Cuiabá, Sexta-Feira, 12 de Setembro de 2025
VICENTE VUOLO
12.09.2019 | 07h17 Tamanho do texto A- A+

Quem é contra o VLT?

Cuiabá e Várzea Grande serão pioneiras no uso desse transporte de massa

 

Esta semana fui surpreendido com um telefonema inusitado do Secretário de Infraestrutura do governo do Estado de Mato Grosso, Marcelo Oliveira. O que era para ser uma conversa democrática acabou se transformando num monólogo pelo Secretário que em seguida desligou o telefone e me desconectou do seu WhatsApp. 

 

O motivo da fúria do representante do governador foi a minha fala no seu WhatsApp: “Na verdade quem está tumultuando o processo de retomada do VLT é o Governador Mauro Mendes que exigiu do Grupo de Trabalho (GT) um estudo para a mudança do modal para ônibus. Gostaria que ele desmentisse publicamente”.

 

Infelizmente, não só o governador não desmentiu como, também, o secretário. Ou seja, o secretário determinou o estudo de mudança de modal para ônibus poluentes mesmo sabendo que seria um desastre ambiental para a nossa cidade, cujos termômetros marcaram esta semana 46,5° no relógio do centro da cidade.

 

Há um conflito entre o velho e o novo, o arcaico e o moderno, que se reflete em interesses econômicos dos que temem perder mercado e a população que deseja serviços públicos melhores e mais saudáveis.

Marcelo perdeu a oportunidade para travar uma conversa amistosa, cuiabana e democrática na busca de um consenso para a conclusão imediata das obras do Veículo Leve sobre Trilhos. Mas, preferiu o caminho da ameaça.

 

A truculência não é o caminho para resolver uma questão tão importante como o VLT. Parece que o posto de secretário de obras, com um dos maiores orçamentos do Estado, o poder de usar a caneta para nomear ou demitir quem quiser subiram à cabeça da pessoa humilde, carinhosamente chamado de “Marcelo Padeiro”. O grito, o uso da força do cargo, não são requisitos para resolver a questão da mobilidade urbana. Ninguém é mais que ninguém!

 

Ultrapassado esse episódio, fruto de um tipo de política que nós, brasileiros, queremos ver superada, voltemos ao tema. O VLT tem sido adotado em todas as principais capitais da Europa e em muitas cidades importantes da Ásia e da América do Norte. Complementa, em alguns casos, ou é a espinha dorsal, em outros, o conjunto de modais de transporte das cidades modernas. É o futuro. O ônibus está perdendo terreno e em vários lugares desaparecerá. Os transportes movidos a combustíveis fósseis têm os dias contados e não serão permitidos na maioria dos lugares em 2030.

 

As duas maiores cidades de Mato Grosso, Cuiabá e Várzea Grande, serão pioneiras no uso desse modal de transporte de massa. Poderão, com isso, minimizar problemas que hoje enfrentam e também terão oportunidade de usar essa nova situação para orientar a política metropolitana de mobilidade urbana.

 

Por isso há um conflito entre o velho e o novo, o arcaico e o moderno, que se reflete em interesses econômicos dos que temem perder mercado e a população que deseja serviços públicos melhores e mais saudáveis.

 

Ao que tudo nos indica, a população já fez sua escolha pelo VLT, resta algumas autoridades reconhecer isso e concluir as obras sem desvios e sem corrupção.

 

VICENTE VUOLO é economista, cientista político e coordenador do Movimento Pró VLT.

 

*Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do MidiaNews. 

 

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4 Comentário(s).

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Robélio Orbe  12.09.19 18h43
O senhor Vuolo querendo pegar o BONDE do VLT para cunho político, querendo promoção pessoal. Sigo a mesma linha de outros, o senhor não me representa, pois amo Cuiabá e fico triste pela vergonha que passamos com o VLT, o maior ato de corrupção da história de Mato Grosso. A obra é inviável, pois quem irá subsidiá-la? Os cofres públicos? Desmonte deste muar Vuolo.
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alex r  12.09.19 10h49
A sociedade já pagou por esse modal , se necessário investir algo mais que seja por quem roubou ou foi conivente com roubos! Com a palavra AL e órgãos de controle ... A sociedade merece ver acabada a obra pra que esta não seja o simbolo de incompetência desse estado!
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Mainardo Aragao  12.09.19 10h13
Lamentável essa postura do Governo do Estado sobre o VLT. Chega a gerar perplexidade. Enquanto toda a sociedade civil organizada enxerga cristalinamente a imperiosa necessidade de concluir o modal, ele (governo), pede um estudo ao contrario. Por isso nao incluiu os municípios envolvidos nos estudos.
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Messias Junior  12.09.19 09h54
Sr. Vicente Vuolo, o senhor não me representa! Não fale por mim, cidadão morador de Cuiabá. Não, a população não quer esse modal por ter consumido muito dinheiro e ainda precisando de muito mais para seu término e, posteriormente, sendo deficitário para o estado. Já que o Sr. fala que a iniciativa privada poderia assumir, então que faça sem dinheiro público. Dessa forma e, somente, dessa forma a população aceitaria e aí, sim, o sr poderá falar por mim!
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