A Polícia Civil diz que a conduta da representante comercial Ana Cláudia Flor, presa pela acusação de ser a mandante do assassinato do marido, levantou suspeitas desde o início das investigações.
Toni da Silva Flor foi morto no dia 11 de agosto do ano passado em frente a uma academia de ginástica no Bairro Jardim Santa Marta, em Cuiabá.
Segundo o delegado Marcel Oliveira, desde o começo o comportamento da viúva não era condizente com o de alguém que havia perdido um ente querido.
“Dissimulada, ardilosa, enganosa”, disse o delegado, indicando como surgiu o nome da operação que a prendeu, intitulada Capciosa - alguém que procura enganar, induzindo ao erro. A ação foi deflagrada na quinta-feira (19).
“Alguns fatores causaram estranheza na equipe de investigação. Como por exemplo, no dia da prisão do Igor [Espinosa, primeiro suspeito preso] eu afirmei a ela que ele tinha confessado. Ela indagou se só com a confissão era possível condenar alguém”, disse o delegado, informando que a postura de Ana Cláudia foi em relação à defesa do suspeito.
Ao longo de toda a investigação, a empresária se mostrou muito interessada, beirando o “desespero”, em descobrir detalhes da investigação. Ela ia periodicamente até a delegacia para averiguar se haviam surgido suspeitos, conforme o delegado.
Nas redes sociais ela se mostrava apaixonada e saudosa do marido. Usava as publicações para pedir justiça pelo assassinato de Toni.
Relacionamento conturbado
A suspeita confeccionou, no ano de 2019, um boletim de ocorrência contra o marido por agressão.
“Essa agressão teria sido justamente ocasionada porque ele teria visualizado uma conversa em um aplicativo de mensagem e essa conversa teria causado um desentendimento. Desde então, ele [Toni] teria passado a desconfiar com mais insistência de que haveria alguém ali no meio do relacionamento”, explicou o delegado.
Os investigadores chegaram à informação de que Ana Cláudia teria mais de um amante. A participação desses homens no crime também está sendo investigada.
Torrou a grana
Conforme a Polícia Civil, a empresária teria prometido aos criminosos o valor de R$ 60 mil para assassinar o marido. O valor, no entanto, não foi integralmente pago, apenas R$ 20 mil foram repassados para o atirador, que em dois meses, em uma viagem ao Rio de Janeira, gastou todo o dinheiro.
Segundo o delegado, Ana Cláudia, em determinado momento cogitou matar o atirador como forma de “queima de arquivo” evitando, assim, ter o seu nome envolvido no crime.
Dois dos suspeitos presos, o atirador e um intermediário que conseguiu a arma, têm passagens criminais por envolvimento com o tráfico. Além de serem monitorados atualmente por tornozeleira eletrônica.
Reprodução
A representante comercial Ana Cláudia Flor, que foi presa na quinta-feira
Relembre o caso
O atirador aguardava Toni na frente da academia e realizou os disparos assim que a vítima desceu do seu carro.
O empresário foi atingido por quatro tiros e morreu no dia seguinte ao ataque.
Na época, a principal hipótese era a de que Toni havia sido confundido com um policial federal. Essa versão, no entanto, foi descartada após a prisão do primeiro suspeito, que aconteceu no dia 10 de agosto deste ano.
O homem assumiu a autoria, mas negou ter confundido a vítima com outra pessoa. Toni seria o alvo do homicídio.
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1 Comentário(s).
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Graci O. Miranda 20.08.21 18h44 | ||||
BELISSIMO TRABALHO DELEGADO, e equipe, Parabéns! Marcel Oliveira, Justiça e Justiça. | ||||
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