Cuiabá, Quinta-Feira, 9 de Outubro de 2025
ESQUEMA NO SENADO
13.12.2010 | 08h23 Tamanho do texto A- A+

Assessora de Serys Slhessarenko leva R$ 4,7 milhões

Em documento, Liane Muhlenberg negou que trabalhava no Senado

Reprodução

Serys Slhessarenko assumiu na última semana a relatoria o Orçamento 2011, assessora pediu demissão

Serys Slhessarenko assumiu na última semana a relatoria o Orçamento 2011, assessora pediu demissão

LEANDRO COLON E FÁBIO GRANER
ESTADO DE SÃO PAULO

Uma entidade em nome de uma assessora da senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), que assumiu semana passada a relatoria do Orçamento de 2011, conseguiu R$ 4,7 milhões em convênios com o governo sem precisar de licitação. No processo para aprovar a liberação do dinheiro, a assessora assinou uma declaração falsa de que não trabalha no Senado.

O dinheiro, oriundo de emendas de parlamentares do PT, é destinado a shows e eventos culturais. A entidade é o Instituto de Pesquisa e Ação Modular (Ipam), presidido por Liane Maria Muhlenberg, que trabalha no Senado desde 2007. No dia 9 de agosto deste ano ela foi transferida do gabinete de Serys para a segunda-vice presidência do Senado, dirigida pela petista.

O Estado analisou nove convênios da entidade com o governo. Liane entregou aos Ministérios do Turismo e da Cultura uma declaração, com data de 2 de março de 2010, em que afirma que os dirigentes do Ipam, incluindo ela, "não são membros dos Poderes Executivo, Legislativo".

Em entrevista concedida ontem ao Estado, Liane admitiu que assinou o documento com a falsa informação. "Foi uma irresponsabilidade minha. Uma desatenção, um equívoco", disse.

Ela afirmou ainda que ontem enviou, por e-mail, um pedido de demissão do cargo à senadora Serys. Embora seja lotada na segunda vice-presidência do Senado, Liane disse que cumpre expediente no gabinete pessoal da senadora petista.

A senadora Serys assumiu na semana passada a relatoria do projeto de lei do Orçamento de 2011. Foi escolhida em razão da renúncia do ex-relator Gim Argello (PTB-DF), que entregou a função depois de uma série de reportagens do Estado mostrando ligações de emendas orçamentárias dele com institutos fantasmas e empresas em nome de laranjas.

Antes de Serys, o governo havia indicado Ideli Salvatti (PT-SC), que abriu mão do cargo depois de ser escolhida ministra da Pesca pela presidente eleita Dilma Rousseff.

Agora, o governo vai precisar administrar o desgaste de ter o segundo relator seguido do Orçamento envolvido com o mesmo tipo de problema.

A entidade da assessora de Serys recebeu no ano passado R$ 900 mil dos cofres públicos. Para 2010, já foi liberado R$ 1,5 milhão. Outros R$ 2,3 milhões estão empenhados, ou seja, garantidos pelo governo ao Ipam para exercício de 2010. Esses convênios são fechados para a realização de eventos culturais e turísticos, sem necessidade de concorrência pública.

Vantagens

Como assessora de uma senadora do PT, a presidente do Ipam beneficiou-se de emendas de integrantes do partido, entre eles os deputados Jilmar Tatto (SP), Geraldo Magela (DF) e Paulo Rocha (PA). A senadora Fátima Cleide (RO), o ex-senador João Pedro (AM) e o deputado Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), recém-eleito senador, também destinaram recursos do Orçamento para o Ipam.

A entidade recebeu dinheiro do governo para realizar eventos sobre os 50 anos de Brasília e feiras de paisagismo em vários Estados, entre outros projetos beneficiados. Pelo menos R$ 1,5 milhão, empenhado na última sexta-feira, será destinado à entidade para repasse ao projeto Ilha de Marajó: A Revolta da Ave Caruana, dirigido por Tizuka Yamasaki.

O envolvimento da assessora da senadora Serys com entidade e emendas parlamentares é mais um capítulo na farra no esquema montado por institutos com o dinheiro público. Na sexta-feira, a reportagem mostrou que uma entidade fantasma, o Inbrasil, usou uma carta com a assinatura do ministro das Relações Institucionais Alexandre Padilha para conseguir a liberação de dois convênios no valor de R$ 3,1 milhões.

O ministro nega a autoria da assinatura e pediu uma investigação da Polícia Federal. Uma ex-assessora de Padilha, Crisley Lins, contou ao Estado que recebeu o documento do gabinete do ministro e que pediu ao próprio Padilha um favor ao instituto. O Ministério do Turismo decidiu suspender os convênios.

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COMENTÁRIOS
13 Comentário(s).

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JORGE FREITAS  13.12.10 14h43
e aí? vai pra cadeia???
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Carla Aparecida Viegas  13.12.10 14h32
SEERYS, PEDE PRA SAIR LOGO, COMO FEZ O ARGELLO, SENAO A CASA CAI....
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Rivadavia Correia Borges  13.12.10 14h30
Ue nào to entendendo? O PT nào e aquele partido que o Jose Dirceu falou que nào rouba e nào deixa roubar. Nào entendo mais nada Ptzada.Vcs enganaram o povo direitinho.
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MARIANA MUTTI  13.12.10 14h16
TA DIFICIL DE ENCONTRAR RELATOR PRO ORÇAMENTO. QUE FALTA DE VERGONHA NA CARA. A SENADORA TEM TANTOS ASSESSORES QUE NÃO SABE DE NADA? CHEGA DE TRATAR O POVO COMO IDIOTAS. JÁ AGUENTAMOS OITO ANOS O BARBUDO DIZER QUE NÃO SABIA DE NADA. TENHO NOJO DE CONVIVER COM TANTA FALTA DE ÉTICA, E ÓBVIO DE VERGONHA NA CARA, QUE ESSA "CLASSE POLITICA" PERDEU AINDA MAIS NO GOVERNO DO PT.
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Antonio de Oliveira  13.12.10 14h07
Mas o que comentar? Esta é a cúpula do PT. São alunos exemplares. Aprederam tudo direitinho com o Professor Lula. Arrebenta PT com o Brasil, que é isto que o povo quer, pois colocaram vcs novamente aí no poder. Excelente.
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