O empresário Alan Malouf, sócio do Buffet Leila Malouf, se entregou à Justiça no final da tarde desta quarta-feira (14), três horas após ter sido alvo da 3ª fase da Operação Rêmora.
O mandado de prisão foi expedido pela juíza Selma Arruda, da Vara Contra o Crime Organizado da Capital. Ele se apresentou à magistrada e foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML). De lá, ainda não foi confirmado se ele seguirá para o Centro de Custódia da Capital para a Penitenciária Central do Estado.
A 3ª fase da Operação Rêmora, denominada "Grão Vizir", investiga esquema de propinas e fraudes em licitações na Secretaria de Estado de Educação (Seduc).
Segundo apurou a reportagem, no período em que ficou "foragido", o empresário já teria definido com a sua defesa os termos de uma eventual colaboração premiada.
Nessa fase, o possível delator relata fatos que podem vir a fazer parte da colaboração, a ser firmada com o Ministério Público Estadual (MPE).
A provável delação é corroborada por recente ofício encaminhado pela defesa do empresário à juíza, em que Alan Maouf novamente se declarava aberto a colaborar com as investigações.
Também estão presos por conta da operação o ex-secretário de Estado de Educação, Permínio Pinto (PSDB) e o ex-servidor da Seduc, Fábio Frigeri.
Citado em delação
O decreto prisional, segundo apurou a reportagem, teve como base a delação premiada do empresário Giovani Guizardi, que estava preso desde maio e foi solto no início deste mês.
Em sua delação, ele confessou ter integrado o esquema e afirmou que ele e Alan Malouf arquitetaram as fraudes na Seduc. Guizardi disse que Alan investou R$ 10 milhões na campanha do governador Pedro Taques (PSDB) e, por isso, queria receber o investimento de volta por meio do esquema.
Guizardi contou que era o responsável por cobrar a propina dos empresários que integravam o cartel, no valor de 5% dos contratos e das medições que os mesmos tinham a receber da Seduc. Até a deflagração da operação, o esquema teria rendido R$ 1,2 milhão, de acordo com ele.
Desta porcentagem, segundo Guizardi, 25% eram destinados ao presidente da Assembleia Legislativa, Guilherme Maluf (PSDB); outros 25% para o então secretário de Educação, Permínio Pinto; 25% para o empresário Alan Malouf, sócio do Buffet Leila Malouf; 5% para o ex-servidor da Seduc, Fábio Frigeri; 5% para o também ex-servidor Wander Luis dos Reis e 10% restantes ficavam para ele.
Os 5% entregues a Wander seriam “a titulo de administração do esquema (combustível, telefone celulares, energia, aluguel da sala comercial no Edifício Avant Garden – onde as reuniões do grupo criminoso eram realizadas – entre outras despesas)”, disse Guizardi, em seu depoimento.
Em nota, a assessoria de Malouf informou que o empresário está à disposição para colaborar com a Justiça.
Leia a nota abaixo:
"Sobre a operação "Grão Vizir" realizada nesta quarta-feira (14), que teve como alvo o empresário Alan Malouf, esclarecemos que desde o primeiro momento em que seu nome foi citado nas investigações da operação "Rêmora", o empresário informou às autoridades que estava à disposição para prestar os esclarecimentos devidos.
Assim que tomou conhecimento oficialmente da operação, Alan se apresentou espontaneamente ao juízo da 7ª Vara Criminal e reiterou a disposição de colaborar na elucidação dos fatos.
Ratificamos ainda que não existe nenhum acordo de colaboração premiada sendo elaborado, conforme noticiado pela imprensa.
A defesa do empresário aguarda ter acesso aos autos para tomar as medidas cabíveis e entrar com o pedido de liberdade."
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5 Comentário(s).
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Rosemeire 15.12.16 10h48 | ||||
Investigação pra lá investigação pra cá prende solta....tudo blz Excelente trabalho da justiça e MPE más kde o dinheiro público que não reaparece nos caixas o estado está falido. Acorda povo matogrossense! | ||||
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CLARICE 15.12.16 08h10 | ||||
Parabéns Dra. Selma, excelente trabalho. | ||||
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BERNARDO 14.12.16 21h45 | ||||
Se ele é o GRÃO VIZIR, quem será o SULTÃO? | ||||
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Flávio 14.12.16 21h43 |
Flávio , seu comentário foi vetado por conter expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas |
Paulo 14.12.16 19h47 | ||||
Acredito que o grão vizir seja outro. Resta então prendê-lo; e depois cadeia ao sultão! | ||||
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