Os cabos da Polícia Militar acusados de envolvimento no assalto à cooperativa Sicredi, em Brasnorte, na última quinta-feira (31), foram identificados como Anderson de Amaral Rodrigues e Alan Carvalho da Silva. Ambos passaram por audiência de custódia no domingo (3), e tiveram suas prisões em flagrante convertidas em preventiva.
Conforme a decisão do juiz Laio Portes Sthel, da Comarca de Brasnorte, os PMs foram detidos na noite de sábado (2) e conduzidos à Delegacia de Juara, acusados de corrupção passiva e prevaricação. Além deles, outras 11 pessoas foram presas em Mato Grosso e Vilhena (RO).
O assalto foi executado por quatro pessoas fortemente armadas, que invadiram a agência na Avenida Cascavel. Os criminosos entraram na cooperativa após quebrarem a porta principal, e renderam funcionários da agência.
Após o roubo, eles embarcaram em uma caminhonete Toyota Hilux e fugiram sentido Juína, levando os reféns, que foram liberados na estrada.
Segundo o documento, os policiais Anderson e Alan teriam feito um acordo, mediante pagamento de valor não divulgado, para auxiliar na fuga dos criminosos fazendo "vista grossa". Havia até mesmo o combinado de forjarem um confronto com disparos de arma de fogo, mas este último não ocorreu.
"[...] Receberiam uma quantia em dinheiro para fazer vista grossa, atrasar a ocorrência e a solicitação de apoio, inclusive dando informações que dificultassem o trabalho policial. [...] que se encontravam de plantão no dia do fato, teriam ainda, como função, simular um suposto confronto com disparos de arma de fogo no momento da execução do assalto", consta em trecho da decisão.
"Por seu turno, a conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva para garantia da ordem pública deve ser a medida ser tomada, com fundamento tanto na gravidade em concreto da(s) conduta(s), quanto na periculosidade do(s) agente(s), evidenciadas pelo modo de ação e outras circunstâncias ora valoradas".
Outras prisões
Além dos dois militares, foram detidas, em Mato Grosso, cinco pessoas, sendo dois ladrões que invadiram a agência - empresários no Município - e o motorista de fuga envolvido no roubo da caminhonete Toyota Hilux utilizada no assalto.
Conforme revelado pelo delegado Suede Dias Jr., da Divisão de Roubo a Banco da GCCO (Gerência de Combate ao Crime Organizado), outros seis foram presos em Vilhena (RO), dois deles que executaram o roubo, o motorista de fuga, um do apoio logístico, e dois irmãos que receberam os criminosos no estado vizinho.
O crime
Ainda segundo o delegado, a quadrilha começou o planejamento do roubo 20 dias antes do assalto. No dia 29 de julho, houve o roubo da caminhonete Hilux, que ficou escondida em um ponto de resfriamento numa área de mata em Brasnorte, até o dia do assalto.
“Os indivíduos efetuaram o roubo da caminhonete Hilux usando um Ford Ka com placas clonadas, e depois do roubo da Hilux, a caminhonete foi colocada debaixo da linha de transmissão, numa área de mata fechada e de difícil acesso”, disse o delegado.
“Ela ficou de um dia para o outro nesse ponto de repouso, para fins de resfriamento, para confirmar inexistência de rastreador e qualquer localização do veículo. Na quinta-feira (31), como a Hilux ainda estava no ponto de repouso, os criminosos deduziram que não havia nenhum rastreador e que ela não tinha sido localizada ainda”.
“Os criminosos pegaram a Hilux para executar o roubo. No local do roubo, havia 4 indivíduos. Desses quatro, dois foram presos em Vilhena e dois foram presos em Brasnorte, no sábado (2). Após o roubo, a Hilux retornou ao ponto de resfriamento. Lá, desembarcaram da Hilux e entraram no HB20 para poder iniciar a fuga”, completou.
De acordo com o delegado, o trajeto de fuga dos criminosos chamou a atenção, uma vez que tentaram despistar as Forças de Seguranças fugindo com alguns reféns da cidade onde ocorreu o crime, com destino a Juína, onde libertaram as vítimas, e depois retornaram a Brasnorte.
"Depois que essa divisão foi feita, enquanto as Forças de Segurança se mobilizavam para checar na cidade e fazer o cerco, esses indivíduos se deslocaram no HB20, na quinta-feira, final da tarde, para Rondônia”.
No estado vizinho, os policiais civis identificaram que três dos criminosos estavam hospedados em um hotel. Porém, quando realizaram a batida, o bando já havia fugido para uma casa. No novo esconderijo, foram presos os três bandidos e os irmãos, um deles recepcionista do hotel, que viu a movimentação da Polícia e avisou para que fugissem.
Ainda segundo a GCCO, o HB20 que foi utilizado na fuga para Vilhena foi apreendido na oficina mecânica do pai desses irmãos.
A Polícia Civil não divulgou o valor roubado, que ainda não foi recuperado.
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