O prefeito eleito de Cuiabá Abilio Brunini (PL) detonou a obra de revitalização do Mercado do Porto, durante uma visita ao local nesta segunda-feira (23). Ele publicou um vídeo em suas redes sociais em que aponta diversos problemas estruturais e de descarte de entulho.
O último prazo anunciado pelo prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) para entrega da reforma, que custou R$ 14 milhões, era dia 16 de dezembro. Entretanto, como a obra não ficou pronta, a data foi adiada para a próxima sexta-feira (27).
"A Prefeitura de Cuiabá quer inaugurar essa obra agora no dia 27 de dezembro, no término do mandato do atual prefeito. Só que esta obra está inacabada. Existe uma legislação municipal que proíbe a inauguração de obras inacabadas no nosso município", diz Abilio no vídeo.
Abilio, então, mostrou vários registros da reforma do novo espaço, que deve receber 157 bancas. Um dos primeiros problemas estruturais que ele apontou foi a falta de pontos de cano de esgoto para escoamento, e também de abastecimento de água.
"Algumas bancas, como essa aqui, por exemplo, não têm nenhum ponto de esgoto, nenhum ponto de água. Ela vende fruta, verdura, legumes, e não tem ponto de esgoto para lavar a banca. E no próprio corredor também não tem nenhuma saída de água para poder se lavar o corredor".
"Além dessa situação do esgoto, a gente não identificou no local nenhuma instalação de prevenção de combate a incêndio. Muito preocupante isso. A obra ainda apresenta algumas avarias, em algumas estruturas dela que seguram o telhado", complementa.
Nas imagens, o prefeito eleito mostra uma tubulação remendada com fita para reparos, rachaduras em vários locais do piso e um bueiro mal fechado. Abilio ainda filmou o momento em que os funcionários da obra jogam cimento diretamente sobre a terra batida e os canos, sem a sustentação de metal para proteger as tubulações.
Descarte irregular e lixo em APP
"O entulho da obra está sendo jogado aqui, nessa Área de Preservação Permanente. A Prefeitura não dando exemplo. Outra coisa que me incomoda é como a Prefeitura quer inaugurar uma obra que nem o lixo ela está tirando. Olha a situação do lixo aqui da Feira do Porto".
A questão do lixo acumulado nos fundos da feira é um problema antigo e que gera muita queixa tanto entre os comerciantes quanto os clientes, devido ao mau cheiro que se espalha, principalmente durante a tarde, período em que o calor atinge o pico.
"Olha aí, o lixo em uma área de preservação permanente, no fundo da feira, que não é coletado pela Prefeitura. Enquanto isso, a obra, que era para ser o depósito do lixo, está desse jeito: parada. E o lixo lá", disse Abilio, enquanto mostrava a obra inacabada do depósito.
Suposta venda de box
Na publicação, Abilio ainda denunciou ter encotrado no site de vendas online OLX o anúncio da venda de um box, no valor de R$ 300 mil, na nova área a ser entregue. "Vendo ponto comercial no Mercado do Porto!!!! 30m², podendo abrir lanchonetes, restaurantes, comércio alimentício. Excelente oportunidade de negócio", oferece o anúncio.
Diante disso, o prefeito eleito afirmou que irá cobrar investigação sobre o caso. "Não é assim que funciona, não. A gente vai investigar para saber se é verdade. Se for verdade, quem vendeu já vai juntando dinheiro para devolver".
A revitalização
Victor Ostetti/MidiaNews
Bancas que estão sendo construídas no Mercado do Porto
A obra de revitalização do Mercado Municipal Antônio Moisés Nadaf - como é oficialmente chamado o Mercado do Porto - teve início em abril de 2019.
Cerca de 100 mil pessoas passam pelo estabelecimento mensalmente, que oferece uma diversidade de alimentos, como frutas, verduras, legumes, carnes, doces e também artesanato.
Apesar da alta rotatividade de clientes, foi somente em agosto de 2023 que a Prefeitura entregou a primeira parte da reforma, sendo que a previsão de término era estimada em dois anos.
Já em abril de 2024, a gestão Municipal anunciou o início da segunda parte da obra. O prazo de entrega foi determinado para novembro, sendo adiado para 16 de dezembro e, por fim, para 27 de dezembro.
Entretanto, Abilio afirmou que, caso a reforma não seja concluída a tempo, não haverá inauguração e o espaço ainda será fechado para retomada das obras.
"No dia 2 de janeiro, se ao entrarmos, a obra não estiver concluída, iremos anular o ato de inauguração, conforme prevê a lei, e vamos fazer as obras de conclusão", escreveu na publicação.
"Nós teremos de fechar, se necessário for, para poder fazer as obras de estrutura que precisa fazer, de lixo, de prevenção e combate ao incêndio, de segurança, para que as pessoas possam trabalhar".
Assista ao vídeo:
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