Cuiabá, Quarta-Feira, 6 de Agosto de 2025
OPERAÇÃO MANTUS
29.05.2019 | 06h33 Tamanho do texto A- A+

Arcanjo e genro são presos suspeitos de chefiar jogo do bicho

Delator da Sodoma, Frederico Muller também foi preso; ação foi deflagrada nesta quarta-feira (29)

Alair Ribeiro/MidiaNews

Policiais fazem buscas na Operação Mantus, deflagrada nesta quarta

Policiais fazem buscas na Operação Mantus, deflagrada nesta quarta

DA REDAÇÃO

A Polícia Civil deflagrou, na manhã desta quarta-feira (29), a operação “Mantus”, com o objetivo de prender, segundo a Delegacia Especializada de Fazenda e Crimes Contra a Administração Pública (Defaz) e da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), duas organizações criminosas envolvidas com lavagem de dinheiro e com o Jogo do Bicho.

 

De acordo com a polícia, uma das organizações é liderada por João Arcanjo Ribeiro e seu genro Giovanni Zem Rodrigues, já a outra seria liderada por Frederico Muller Coutinho. Os três estão presos.

 

A operação visa dar cumprimento a 63 mandados judiciais, sendo 33 de prisão preventiva e 30 de busca e apreensão domiciliar, expedidos pelo juiz da 7ª Vara Criminal da Comarca de Cuiabá, Jorge Luiz Tadeu.

 

As ordens judiciais são cumpridas em Cuiabá, Várzea Grande e em mais 5 cidades do interior do Estado. Arcanjo foi preso na sua residência, e seu genro, Giovanni Zem, detido no aeroporto de Guarulhos (SP) com apoio da Polícia Federal.

 

Divulgação/ PJC

João Arcanjo - Operação Mantus

O bicheiro João Arcanjo, em seu quarto, na manhã desta quarta-feira (29)

"As investigações tiveram início em agosto de 2017, conseguindo descortinar duas organizações criminosas que comandam o jogo do bicho no Estado de Mato Grosso, e que movimentaram em um ano, apenas em contas bancárias, mais de R$ 20 milhões", diz a polícia.

 

Apenas durante cumprimento de mandado de busca e apreensão na casa de Arcanjo, a Polícia Civil apreendeu R$ 201,8 mil em espécie.

 

Prisão de Arcanjo

 

Por volta das 9h10, o bicheiro João Arcanjo foi conduzido pelo GCCO para a Academia de Polícia, no Bairro São João Del Rey, em Cuiabá. 

 

Ele deixou sua residência em um veículo da Polícia Civil, Toyota, modelo Corolla, descaracterizado.

 

No momento em que Arcanjo foi colocado na viatura, policiais ergueram um cobertor na grade do portão, a fim de escondê-lo dos fotógrafos e cinegrafistas que aguardavam no local. 

 

Veja vídeo:

 

 

Os "líderes"

  

João Arcanjo Ribeiro, conhecido como “Comendador”, é acusado de liderar o crime organizado em Mato Grosso, nas décadas de 80 e 90, sendo o maior “bicheiro” do Estado, além de estar envolvido com a sonegação de milhares de Reais em impostos, entre outros crimes.

 

No ano de 2002, Arcanjo foi alvo da operação da Polícia Federal, Arca de Noé, em que teve o mandado de prisão preventiva expedido pelos crimes de contravenção penal, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e homicídio.

 

A prisão do bicheiro foi cumprida em abril de 2003 no Uruguai. Arcanjo conseguiu a progressão de pena do regime fechado para o semiaberto em fevereiro de 2018, após 15 anos preso.

 

O empresário Frederico Müller Coutinho é um dos delatores da Operação Sodoma, que investigou fraudes que resultaram na prisão do ex-governador Silval Barbosa.

 

Ele trocava cheques no esquema e chegou a passar dinheiro para o então braço direito do ex-governador. Os cheques teriam sido emitidos como parte de um suposto acordo de pagamento de propina ao grupo político do ex-governador.

 

Segundo a Polícia Civil, durante as investigações mais recentes, foi identificada uma acirrada disputa de espaço pelas organizações, havendo situações de extorsão mediante sequestro praticada com o objetivo de manter o controle da jogatina em algumas cidades.

 

Os investigadores também identificaram remessas de valores para o exterior, com o recolhimento de impostos para não levantar suspeitas das autoridades. Foram decretados os bloqueios de contas e investimentos em nome dos investigados, bem como houve o sequestro de ao menos três prédios vinculados aos crimes investigados.

 

Crimes

 

Alair Ribeiro/MidiaNews

Operacao Mantus - casa de Arcanjo

Polícia cumpriu mandados de prisão e de busca e apreensão na casa de Arcanjo

Os suspeitos devem responder pelo crime de organização criminosa, lavagem de dinheiro, contravenção penal do jogo do bicho e extorsão mediante sequestro, cujas penas somadas ultrapassam 30 anos.

 

O delegado titular da Gerência de Combate ao Crime Organizado, Flávio Stringueta, cita a integração entre a GCCO e a Defaz como um dos pontos principais para o êxito das investigações.

 

Para o delegado, Luiz Henrique Damasceno, um dos coordenadores das investigações, a ação demonstra o trabalho qualificado da Polícia Civil, que por meio do uso do Laboratório de Dinheiro, visou atacar principalmente o aspecto financeiro das organizações criminosas.

 

A operação coordenada pela Diretoria de Atividades Especiais, conta com o apoio da Diretoria Metropolitana, Diretoria do Interior, além do auxílio do Laboratório de Lavagem de Dinheiro da Polícia Civil na coleta dos dados, que foram trabalhados pelas equipes que atuaram diretamente no Inquérito Policial.

 

Nome da operação

 

Na mitologia etrusca, Manto (em latim: Mantus) é o deus do mundo dos mortos no vale do rio Pó. Manto também é conhecido como o Deus do azar, onde chamava atenção  de suas vítimas através de jogos, roubando assim suas almas.

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GALERIA DE FOTOS
Alair Ribeiro/MidiaNews

Operacao Mantus - casa de Arcanjo

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Operacao Mantus - casa de Arcanjo

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Operacao Mantus - casa de Arcanjo

Alair Ribeiro/MidiaNews

Operacao Mantus - casa de Arcanjo

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Operacao Mantus - casa de Arcanjo




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Mariana Mutti  29.05.19 09h10
Quem é rei, nunca perde a majestade!
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Graci Ourives  29.05.19 09h06
A Bíblia: “Não há nada escondido que não que não venha ser revelado”.
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Clemente  29.05.19 08h21
Esse homem NÃO ERA PRA TER SAIDO DA CADEIA NUNCA.
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Marco Antônio   29.05.19 07h28
Marco Antônio , seu comentário foi vetado por conter expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas