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12.12.2022 | 17h23 Tamanho do texto A- A+

Bolsa tem forte queda com mercado temendo intervenção em estatais

Às 17h22, o Ibovespa caía 2,29%, aos 105.068 pontos; Mais cedo, a Bolsa chegou a cair cerca de 3,4%

Divulgação

Bolsa de valores em queda

Bolsa de valores em queda

DA FOLHAPRESS

Temores de que o governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fará mais intervenções na economia do que as esperadas pelo mercado provocaram nesta segunda-feira (12) uma forte baixa na Bolsa, além de impulsionarem altas do dólar e dos juros.


Notícias de que o governo discute modificar a Lei das Estatais para permitir nomeações políticas estão no centro dessas preocupações. As supostas alterações poderiam facilitar a condução do ex-ministro petista Aloizio Mercadante ao comando do BNDES e o senador Jean-Paul Prates (PT) para a Petrobras.


A lei das estatais diz que "é vedada a indicação, para o Conselho de Administração e para a diretoria, da pessoa que atuou, nos últimos 36 meses, como participante de estrutura decisória de partido político ou em trabalho vinculado a organização, estruturação e realização de campanha eleitoral".


Às 17h22, o Ibovespa caía 2,29%, aos 105.068 pontos. Mais cedo, a Bolsa chegou a cair cerca de 3,4%, atingindo a pontuação mínima do dia, de 103.876 pontos.


No mercado de juros futuros, a taxa DI (Depósitos Interbancários) para 2024, que serve de referência para o setor de crédito de curtíssimo prazo, passava de 13,80% para 13,91% ao ano, o que representava a maior elevação desse indicador em uma semana.


No mercado de câmbio, o dólar comercial à vista fechou em alta de 1,27%, cotado a R$ 5,3120 na venda.


As ações preferenciais da estatal petrolífera despencavam 3,08%. O Banco do Brasil, outra empresa com peso na Bolsa e que é controlada pelo governo, tombava 3,20%.


Mercadante coordenou o programa de governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e hoje comanda os grupos técnicos da equipe de transição.


"O Mercadante é mais voltado à ampliação da participação do governo nas estatais e, sobretudo na Petrobras, não é isso o que o mercado quer", disse Gabriel Meira, especialista e sócio da Valor Investimentos.


"No caso do BNDES, há a preocupação da retomada de uma prática como era a do governo de Dilma Rousseff, que buscava construir campeões nacionais, ou seja, financiava grandes empresas que não precisariam desse suporte porque têm acesso ao mercado de capitais", completou Meira.


Durante a campanha, Lula já defendeu um papel mais ativo para o BNDES durante seu novo mandato. Na semana passada, o próprio Mercadante defendeu que o banco precisa voltar a atuar fortemente no processo de reindustrialização.


Mercadante disse nesta segunda que desconhece "qualquer iniciativa" por parte do governo eleito de alteração na Lei das Estatais. Ele também se recusou a responder se será indicado para comandar algum ministério ou estatal no próximo governo, reportou a agência Reuters.


A tramitação da PEC (proposta de emenda à Constituição) da Transição na Câmara e a diplomação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), nesta segunda-feira, também estão no foco dos investidores.


O mercado busca pistas sobre a definição da equipe do próximo governo e qual será a política fiscal a ser adotada. A expansão dos gastos públicos é um dos pontos mais sensíveis neste momento.


A semana também tende a ser de cautela global antes da reunião de política monetária nos Estados Unidos, quando o Fed (Federal Reserve) irá divulgar a sua última decisão do ano sobre a taxa de juros do país, na quarta-feira (14).


O cenário externo também foi desfavorável aos papéis de empresas brasileiras que exportam matérias-primas para a China, onde o crescimento dos casos de Covid coloca em dúvida a sustentação do afrouxamento das restrições a circulação de pessoas e atividades econômicas.


A Vale, que tem no mercado chinês o principal destino para as suas exportações, tombava 3,01% e exercia a maior influência negativa sobre os Ibovespa.


"Não é só o Mercadante [que está derrubando a Bolsa], mas um conjunto de coisas. A própria incerteza quanto ao presidente da Petrobras e também o exterior negativo", comentou Rodrigo Marcatti, economista e presidente da Veedha Investimentos.


Na sexta-feira (9), a valorização das ações de exportadores de matérias-primas metálicas sustentou uma ligeira alta da Bolsa de Valores brasileira e colaborou para moderar o avanço do dólar frente ao real.


O dia também foi marcado pelo anúncio do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre os nomes de cinco ministros que irão compor o seu governo. Fernando Haddad foi confirmado para a Fazenda, como era amplamente esperado.


O dólar comercial à vista fechou com ganho de 0,53%, cotado a R$ 5,2450 na venda -a alta acumulada na semana ficou em 0,61%.


No mercado de ações, o Ibovespa avançou 0,25%, aos 107.519 pontos, em um dia em que o volume movimentado na Bolsa esteve abaixo da média devido ao jogo no qual a seleção masculina de futebol do Brasil foi derrotada pela Croácia e eliminada da Copa do Mundo.


Os ganhos da Bolsa ficaram basicamente concentrados no setor de mineração e de matérias-primas metálicas.


Esse segmento vinha sendo beneficiado pela expectativa de aumento das exportações para a China, uma vez que o país vem afrouxando restrições contra a Covid e adotando outras medidas para aquecer setores da sua economia.

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