Cuiabá, Quarta-Feira, 30 de Julho de 2025
MARCELO DANTAS
04.02.2017 | 07h30 Tamanho do texto A- A+

Temperos cuiabanos

Cuiabá gosta de comer. E muito. E gosta de sair para comer. Há opções para todos os gostos e bolsos

Nem o calor, nem a distância e, por vez, nem o dinheiro, impedem o morador de Cuiabá de comer fora. Cuiabá gosta de comer. E muito. E gosta de sair para comer. Há opções para todos os gostos e bolsos, e isso é bom — isso faz crescer a oferta de comida e melhorar o padrão dos restaurantes, bares e baguncinhas.

 

A prova é o sucesso de empreendimentos como o Coloiado, na Tancredo Neves, que reúne contêineres com as mais diversas opções gastronômicas possíveis — e vive lotado. O fato é que a comida sobre rodas parece ter seduzido nossa capital: ao cair da noite, os furgões raiam nas ruas, e estão sempre cheios.

 

As hamburguerias também conquistaram a cidade: nos últimos dois anos foram abertos vários empreendimentos no ramo, que passaram a competir com o ótimo Cozinha dos Fundos, no Boa; o arrojado Ray’s, na Cândido Mariano; e o delicioso Habañero (é demais!), na 24 de Outubro, o alegre reduto gourmet cuiabano.

As hamburguerias também conquistaram a cidade: nos últimos dois anos foram abertos vários empreendimentos no ramo

 

Outra gostosa constatação foi o êxito do charmoso Flor Negra, na São Sebastião, que presenteou Cuiabá com uma cozinha primorosa, sob a maestria da talentosa chef Ana Carolina Manhozo, que recentemente brilhou no Ateliê dos Chefs, uma iniciativa bem acertada do Nuun Garden. Sobre acertos, um japonês se destaca: o Mirai, no Florais Mall, é de um raro bom gosto, e serve um cardápio surpreendente no almoço.

 

Na Generoso Ponce, o Armazém Cuiabano tem deslanchado sob o dom e o zelo do Gustavo Caldas, que oferece guloseimas regionais num ponto que está na família dele desde os anos 1940. A The Bread Lab, no Santa Helena, cativa com pães e pizzas artesanais, sob a habilidade do caprichoso Lúcio Almeida.

 

E, quando o assunto é croissant, tenho duas opções: a primeira é Paris, na França; a segunda é a BakeHouse44, na Filinto Müller, padaria do Marcelo de Oliveira. Croissant é uma coisa difícil de ser feita. O Marcelo faz o melhor.

 

Se croissant já é complicado, macaron é um desafio. De origem italiana, a iguaria chegou à França no século XVI, e só em meados do século XX ganhou a forma como conhecemos hoje. A receita demanda ingredientes bem específicos. Exige precisão e cuidados absurdos. É um dos meus doces prediletos, e nos últimos tempos tenho colecionado mais frustrações do que alegrias. Mas os da confeitaria Sweeterella, na 24 de Outubro, não falham.

 

A pâtisserie foi aberta há um ano pela carismática chef Tais Milan, 33. Cuiabana, largou a faculdade de Farmácia para se formar em Gastronomia, e se especializou em confeitaria em aclamadas escolas na França, Inglaterra e nos Estados Unidos. Seu noivo, Jorge Peralta, peruano, é barista formado pela conceituadíssima Le Cordon Bleu. O chocolate é belga, o premiado Callebaut. O doce de leite, argentino. A baunilha é verdadeira — assim como o bolo de casamento, cujo pedaço pode ser guardado para que o casal siga a clássica superstição.

 

E já que estamos lá, é oportuno aproveitar o singular crème brûlée, e pedir um expresso ou cappuccino (os grãos são da centenária Fazenda Pessegueiro). A loja é agradável, e o entusiasmo da chef é contagiante.

 

Se a culinária é a arte de fazer obras-primas que logo se desfazem, como já disse Drummond em algum lugar, Cuiabá está, sem sombra de dúvidas, repleta de artistas.

 

Marcelo Dantas Ribeiro é bacharel em Direito pela UFMT e adora comer.

*Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do MidiaNews. 

 

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4 Comentário(s).

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Bruna  05.02.17 18h54
Parabens pelas indicações!!!!
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Bárbara Regina  04.02.17 12h16
O que não falta em Cuiabá é gente talentosa! Conheço a Carol, o Marcelo e a Tais. Gente boa!!! Faltou dizer no artigo que a maioria dos restaurantes não abre nem na segunda e nem no domingo. No mais, parabéns!!
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Marcus  04.02.17 11h55
Uma dica para massas: Marangoni, na 24 de Outubro.
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Vitor Curvo  04.02.17 11h23
Excelente! Cuiabá tem opções maravilhosas e tão boas quanto as outras capitais. Já se foi o tempo em que o Mahalo era a única referência de boa comida aqui em Mato Grosso. Bom artigo!
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