Cuiabá, Segunda-Feira, 14 de Julho de 2025
MORTE DE JOVEM
13.04.2017 | 15h31 Tamanho do texto A- A+

PM envolvido em tiroteio terá que entregar sua arma

Justiça determinou ainda a soltura de jovens que haviam sido presos pelo policial

Reprodução

Renan Luna (detalhe) foi assassinato no último domingo em Nova Xavantina

Renan Luna (detalhe) foi assassinato no último domingo em Nova Xavantina

KARINA CABRAL
DA REDAÇÃO

A juíza Luciene Kelly Marciano Roos, da 2ª vara da Comarca de Nova Xavantina, determinou que o major da PM Roosevelth Fabiano Escolástico, envolvido no episódio que resultou na morte de um estudante no último domingo, na cidade, entregue sua pistola às autoridades. Ela também determinou a abertura de inquérito policial para investigá-lo.

 

Renan Luna, de 22 anos, morreu com um tiro na cabeça ao final de uma festa na madrugada.

 

Além disso, a juíza proibiu o oficial de manter contato com as testemunhas e fazer parte de qualquer tipo de investigação a respeito do caso.

 

A juíza assinou ainda o alvará de soltura de três rapazes que haviam sido detidos na noite do homicídio, acusados de cometer injuria contra o major e apresentar resistência à prisão de supostos usuários de drogas. Essa discussão, segundo o major, teria resultado no tiroteio que acabou resultando na morte do estudante.

 

Segundo a assessoria da Polícia Civil, foram encontrados no local duas cápsulas de munição calibre 40, mesmo da arma do major, um projétil intacto e um fragmento de munição.

 

Roosevelth Fabiano afirmou que só deu tiros direcionados ao chão, que Renan teria sido vítima de uma bala perdida e que o local acabou se transformando em uma situação de guerra.  

 

Já o melhor amigo de Renan, Mauri Júnior Machado, de 22 anos, que estava com o rapaz no momento da fatalidade, afirma que o amigo não foi vítima de bala perdida, mas sim de execução. Ele disse ainda que não teria acontecido um tiroteio no momento do homicídio, mas sim somente o tiro em Luna.

 

Até o momento o laudo da perícia ainda não saiu.  

 

A família

 

Em entrevista exclusiva para o MidiaNews, Alana Luna, 26 anos, irmã de Renan, deixa clara a dificuldade da família em aceitar o que aconteceu.

 

“Ninguém que não passou por isso é capaz de saber o que eu sinto agora. Ninguém é capaz de entender o desespero de uma mãe ao sepultar o filho, sepultar alguém no começo da vida, saudável e de forma tão cruel. Talvez sim, se fosse um acidente de carro, talvez sim, se fosse qualquer outra situação. Mas um ato que simplesmente parece com uma execução, não é fácil de digerir”, lamentou a irmã.

 

Segundo Alana, a família ainda não sabe o que aconteceu, mas que tem toda certeza que o irmão não fez nada para que merecesse morrer de forma tão trágica e que agora está buscando respostas para conseguir aceitar o que aconteceu.

 

“Eu quero saber por que atiraram nele, eu quero saber por que tiraram a vida dele. Porque ninguém tem esse direito. Deus dá e Deus tira. Ninguém tinha essa permissão de atirar no meu menino. Essas respostas virão com o tempo. A gente pode fugir da justiça, mas ela existe. E a gente vai lutando para fingir que talvez isso seja mentira, mas é verdade”. 

 

Renan é natural de Água Boa, mas morava em Bauru (SP), onde estava cursando Engenharia Elétrica. Ele estava em Nova Xavantina a passeio.

 

Leia mais sobre o assunto:

 

PM investiga ação de major em confusão que resultou em morte

 

Entre no grupo do MidiaNews no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).




Clique aqui e faça seu comentário


COMENTÁRIOS
0 Comentário(s).

COMENTE
Nome:
E-Mail:
Dados opcionais:
Comentário:
Marque "Não sou um robô:"
ATENÇÃO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do MidiaNews. Comentários ofensivos, que violem a lei ou o direito de terceiros, serão vetados pelo moderador.

FECHAR

Preencha o formulário e seja o primeiro a comentar esta notícia