Cuiabá, Quinta-Feira, 31 de Julho de 2025
ADVOGADO MORTO
22.12.2023 | 14h27 Tamanho do texto A- A+

Empresária diz ter sido ameaçada com foto de cova e perseguição

Maria Angélica Caixeta Gontijo acusou Roberto Zampieri, seu cliente Evelci Rossi e outras pessoas

Montagem/Divulgação

A empresária Maria Angélica (detalhe) e a porteira da fazenda alvo de litígio

A empresária Maria Angélica (detalhe) e a porteira da fazenda alvo de litígio

CÍNTIA BORGES
DA REDAÇÃO

A Polícia Civil de Ribeirão Cascalheira abriu um inquérito no ano passado para investigar o advogado Roberto Zampieri, seu cliente Evelci de Rossi e outras pessoas por supostos crimes de injúria, ameaça de morte e esbulho possessório. A investigação teve início após denúncias feitas pela empresária Maria Angélica Caixeta Gontijo, acusada de ser a mandante do assassinato de Zampieri.

Também informou que já foi vítima de outros atos de agressão por parte de colaboradores dos vizinhos e de Roberto Zampieri

 

O advogado foi morto com 10 tiros em frente ao seu escritório em Cuiabá no dia 5 de dezembro.

 

A empresária, que foi presa na quarta-feira (20) em Patos de Minas (MG), afirmou ter sofrido ameaças de morte veladas por parte de Evelci e Zampieri, realizadas por meio de terceiros, supostamente funcionários dos dois.

 

Maria Angélica relatou ter se sentido perseguida por um motoqueiro armado, ter recebido fotos de uma cova em seu WhatsApp, e ter tido um motorhome incendiado, além de ter sido avisada de que poderia morrer.

 

As supostas ameaças estão relacionadas ao litígio de terras em Ribeirão Cascalheira entre Maria Angélica e Evelci de Rossi, disputando na Justiça a área da Fazenda Lago Azul, hoje denominada Fazenda da Mineira, com 5,1 mil hectares. Zampieri atuava em favor da Evelci de Rossi no caso, depois de já ter sido advogado de Maria Angélica.

 

Devido ao impasse, a empresária informou à Polícia Civil que "os colaboradores de Evelci de Rossi e Roberto Zampieri proferem ameaças na cidade de Ribeirão Cascalheira, indicando que, caso ela vá até a propriedade, não retornará com vida".

 

"Eles estão aterrorizando várias pessoas (colaboradores) que relatam à comunicante e pedem que ela tenha muito cuidado, alegando inclusive o apoio da Polícia Militar, dificultando a contratação de profissionais na região", consta em um trecho do boletim.

 

Segundo a empresária, somente Zampieri e seu cliente poderiam ser os mandantes das ameaças, já que a localização de sua fazenda é remota, "portanto não possui outros interessados além deles em prejudicar".

 

"Ela também informou que já foi vítima de outros atos de agressão por parte de colaboradores dos vizinhos e de Roberto Zampieri", consta no inquérito.

 

Ameaças

 

Em um boletim de ocorrência elaborado em 26 de agosto do ano passado, a mandante do assassinato relatou que o empregado de Zampieri, Marcelo da Silva, entrou em contato com ela e a ameaçou.

 

As mensagens se intensificaram, segundo Maria Angélica, após ela dispensar Zampieri de sua defesa. O advogado atuou até janeiro de 2022 como advogado da empresária no caso da Fazenda Lago Azul e, posteriormente, passou a defender Evelci.

 

"Marcelo da Silva intensificou ameaças veladas, sempre utilizando terceira pessoa, enviando fotos de cova e boletins de ocorrência de terceiros vítimas de emboscadas, afirmando que ela seria morta se não deixasse a situação quieta. Vizinhos estavam com medo das investidas deles (apresentou provas). A comunicante manifestou o desejo de representar e solicitou o apoio da delegacia civil na investigação", disse.

Reprodução

assassinato advogado roberto zampieri

Local onde Roberto Zampieri foi assassinado

 

Incêndio em veículo e motoqueiro suspeito

 

Dias antes das ameaças, em 1º de agosto, Maria Angélica informou que seu motorhome foi incendiado por criminosos enquanto estava em reparo em uma borracharia na cidade.

 

Dias depois, ela saiu de Patos de Minas, onde reside, e veio a Mato Grosso para consertar o veículo. Em 26 de agosto, quando estava na cidade, ela relata que viu um homem em uma moto azul, supostamente armado, pois parecia ter algo na cintura, "observando seus passos".

 

No mesmo período, Maria Angélica disse que cápsulas de arma de fogo foram encontradas na entrada da fazenda e que acredita que tenham sido colocadas a mando de Rossi.

 

"Além disso, apareceram cápsulas de munição (calibre 12) na entrada da propriedade, o que a comunicante considera uma grave ameaça e provavelmente deixadas a mando de Evelci de Rossi, já que não existem outras propriedades que utilizem esse acesso", consta em um trecho do BO.

 

Morte de Zampieri

 

Zampieri foi assassinado com cerca de 10 tiros na noite de 5 de dezembro, em frente ao seu escritório, no Bairro Bosque da Saúde.

 

O atirador ficou à espreita por mais de uma hora, aguardando sua saída do escritório.

 

O principal suspeito de executar o advogado é Antônio Gomes, que também passou por audiência de custódia na tarde desta quinta-feira e teve sua prisão mantida. Ele será transferido para Mato Grosso após ser preso na manhã de quarta-feira na cidade de Santa Luzia (MG).

 

Maria Angélica foi presa no mesmo dia, em Patos de Minas.

  

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Graci Miranda  22.12.23 17h14
NADA JUSTIFICA VIOLENCIA DA 'MADAME'
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