O governador de Mato Grosso Mauro Mendes (União) disse que, em sua avaliação, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não encabeçou uma tentativa de golpe de Estado em 2022.
A PGR (Procuradoria-Geral da República) pediu na segunda-feira (14) a condenação de Bolsonaro e dos outros sete réus do núcleo central da chamada "trama golpista". O posicionamento, que consta nas alegações finais do processo, está sob análise do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
Questionado se acredita que o ex-presidente possa ser condenado, como indiciou a PGR, Mendes disse saber pouco sobre o processo. Mas opinou, segundo ele, como cidadão.
“Como cidadão, olhando distante, eu não vi golpe! Não vi tanque na rua, não vi um tiro sendo dado... Não vi nada disso acontecendo. Eu vi velhinhos e crianças chorando na porta de quartel com bandeira do Brasil, cantando o hino nacional. Isso não é golpe, é manifestação”, disse o governador à imprensa.
“Invadiram e erraram”
Sobre os condenados pelas invasões dos Poderes no dia 8 de janeiro de 2023, em Brasília, Mendes reafirmou que houve crime, mas ponderou que as penas foram muito rigorosas.
“Os atos de 8 de janeiro eu já condenei várias vezes. Sou contra invasão. Invadiram, erraram e depredaram e têm que ser responsabilizados e criminalizados. Agora, não para [serem condenados a] 15 anos de prisão. Tem gente que mata um cidadão e pega seis ou oito anos de cadeia”, disse.
O governador comparou o 8 de janeiro a invasões de propriedades promovidas pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
“O cara vai lá, pinta uma estátua, invade, e vai pegar 15 anos? Tem alguém do MST preso nesse Brasil? Quantas propriedades foram invadidas pelo MST? O Congresso não é mais importante que o lar e a fazenda de ninguém. Se invadiu, tinha que estar preso também. E não está”, disse Mendes.
“Então existem dois pesos e duas medidas, e isso deve ser dito. Respeito as autoridades, mas nesse momento vejo uma confusão – pelo menos à luz do que conheço – acontecendo nesse país. Isso não é bom para o curto, médio e longo prazo da nação brasileira”, completou.
Ação contra Bolsonaro
As alegações finais na ação contra Bolsonaro foram entregues pelo procurador-geral da República Paulo Gonet ao ministro Alexandre de Moraes, que agora pode agendar o julgamento do mérito da ação.
Bolsonaro responde por crimes como organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio público e deterioração do patrimônio tombado.
Se condenado, a pena pode passar de 40 anos de prisão.
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