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23.01.2025 | 05h30 Tamanho do texto A- A+

Médico de família e a demência

Demência não afeta apenas o cérebro; impacta todo o corpo e a vida social

Com o aumento da longevidade da população, condições como a demência estão se tornando cada vez mais comuns. A demência, que inclui doenças como Alzheimer, não é apenas uma questão de perda de memória; ela afeta a autonomia, o comportamento, a saúde física e a qualidade de vida do paciente. Nesse contexto, o médico de família desempenha um papel fundamental no cuidado desses pacientes, garantindo atenção integral e contínua.

O médico de família é, muitas vezes, o primeiro profissional a ser procurado quando surgem os sinais de demência. Esses sinais podem incluir esquecimentos frequentes, dificuldade em realizar tarefas cotidianas ou mudanças comportamentais.

 

Ao identificar esses sintomas, o médico de família realiza uma avaliação inicial, utilizando ferramentas simples como o Mini Exame do Estado Mental (MEEM) para verificar as funções cognitivas, e solicita exames complementares para descartar outras causas.

Mais do que fornecer um diagnóstico, o médico de família ajuda o paciente e sua família a entender o que está acontecendo, esclarecendo dúvidas e explicando os próximos passos do tratamento.

A demência não afeta apenas o cérebro; ela impacta todo o corpo e a vida social do paciente. Por isso, o médico de família adota uma abordagem integral, olhando para o paciente como um todo, e não apenas para a doença. Ele trata as condições associadas, como hipertensão, diabetes ou depressão, que podem agravar a demência, e atua na prevenção de complicações, como quedas e desnutrição.

Além disso, o cuidado humanizado é essencial. A construção de um vínculo com o paciente e sua família permite que o médico compreenda melhor os desafios enfrentados no dia a dia e ofereça soluções personalizadas.

Outro papel importante do médico de família é atuar como um "coordenador do cuidado". A demência exige a colaboração de vários profissionais, como psicólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e assistentes sociais. Cabe ao médico de família integrar esses cuidados, garantindo que todos trabalhem juntos para atender às necessidades do paciente.

Por exemplo, o médico de família pode orientar o encaminhamento a um terapeuta ocupacional para ajudar o paciente a manter sua autonomia em atividades diárias, ou a um nutricionista para ajustar a dieta em casos de dificuldades na alimentação.

Apoio à família e cuidadores

A família e os cuidadores têm um papel central no cuidado do paciente com demência, mas muitas vezes enfrentam sobrecarga física e emocional. O médico de família também é uma fonte de apoio para esses cuidadores, orientando sobre como lidar com os desafios do dia a dia, indicando redes de apoio e observando sinais de esgotamento.

Além disso, o médico atua como educador, ensinando a família a reconhecer os sintomas da doença, adaptar o ambiente doméstico para torná-lo mais seguro e manejar alterações comportamentais do paciente, como agitação ou agressividade.

O médico de família está na linha de frente do cuidado ao paciente com demência, oferecendo suporte contínuo e personalizado. Ele não apenas trata os sintomas, mas também cuida da saúde emocional e física do paciente, além de prestar apoio essencial aos familiares.

O cuidado à demência é um desafio que exige paciência, empatia e trabalho em equipe. Com a orientação do médico de família, é possível oferecer ao paciente uma melhor qualidade de vida e auxiliar sua família a enfrentar essa jornada com mais segurança e compreensão.

Eli Ambrósio do Nascimento é médico de família e comunidade com foco na saúde do idoso.

*Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do MidiaNews. 

 

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