Cuiabá, Terça-Feira, 9 de Setembro de 2025
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09.07.2024 | 11h25 Tamanho do texto A- A+

Polícia: Zampieri foi morto por disputa de terra de R$ 100 milhões

Delegado indiciou o fazendeiro Aníbal Manoel Laurindo como mandante do assassinato

Victor Ostetti/MidiaNews

O delegado Nilson Farias durante coletiva sobre caso Zampieri

O delegado Nilson Farias durante coletiva sobre caso Zampieri

LIZ BRUNETTO E ANGÉLICA CALLEJAS
DA REDAÇÃO

O delegado Nilson Farias disse ter “101% de certeza” de que o empresário Aníbal Manoel Laurindo foi o mandante da morte do advogado Roberto Zampieri, ocorrida no ano passado em Cuiabá. A motivação seria uma disputa de terras avaliadas em R$ 100 milhões no Município de Paranatinga.

 

Nesta terça-feira (8), ele concedeu uma entrevista coletiva para falar sobre a conclusão do inquérito.

Minha conclusão como autoridade policial, falo com 101% de certeza, é de que foi a Aníbal quem mandou matar o advogado Roberto Zampieri

 

No celular do coronel Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas, réu acusado de intermediar o crime, foram encontradas informações sobre o processo cível a respeito da disputa dessas terras, ligações e fotos do escritório do advogado.

 

“Minha conclusão como autoridade policial, falo com 101% de certeza, é de que foi a Aníbal quem mandou matar o advogado Roberto Zampieri”, afirmou.

 

O delegado explicou que a motivação foi uma disputa de terras em Paranatinga e a decisão de matar o advogado veio quando Zampieri entrou com uma ação civil com pedido de produção de provas referente a esse processo.

 

“Essa terra está avaliada em aproximadamente em R$ 100 milhões e são fazendas contíguas em que um irmão perdeu a primeira ação que buscava reivindicar essa terra. Na hora de executar a sentença passou a executar também a fazenda do Aníbal como se fosse uma fazenda. Aí ele entra com uma interdição de terceiros para defendê-la”.

 

Segundo o delegado, no mesmo dia em que Zampieri entrou com o pedido de produção foi retirada uma foto com o endereço do escritório do advogado.

 

“Eles já estavam na tratativa desde setembro, porém quando o advogado Roberto Zampieri entra com um pedido de produção de provas, é como se houvesse um desespero e é quando é retirada a foto, exatamente no mesmo dia”.

 

Saiu livre

 

A esposa de Aníbal, Elenice Ballaroti Laurindo, foi inicialmente apontada como cúmplice, depois que a Polícia encontrou uma transferência bancária de R$ 2 mil em nome dela para a conta do coronel Caçadini.

 

A Polícia decidiu não indiciá-la por falta de outras provas, uma vez que identificou que quem estaria por trás da autoria do crime era Aníbal.

 

O executor do crime, à época em que foi preso, mencionou um suposto homem de sotaque italiano, que teria dito em um áudio que o irmão já havia perdido uma terra para o advogado. Aníbal é na verdade sulista.

 

Monitorado por tornozeleira

 

Aníbal chegou a ser preso em 11 de março deste ano, mas foi solto no mesmo dia após ter a prisão revogada. Ele hoje é monitorado por tornozeleira eletrônica enquanto os supostos executores seguem presos.

 

A defesa à época argumentou que a prisão foi uma medida extrema e que as provas contra o fazendeiro eram frágeis. Ainda sustentou que ele é um homem idoso e possui comorbidades que precisam de cuidados especiais.

 

“Essa é uma análise que vai depender do Poder Judiciário. Eu pedi a prisão dele. Então, eles agora tem que analisar se continua dessa forma ou não”, disse o delegado.

 

O caso 

 

Roberto Zampieri foi assassinado no dia 5 de dezembro do ano passado, quando deixava seu escritório no bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá.

 

Ele havia acabado de entrar em seu carro, um Fiat Toro branco, quando o assassino se aproximou e atirou dez vezes contra ele. 

 

Em fevereiro deste ano, o juiz Wladymir Perri, da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, acolheu o pedido do Ministério Público Estadual tornou Antônio Gomes da Silva, Hedilerson Fialho Martins Barbosa e Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas réus pelo. 

 

Além disso, o magistrado converteu a prisão temporária do trio em preventiva.

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