Botelho faz suspense, mas garante que buscará unidade com Max

O presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho (União), afirmou que recebeu ligações de alguns colegas parlamentares declarando apoio caso ele decida se candidatar à reeleição da presidência da Casa de Leis. Segundo o parlamentar, independentemente da decisão que tomar, buscará um entendimento com Max Russi (PSB), que manteve a sua candidatura para o biênio 2023-2024.

A afirmação acontece após vir à tona um entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) acerca da reeleição das assembleias legislativas brasileiras que pode permitir mais um mandato a Botelho.

Eu recebi ligação de alguns dizendo que me apoiariam, querendo que eu seja, mas eu não tomei decisão nenhuma

"Eu recebi ligação de alguns dizendo que me apoiariam, querendo que eu seja, mas não tomei decisão nenhuma. Vou conversar com todos e aí o grupo deve decidir se vamos seguir", disse o parlamentar.

Ele também afirmou que recebeu uma ligação do advogado Rodrigo Cyrineu, que defende a  tese de que ele está apto a disputar mais um mandato.

"Eu ainda não assimilei isso bem. [...] A princípio nós queremos manter a unidade aqui dentro. O entendimento, principalmente com o grupo do Max [Russi], que é nosso companheiro. Nós vamos fazer de tudo para continuarmos juntos, pra continuar uma Assembleia sem disputas", emendou.

Após ser questionado pela imprensa sobre o entendimento do STF que permite que o deputado Eduardo Botelho (União) concorra à reeleição, Max Russi garantiu que vai manter sua candidatura a presidente da Casa.

Max disse que ainda não conversou com Botelho sobre o assunto, mas, em sua análise, a decisão do STF não muda o cenário de proibição da reeleição aos cargos da Mesa Diretora. 

Entenda

No último dia 7 de dezembro, os ministros do STF entenderam que é possível apenas uma reeleição ou recondução dos membros das mesas das assembleias legislativas, independentemente de os mandatos consecutivos se referirem ou não à mesma legislatura. 

Mas o entendimento da Corte só valerá para formações das mesas diretoras após 7 de janeiro de 2021, data em que o STF vedou a recondução dos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente dentro da mesma legislatura.

Ocorre que a eleição de Botelho para comandar a Casa no biênio 2021-2022 ocorreu em junho de 2020, prazo anterior ao fixado pelo STF.

Uma ADI que trata sobre o caso em Mato Grosso está em tramitação do STF. O julgamento estava programado para ocorrer de maneira virtual e terminar na sexta-feira (16).

No entanto, o ministro relator do caso, Alexandre de Moraes, pediu destaque da ação. Isso significa que todos os votos já dados a ação foram anulados e ela deverá ser julgada presencialmente. Ainda não a data para o julgamento da ação.