“Acredito na inocência dele”, diz Maluf sobre primo preso

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Guilherme Maluf (PSDB), saiu em defesa do empresário Alan Malouf, sócio do buffet Leila Malouf, preso nesta quarta-feira (14), na deflagração da 3ª fase da Operação Rêmora, denominada "Grão Vizir", que investiga esquema de propinas e fraudes em licitações na Secretaria de Estado de Educação (Seduc).

O parlamentar declarou que acredita na inocência do empresário, que é seu primo.

“Acredito que o Alan irá mostrar todos os dados que tem e mostrará que é inocente. Acredito na inocência dele. Agora, vamos esperar as discussões judiciais”, afirmou Maluf, em entrevista à Rádio Capital FM, nesta quinta-feira (15).

Acredito que o Alan irá mostrar todos os dados que tem e mostrará que é inocente. Acredito na inocência dele. Agora, vamos esperar as discussões judiciais

“Muitas vezes se tem o nome envolvido em uma série de situações, mas, no final das investigações, não chega a se tornar réu”, completou.  

Alan Malouf foi citado na delação premiada do empresário Giovani Guizardi, dono da Dínamo Construtora Ltda, como financiador do suposto caixa dois da campanha do governador Pedro Taques, em 2014. Ele teria tentado recuperar o dinheiro com fraudes na secretaria.

Na mesma delação, Guizardi apontou que o deputado integrava o “núcleo de agentes políticos” da organização criminosa na Seduc.

Maluf, que já havia declarado que não tinha participação, afirmou que é preciso cautela do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), responsável pela operação.

“Ninguém está acima da lei. Peço que façam as investigações, que realmente concluam o processo, mas que não façam um pré-julgamento sem dar todos os direitos constitucionais”, disse.

“Em muitas dessas investigações, infelizmente, esses direitos constitucionais são omitidos. Você já se torna culpado, antes mesmo de um julgamento. Esse é um cuidado que nós temos que ter”, declarou.

Além disso, Maluf afirmou que, mesmo sendo inocente, o envolvimento de seu nome na delação de Guizardi já trouxe prejuízos a sua imagem política.

“O agente político, quando tem seu nome envolvido, seja fato ou versão, acaba prejudicado. Por isso, precisamos ter muito cuidado no envolvimento de uma pessoa nos processos ou em uma divulgação exagerada. Ninguém é contra se fazer apuração, mas sou contra condenar alguém, antes mesmo dela ser condenada”, pontuou.

As acusações

Em seu depoimento, o empresário Giovani Guizardi disse que os pagamentos de propina aconteciam sempre em dinheiro e eram realizados pelos empresários que aderiram ao esquema.

Do total da propina, segundo ele, 25% eram destinados ao deputado Guilherme Maluf, que “tinha o real poder político dentro da Seduc”.

Marcus Mesquita/MidiaNews

O empresário Alan Malouf, preso na 3ª fase da Operação Rêmora

O proprietário da Dínamo detalhou que Guilherme Maluf “estaria ciente das ações da organização criminosa”, o que lhe foi confirmado pelo empresário Alan Malouf, sócio do Buffet Leila Malouf, que também atuava no esquema, conforme o delator.

A prisão de Alan

O decreto prisional, segundo apurou a reportagem, teve como base a delação premiada do empresário Giovani Guizardi, que estava preso desde maio e foi solto no início deste mês. 

Em sua delação, ele confessou ter integrado o esquema e afirmou que ele e Alan Malouf arquitetaram as fraudes na Seduc. Guizardi disse que Alan investiu R$ 10 milhões na campanha de Taques e, por isso, queria receber o investimento de volta por meio do esquema.

Guizardi contou que era o responsável por cobrar a propina dos empresários que integravam o cartel, no valor de 5% dos contratos e das medições que os mesmos tinham a receber da Seduc. 

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