Cuiabá, Segunda-Feira, 30 de Junho de 2025
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30.06.2025 | 10h01 Tamanho do texto A- A+

Adolescente fez limpa em apês em MT e mais cinco estados

Ele fingia ser morador dos prédios para ter acesso aos apartamentos; ele foi apreendido em SP

Fantástico/Reprodução

Momento em que o menor apreendido foi encaminhado pela Polícia

Momento em que o menor apreendido foi encaminhado pela Polícia

DA REDAÇÃO

O programa Fantástico, da Rede Globo, exibiu no domingo a reportagem sobre um adolescente de 17 anos que foi apreendido pela Polícia Civil de São Paulo, acusado de invadir ao menos 40 condomínios de luxo em seis estados. Um dos destinos do menor nessa empreitada criminosa foi Mato Grosso. 

 

O prejuízo estimado pela Polícia é de R$ 30 milhões.

 

O modus operandi empregado pelo adolescente era entrar nos edifícios de alto padrão usando roupas de marca, relógios de ouro e se fazendo passar por morador ou familiar de algum morador. Em alguns dos casos ele se disfarçou usando perucas, em outros símbolos religiosos. 

  

Leia a matéria completa e acesse o vídeo no final do texto: 

 

Um adolescente de 17 anos foi apreendido em junho após invadir ao menos 40 condomínios de luxo, segundo a Polícia Civil de São Paulo. Ele usava roupas de marca, fones de ouvido e tinha uma postura tranquila para se passar por morador dos locais.

 

Em alguns casos, disfarçava-se com perucas ou símbolos religiosos. O prejuízo estimado dos furtos passa de R$ 30 milhões.

 

Como ele agia

 

As câmeras de segurança mostram que o jovem entrava nos prédios com naturalidade, muitas vezes sem levantar suspeitas. Ele se aproximava dos portões com postura confiante e se aproveitava de momentos de distração para se infiltrar nos edifícios.

 

Em várias ocasiões, esperava um morador abrir o portão e entrava em seguida, fingindo ser um vizinho. Também usava fones de ouvido, roupas de grife e mochilas caras para reforçar a imagem de um jovem de classe alta.

 

"Boa aparência, bem desinibido, com fones de ouvido, aparentemente inofensivo. Já vem até o jeito de andar. Ele agia como se fosse um garoto rico", afirmou o delegado Fábio Sanchez Sandrin.

 

Em alguns casos, ele acenava para a portaria como se fosse conhecido dos funcionários. Quando era abordado, inventava histórias, dizia ser neto de algum morador e até ameaçava os porteiros.

 

"Ele falava: 'Vou mandar meu pai te mandar embora, você não me conhece?'. Ele tem boa lábia, acaba sendo persistente e incisivo na conversa. Muitos funcionários acabam se retraindo e cedem", disse o delegado.

 

Além da entrada, o adolescente demonstrava conhecer detalhes dos condomínios e agia de forma organizada. Sabia onde procurar os objetos de valor e, segundo testemunhas, era seletivo: levava joias, dinheiro vivo e relógios de grife, deixando para trás itens eletrônicos e objetos maiores.

 

Ele também usava peruca ou quipá para se disfarçar. Em um dos roubos, ele chegou a usar nome e parentesco falsos para tentar entrar no prédio onde mora Fábio Wajngarten, o ex-assessor e ex-advogado de Jair Bolsonaro (PL). Não conseguiu.

 

Modos de atuação

 

O adolescente utilizava diferentes estratégias para entrar nos prédios:

 

- Aproveitava portões abertos por moradores;

 

- Tocava o interfone e se dizia visitante ou parente de moradores;

 

- Acenava para porteiros para parecer familiar;

 

- Usava perucas, quipás e outros disfarces para não levantar suspeitas;

 

- Em alguns casos, chegou a ameaçar funcionários.

 

Na maioria das ações, agia sozinho, mas em algumas contava com o apoio de comparsas. Os itens furtados incluíam bolsas, joias, relógios, dólares, euros e cofres com dinheiro em espécie.

 

Atuação em diferentes estados

 

De acordo com as investigações, o adolescente viajou para diferentes regiões do país para cometer os crimes. As ações foram registradas em ao menos seis estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás e Mato Grosso. Em cada local, ele usava táticas semelhantes para acessar os condomínios e furtar bens de alto valor.

 

"No começo do ano, ele viajou para outras cidades para roubar. Em Foz do Iguaçu, levou R$ 6 milhões em dinheiro e joias", diz a polícia.

 

As imagens obtidas pela investigação mostram que ele também atuou em bairros nobres da capital fluminense e em cidades do interior paulista. A quadrilha da qual ele fazia parte era baseada em São Paulo, mas se deslocava com frequência para realizar os furtos em outras regiões.

 

Roubos milionários

 

Entre os crimes registrados estão:

 

- Furto de R$ 6 milhões em joias e dinheiro em Foz do Iguaçu (PR);

 

- Roubo de três relógios, um anel de diamantes e US$ 1 mil em espécie em São Paulo;

 

- Furto de cofres com US$ 30 mil e € 10 mil (cerca de R$ 200 mil) em apartamento no Jardim Paulista.

 

"Eles sabiam exatamente o que queriam. Meus pais transformaram a cozinha num bunker depois do roubo", disse o filho de uma das vítimas.

 

Histórico desde a infância

 

A polícia aponta que o jovem comete crimes desde os 13 anos. Aos 14, foi apreendido após arrombar o cofre de um apartamento da médica Ludhmila Hajjar e furtar joias e relógios avaliados em R$ 3 milhões. Depois, foi detido em um jantar com amigos no Guarujá. Cumpriu um ano e nove meses na Fundação Casa e voltou a agir após ser solto.

 

Nos últimos meses, invadiu dezenas de prédios em São Paulo, principalmente no Centro expandido e em bairros nobres. Segundo os investigadores, usava engenharia social para enganar porteiros e acessar os imóveis.

 

Prisão e rotina de luxo

 

O adolescente foi apreendido em 17 de junho. Morava sozinho em um apartamento de alto padrão e usava um carro de luxo durante os crimes. Segundo a polícia, parte do dinheiro era repassada a interceptadores que ajudavam no escoamento dos itens roubados.

 

"A boa aparência acaba facilitando. Ele não tem 'cara de bandido'", disse o delegado Fábio Sandrin."Com a apreensão dele, acreditamos que ficará internado até completar 21 anos".

 

Como evitar esse tipo de crime

 

Especialistas em segurança afirmam que medidas simples ajudam a prevenir invasões:

 

-Evitar dar passagem a estranhos nos portões;

 

-Treinar porteiros para seguir os procedimentos corretamente;

 

- Dar respaldo ao funcionário que barra suspeitos;

 

- Reforçar a comunicação entre síndico, portaria e moradores;

 

- Investir em tecnologia e sistemas de controle de acesso.

  

"Os moradores tomam carteirada o tempo todo. A famosa 'carona' é um problema real. É preciso seguir os procedimentos", diz o advogado Márcio Rachkorsky, especialista em condomínios.

 
Assista à reportagem:

 

 

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