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MASSACRE
27.11.2023 | 17h47 Tamanho do texto A- A+

"Foi preso com roupas íntimas das vítimas; é um predador sexual"

Delegado Bruno França informou que homem já tinha histórico de estupro e assassinato em outra cidade

Só Notícias/Lucas Torres

O delegado Bruno França, responsável pela investigação da chacina em Sorriso

O delegado Bruno França, responsável pela investigação da chacina em Sorriso

ANGÉLICA CALLEJAS
DA REDAÇÃO

O delegado de Polícia Civil Bruno França, responsável pela investigação da chacina que vitimou uma mãe e suas três filhas na noite de sexta-feira (24), em Sorriso, afirmou que o pedreiro Gilberto Rodrigues dos Anjos, de 32 anos, autor confesso do crime, é um "predador em série".

 

A premeditação é óbvia, porque ele morava na obra ao lado do local do crime e, como todo predador sexual, já vinha espreitando as suas vítimas

"A premeditação é óbvia, porque ele morava na obra ao lado do local do crime e, como todo predador sexual, já vinha espreitando as suas vítimas. Ele foi preso com roupas íntimas das vítimas. Não há maior demonstração de que se trata de um predador em série", disse França nesta segunda-feira (27).

 

"A alegação de que a droga seja responsável não convence a Polícia Civil. Primeiro porque esse rapaz ja é foragido por estupro e tentativa de homicídio, exatamente igual, em Lucas do Rio Verde. E ele é um latrocida foragido da cidade de Mineiros, em Goiás", continuou.

 

A chacina ocorreu na residência das vítimas, identificadas como Cleci Calvi Cardoso, 47 anos, e as filhas dela, Miliane Calvi Cardoso, 19, e duas menores de 13 e 10 anos.

 

A casa delas fica ao lado da obra onde Gilberto trabalhava e residia, no Bairro Florais da Mata. O delegado revelou que após receber a denúncia informando que o pedreiro tinha mandados de prisão em aberto, foi até a construção.

 

"Nós iniciamos uma série de entrevistas com todas as pessoas e, ao perceber que o cidadão estava faltando com a verdade e entrando em contradição, nós começamos a pressioná-lo e descobrimos que ele morava na obra".

 

Assim, os investigadores pediram os calçados de todos que trabalhavam na obra e, segundo o delegado, o chinelo de Gilberto correspondeu a uma pegada de sangue na cena do crime.

 

"Percebeu-se ainda que ele tinha uma falha no cabelo e, considerando que a vítima tinha arrancado muito cabelo do agressor, nós confrontamos ele com as informações e ele imediatamente já confessou ser o autor do crime".

 

"Chegando na delegacia ele confessou o crime e entregou as roupas que usou para cometê-lo. [Também] entregou as roupas íntimas das vítimas que havia levado como souvenir e apontou qual seria a faca do crime".

 

São quatro mulheres mortas, três foram esgorjadas, uma foi asfixiada de forma manual. Das quatro, três foram estupradas

Apesar da confissão de Gilberto, o delegado reiterou que é necessário aguardar o fim da investigação para, de fato, ter certeza de que ele seria o autor e o único envolvido na chacina.

 

"A gente tem que ver se tinha mais gente envolvida, se ele realmente fez isso sozinho, se existe algum tipo de comparsa. No momento, o que nós temos é uma tragédia. São quatro mulheres mortas, três foram esgorjadas, uma foi asfixiada de forma manual. Das quatro, três foram estupradas".

 

"A gente espera nunca ter que passar pelo que nós, a nossa cidade e todos os policias envolvidos passaram hoje. Eu acredito que ninguém mais vai ser a mesma pessoa depois de passar por essa situação".

 

Ao fim do depoimento na delegacia na tarde desta segunda-feira (27), Gilberto foi transferido para o presídio Ferrugem, em Sinop, após receber ameaças de linchamento da população que se revoltou com o crime.

 

O caso segue sendo investigado pela Polícia Civil.

 

Assista abaixo, na íntegra, a entrevista do delegado Bruno França:

 

 

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Chauke Stephan Filho  28.11.23 16h43
O Estado (anti)nacional do Brasil convive muito bem com bandidos, sempre favorecidos por muitas "garantias", mas não garante a liberdade de expressão dos cidadãos de bem. Os bandidos estão livres para matar, enquanto nem parlamentares podem falar. Os "operadores do direito" chamam essa situação de "Estado Democrático de Direito". Os censores politicamente corretos estão sempre vigilantes, mas ninguém guardava a casa onde estava a família Calvi Cardoso. Os tiranetes togados abafam as vozes dissidentes do estabilismo e não ouvem os gritos de mulheres entregues à sanha sanguinária de um facínora. BASTA! O Judiciário vive em paz e amizade com os bandidos. Grandes traficantes saem de penitenciárias pelo portão da frente. Organizações criminosas dominam os bairros das cidades. Os amigos de nossos inimigos são também nossos inimigos. A paz deles ou a lei deles não garante a nossa segurança. Só a guerra total contra o crime, contra os assaltantes, os estupradores, os corruptos, os ladrões e assassinos, como também contra os seus defensores no Estado, garantirá a vida e a liberdade nossas e de nossos sucessores. Neste momento de grande perda, Sorriso é dor e raiva, sentimentos que todo o Brasil sente, na compaixão inspirada pelas vítimas da diabólica e mortal agressão que ceifou as vidas de quatro mulheres de uma amorável família de Sorriso. Os cuiabanos expressamos nossas condolências à família enlutada como a todos os irmãos e irmãs da cidade de Sorriso.
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Marcia  28.11.23 10h02
Esse caso pra mim tinha que morrer na cadeia, pegar pena máxima. Infelizmente Brasil não tem pena de morte, esse seria um caso comprovado pra pena de morte. Justiça falha, esse monstro não pode viver em sociedade.
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wagner   28.11.23 07h03
Com a belíssima atuação da justiça deve ficar 6 meses em regime fechado, e o povo dos direitos humanos irá la para defende-lo.
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Ildo Pereira   28.11.23 06h37
Infelizmente mais uma vez por falhas de nosso sistema de justiça e segurança pública, mais uma família dilacerada
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