Esta semana fui surpreendido com um telefonema inusitado do Secretário de Infraestrutura do governo do Estado de Mato Grosso, Marcelo Oliveira. O que era para ser uma conversa democrática acabou se transformando num monólogo pelo Secretário que em seguida desligou o telefone e me desconectou do seu WhatsApp.
O motivo da fúria do representante do governador foi a minha fala no seu WhatsApp: “Na verdade quem está tumultuando o processo de retomada do VLT é o Governador Mauro Mendes que exigiu do Grupo de Trabalho (GT) um estudo para a mudança do modal para ônibus. Gostaria que ele desmentisse publicamente”.
Infelizmente, não só o governador não desmentiu como, também, o secretário. Ou seja, o secretário determinou o estudo de mudança de modal para ônibus poluentes mesmo sabendo que seria um desastre ambiental para a nossa cidade, cujos termômetros marcaram esta semana 46,5° no relógio do centro da cidade.
Marcelo perdeu a oportunidade para travar uma conversa amistosa, cuiabana e democrática na busca de um consenso para a conclusão imediata das obras do Veículo Leve sobre Trilhos. Mas, preferiu o caminho da ameaça.
A truculência não é o caminho para resolver uma questão tão importante como o VLT. Parece que o posto de secretário de obras, com um dos maiores orçamentos do Estado, o poder de usar a caneta para nomear ou demitir quem quiser subiram à cabeça da pessoa humilde, carinhosamente chamado de “Marcelo Padeiro”. O grito, o uso da força do cargo, não são requisitos para resolver a questão da mobilidade urbana. Ninguém é mais que ninguém!
Ultrapassado esse episódio, fruto de um tipo de política que nós, brasileiros, queremos ver superada, voltemos ao tema. O VLT tem sido adotado em todas as principais capitais da Europa e em muitas cidades importantes da Ásia e da América do Norte. Complementa, em alguns casos, ou é a espinha dorsal, em outros, o conjunto de modais de transporte das cidades modernas. É o futuro. O ônibus está perdendo terreno e em vários lugares desaparecerá. Os transportes movidos a combustíveis fósseis têm os dias contados e não serão permitidos na maioria dos lugares em 2030.
As duas maiores cidades de Mato Grosso, Cuiabá e Várzea Grande, serão pioneiras no uso desse modal de transporte de massa. Poderão, com isso, minimizar problemas que hoje enfrentam e também terão oportunidade de usar essa nova situação para orientar a política metropolitana de mobilidade urbana.
Por isso há um conflito entre o velho e o novo, o arcaico e o moderno, que se reflete em interesses econômicos dos que temem perder mercado e a população que deseja serviços públicos melhores e mais saudáveis.
Ao que tudo nos indica, a população já fez sua escolha pelo VLT, resta algumas autoridades reconhecer isso e concluir as obras sem desvios e sem corrupção.
VICENTE VUOLO é economista, cientista político e coordenador do Movimento Pró VLT.
Entre no grupo do MidiaNews no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).
4 Comentário(s).
|
Robélio Orbe 12.09.19 18h43 | ||||
O senhor Vuolo querendo pegar o BONDE do VLT para cunho político, querendo promoção pessoal. Sigo a mesma linha de outros, o senhor não me representa, pois amo Cuiabá e fico triste pela vergonha que passamos com o VLT, o maior ato de corrupção da história de Mato Grosso. A obra é inviável, pois quem irá subsidiá-la? Os cofres públicos? Desmonte deste muar Vuolo. | ||||
|
alex r 12.09.19 10h49 | ||||
A sociedade já pagou por esse modal , se necessário investir algo mais que seja por quem roubou ou foi conivente com roubos! Com a palavra AL e órgãos de controle ... A sociedade merece ver acabada a obra pra que esta não seja o simbolo de incompetência desse estado! | ||||
|
Mainardo Aragao 12.09.19 10h13 | ||||
Lamentável essa postura do Governo do Estado sobre o VLT. Chega a gerar perplexidade. Enquanto toda a sociedade civil organizada enxerga cristalinamente a imperiosa necessidade de concluir o modal, ele (governo), pede um estudo ao contrario. Por isso nao incluiu os municípios envolvidos nos estudos. | ||||
|
Messias Junior 12.09.19 09h54 | ||||
Sr. Vicente Vuolo, o senhor não me representa! Não fale por mim, cidadão morador de Cuiabá. Não, a população não quer esse modal por ter consumido muito dinheiro e ainda precisando de muito mais para seu término e, posteriormente, sendo deficitário para o estado. Já que o Sr. fala que a iniciativa privada poderia assumir, então que faça sem dinheiro público. Dessa forma e, somente, dessa forma a população aceitaria e aí, sim, o sr poderá falar por mim! | ||||
|