O prefeito Abílio Brunini (PL) voltou a criticar o contrato firmado entre a Prefeitura de Cuiabá e a empresa CS Mobi durante a gestão do ex-prefeito Emanuel Pinheiro (MDB). Segundo Abilio, o acordo trouxe benefícios quase exclusivos à empresa privada, em detrimento do interesse público.
A declaração foi dada na manhã desta terça-feira (8), durante uma entrevista coletiva na Câmara Municipal de Cuiabá, um dia após o ex-prefeito prestar depoimento à CPI da CS Mobi, no Legislativo muinicipal.
Na ocasião, Abílio rebateu os elogios feitos por Emanuel Pinheiro (MDB) ao contrato.
"Esse contrato só traz benefício para a empresa CS Mobi, que pegou um dinheiro emprestado para construir o que ela está construindo, vinculou ao contrato e ao repasse do município esse empréstimo que ela pegou com a garantia de que o município vai pagar pelas vagas de estacionamento, estejam elas ocupadas ou não”, concluiu.
Durante a CPI, os vereadores de Cuiabá constataram que a Prefeitura poderá pagar até R$ 650 milhões, sem contar a correção inflacionária, por uma obra do Mercado Municipal da Miguel Sutil, localizado na Avenida Isaac Póvoas. Inicialmente, o custo previsto era de R$ 145 milhões.
Além da execução da obra, a empresa responsável também administra o estacionamento rotativo na capital. De acordo com Abilio, o contrato prevê que a Prefeitura pague pelas vagas de estacionamento espalhadas pela cidade, mesmo quando não estão ocupadas.
Segundo o gestor, um levantamento feito pela atual gestão aponta que apenas entre 20% e 30% dessas vagas são efetivamente utilizadas pela população.
“Só para deixar claro: as vagas de estacionamento são pagas pela Prefeitura, usadas ou não. Se ninguém estacionar na vaga de estacionamento, a Prefeitura ainda tem que pagar por ela. Se alguém estacionar na vaga, ela ajuda a abater parte do custo. Mas, se ninguém estacionar, nós que pagamos. Hoje, a taxa de ocupação está entre 25% e 30%. Então, 70% das vagas estão ociosas, e quem paga por elas somos nós”, explicou Abilio.
De acordo com o prefeito, a Prefeitura se encontra em uma situação delicada por causa do contrato assinado na gestão anterior. Ele afirmou que sua administração está buscando formas de minimizar os impactos negativos sobre os cofres públicos.
“Esse contrato é muito a favor da empresa. Me surpreende o Emanuel defendendo tanto. Estamos numa situação muito delicada, porque o rompimento do contrato também trará um prejuízo muito grande ao município. Eu lamento o que foi feito na gestão anterior. Vamos ter que buscar uma forma de minimizar os danos, mas, infelizmente, essa é a realidade”, afirmou.
Veja o vídeo:
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