trabalho e habitação, e sobretudo do compromisso do Governo para com as mulheres e homens desse Estado.

TÂNIA REGINA DE MATOS é defensora pública e integrante do CEDM-MT. 

*Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do MidiaNews. 

 

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3 Comentário(s).

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Emanuel Lara  09.08.11 12h18
Parabéns pelo artigo Drª Tânia.
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Laureci Fagundes  09.08.11 10h28
O crescente numero de mulheres mortas no Brasil, principalmente em matogrosso, deve-se a aplicação da Lei Maria da Penha. Se bater vai preso, se matar apresenta com advogado presta depoimento e sai pela porta da frente da delegacia e vai pra casa tranquilamente.Precisamos rever formar coibir esses delitos.
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ivete   09.08.11 08h36
Parabéns drªTânia a srª e uma excelente profissional ,eu tive a oportunidade de participar de algunas palestras sua e agora eu vejo no dia a dia a falta que faz para as pessoas o conhecimento sobre as leis existentes ,continue assim simples e dedicada .ivete
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