Cuiabá, Quinta-Feira, 21 de Agosto de 2025
CAMISARIA COLOMBO
21.08.2025 | 11h10 Tamanho do texto A- A+

Donos de loja em recuperação em MT são presos por suposta fraude

Irmãos proprietários da Camisaria Colombo são suspeitos de fraude milionária e ocultação de patrimônio

Reprodução

Os irmãos Álvaro Jabur Maluf Júnior e Paulo Jabur Maluf (no detalhe), alvos da Polícia de São Paulo

Os irmãos Álvaro Jabur Maluf Júnior e Paulo Jabur Maluf (no detalhe), alvos da Polícia de São Paulo

LARISSA AZEVEDO
DA REDAÇÃO

Os irmãos Álvaro Jabur Maluf Júnior e Paulo Jabur Maluf, donos da Camisaria Colombo, em recuperação judicial de R$ 1.885 bilhão tramitando na 1ª Vara Cível de Cuiabá, foram presos em São Paulo nesta quinta-feira (21), acusados de uma fraude de R$ 21 milhões. 

 

De acordo com o G1, A Polícia Civil do estado realizou uma operação contra fraude no sistema bancário da instituição financeira PagSeguro e ocultação de patrimônio, envolvendo os irmãos. 

 

Além deles, o representante legal da BS Capital e um funcionário de uma empresa de gestão de valores, Bruno Gomes de Souza e Mauricio Miwa, respectivamente, também foram alvos da operação. Bruno foi detido, mas Mauricio ainda não foi encontrado. 

 

O grupo criminoso investigado por fraude contra credores é formado por pelo menos sete pessoas. Os outros investigados são pessoas beneficiadas pelos valores transferidos da conta da BS Capital. 

 

Além das prisões, a Justiça também autorizou o cumprimento de mais 12 mandados de busca e apreensão na Capital de São Paulo e nas cidades interioranas Birigui e Avaré, e em Brasília. 

 

O esquema 

 

A Polícia Civil deu início às investigações em dezembro de 2024, após uma denúncia da instituição financeira PagSeguro. Nela, o banco expôs um furto milionário por meio de fraude tecnológica. 

 

Os investigados exploraram uma vulnerabilidade no sistema da instituição para criar créditos inexistentes e movimentar valores em diversas contas bancárias. Nessas operações foram transferidos cerca de R$ 21 milhões para uma conta BS Capital. 

 

As investigações apontam que o objetivo do esquema era ocultar bens e valores em processo de recuperação judicial da Camisaria Colombo, dando prejuízo aos credores do sistema financeiro nacional.

 

Recuperação Judicial 

 

A Camisaria Colombo foi fundada em 1917, em São Paulo, por Aziz Jabur Maluf. Por cerca de 70 anos a empresa permaneceu com um único ponto de venda, e começou a se expandir em 1990, quando Álvaro e Paulo lançaram a sua primeira filial. 

 

A empresa seguiu em expansão e em 2014 chegou a ter 434 lojas em todo o Brasil. O Grupo Colombo começou a enfrentar uma crise financeira que diminuiu o seu faturamento de mais de R$ 700 milhões em 2014 para cerca de R$ 107 milhões em 2019, de acordo com o Valor Econômico.  

 

Em Março de 2020, o Grupo entrou com pedido de recuperação judicial. O plano de recuperação judicial do Grupo Colombo foi homologado pelo juiz Marcos Aurélio dos Reis Ferreira, da 1ª Vara Cível de Cuiabá, no dia 18 de dezembro. 

 

Na decisão, o juíz aplicou o chamado “cram down” para homologar o plano, que é um mecanismo que permite a homologação sem a aprovação da maioria dos credores em assembleia-geral. Houve voto favorável de mais de um terço dos credores, de acordo com o juíz. 

  

O caso ganhou ainda mais repercussão após as credoras Caedu Comércio Varejista, Blue Bay Comercial Ltda, e Blue Center Comércio de Roupas Ltda tentarem a anulação da recuperação e a decretação da falência do Grupo Colombo. 

 

Isso ocorreu após a descoberta de mensagens de Roberto Zampieri, advogado assassinado em Cuiabá em dezembro de 2023. Em uma das conversas entre o Zampieri e o empresário Valdoir Slapak, foi citada uma decisão do desembargador afastado João Ferreira Filho, em que ele supostamente favorecia o grupo. Zampieri disse na mensagem que “o da Colombo e outro da quebra de sigilo deu tudo certo”.

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