Cuiabá, Quinta-Feira, 26 de Junho de 2025
GRAMPOS ILEGAIS
17.07.2019 | 14h04 Tamanho do texto A- A+

Cabo diz que 6 promotores cometeram ilegalidades no Gaeco

Gerson Correa Júnior chegou a tentar um acordo de delação, que foi recusado pelo MPE

Alair Ribeiro/MidiaNews

Réu por envolvimento no esquema de escutas ilegais, cabo Gerson depõe no Fórum de Cuiabá

Réu por envolvimento no esquema de escutas ilegais, cabo Gerson depõe no Fórum de Cuiabá

CAMILA RIBEIRO E CÍNTIA BORGES
DA REDAÇÃO

O cabo da PM Gerson Correa Júnior, que é réu na ação penal relativa às escutas clandestinas operada no Estado, foi reinterrogado na tarde desta quarta-feira (17), em audiência na 11ª Vara Militar da Capital. Esta é a terceira vez que ele presta esclarecimentos sobre os fatos.

 

Durante grande parte do depoimento, ele fez acusações a promotores do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), como uso de "relatórios fraudulentos" para justificar grampos ilegais e desvio de finalidade de uma verba secreta destinada a ações de investigação.

 

Ao todo, ele citou que seis promotores teriam praticado irregularidades no grupo. São eles: Marco Aurélio de Castro, Marcos Bulhões, Marcos Regenold, Samuel Frungillo, Célio Wilson e Paulo Prado.

  

As audiências foram conduzidas pelo juiz Marcos Faleiros e tiveram início na tarde da última terça (16), quando foram ouvidos o ex-comandante da PM, coronel Zaqueu Barbosa, e o ex-secretário da Casa Militar, coronel Evandro Lesco.

 

Ambos responsabilizaram o ex-governador Pedro Taques (PSDB) e o ex-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, de usarem do esquema para, entre outras coisas, escutar adversários políticos.

Recentemente, o cabo Gerson Correa teve um pedido de acordo de delação premiada negado pelo coordenador do Núcleo de Ações de Competência Originárias (Naco) Criminal, procurador Domingos Sávio de Barros Arruda.

 

O cabo acusou membros do Ministério Público Estadual (MPE) de envolvimento com o esquema, conhecido como Grampolândia Pantaneira. 


Veja os principais trechos da audiência:

 

Cabo cita “manobra jurídica” (Atualizada às 14h05)  

E o mesmo promotor veio com garra, dizendo que sou um mentiroso, que entrei em contradição

A audiência teve início com cerca de meia hora de atraso. O cabo Gerson afirmou que pediu para ser interrogado pela terceira vez para voltar a esclarecer fatos objeto de apuração do juízo.

 

“Não posso deixar de citar que, eu ainda no ano de 2017, junto a Policia Civil com [os delegados] Flávio Stringueta e a Ana Cristina Feldner busquei colaborar com o inquérito policial. E acredito eu que, por uma manobra jurídica, não consegui terminar depoimento naquela data”, disse ele, sem dar mais detalhes.

 

Ele relata que, após esse episódio, buscou junto ao Ministério Público Estadual (MPE) selar um termo de colaboração premiada, sem sucesso.

Gerson conta tentativa de delação e ira de promotor (Atualizada às 14h11)

 

“Busquei junto ao doutor Alan do Ó [promotor], bati na porta do MPE, no intuito de tentar um acordo com MPE. No entanto isso aconteceu durante meu primeiro interrogatório. Interrogatório esse que o promotor a época tratou com muito louvor, dizendo que esclareci fatos da grampolândia. Meu advogado saiu esculachado de dentro do gabinete do doutor Alan”, afirmou.

 

Gerson afirmou que, em seu segundo interrogatório, tratou de forma superficial sobre a participação de promotores no esquema. “E o mesmo promotor veio com garra, dizendo que sou um mentiroso, que entrei em contradição”.

 

Cabo alegou “tapa na cara” de procurador (Atualizada às 14h13)

 

Diante da negativa do MPE, o cabo conta que procurou o Naco Criminal, hoje sob coordenação do procurador Domingos Sávio de Barros Arruda.

 

“As tratativas foram bem recebidas pelo promotor e isso me deixou cheio de esperança, vista a quantidade de provas que subsidiaram a nossa narrativa”, disse.

 

“Por ironia do destino, como um tapa na nossa cara, o procurador, que parecia o advogado dos promotores, negou o acordo alegando que eram fatos 'requentados'”, acrescentou.

 

Por ironia do destino, como um tapa na nossa cara, o procurador, que parecia o advogado dos promotores, negou o acordo alegando que eram fatos 'requentados'

Gerson afirmou que, em razão das tentativas de delação negadas lhe resta apresentar ao juízo da 11ª Vara Militar os nove fatos e outras informações que ele acredita ser de interesse não só da Justiça Militar, mas da sociedade mato-grossense.

 

“Paulo e Pedro Taques: os donos dos grampos” (Atualizada às 14h19)

 

Gerson seguiu seu depoimento afirmando ter sido um dos réus que mais colaborou com a ação até o momento. “O objetivo do meu terceiro reinterrogatório é de certa forma forçar esses dois coronéis que aqui estiveram a falar a verdade”, afirmou.

 

Gerson reiterou ter dito que, desde a primeira vez em que prestou depoimento, deixou claro que o coronel Zaqueu, tampouco o ex-secretário Evandro Lesco eram os responsáveis pelos grampos, mas sim o ex-governador Pedro Taques e o seu primo Paulo Taques.

 

“E, por graça de Deus, ontem, eles corroboraram com as minhas declarações”.

Operação Metástase e inserção de números da família Riva (Atualizada às 14h22)

 

Na sequência, o cabo Gerson passou a detalhar fatos da Operação Metástase que, segundo ele, foi determinada pelos promotores Marco Aurélio de Castro e Samuel Frungilo.

 

“Em 2015, como primeiro ato, os promotores Frungilo e Marco Aurélio determinaram as inclusões de dados cadastrais de pessoas que seriam alvos daquela operação”, disse.

 

Dentre os alvos, conforme o cabo, estavam o ex-deputado José Riva, sua esposa Janete Riva, o filho, José Geraldo Riva Júnior, e as filhas Jessica Riva e Janaina Riva (hoje deputada estadual).

 

“Nessa ocasião foram repassados três telefones da deputada Janaina Riva. Todos inseridos por meio de barriga de aluguel. Encaminhamos os números ao doutor Marco Aurélio e, em data posterior, foi instaurada a portaria para investigar os fatos junto ao Gaeco”, afirmou ele.

Cabo cita monitoramento de deputada Janaina Riva (Atualizada às 14h24)

 

Posteriormente, segundo o cabo, foi expedida uma ordem de serviço na qual não mais constavam os dados de Janaina, Janete, Jessica, nem de José Riva Junior, apenas o nome de José Riva.

 

“Após a reunião dos dados cadastrais foi elaborado por mim um relatório e assinado por mim. Não foi informado a nós por que o nome da deputada estava lá. Em reunião com Marco Aurélio, em agosto de 2015 - e antes da deflagração da operação - Maro Aurélio me leva a situação da deputada. Que precisa realizar o acompanhamento da deputada. Foi quando eu sugeri que teríamos condições de monitorá-la. E assim foi feito. Mas esse monitoramento foi feito no Núcleo de Inteligência da Policia Militar”, narrou Gerson.

Alair Ribeiro/MidiaNews

Audiencia grampos - cabo Gerson

Cabo cumprimenta promotor Vinícius Gahyva antes de iniciar depoimento

 

Deputada foi monitorada mais de uma vez para atingir o pai (Atualizada às 14h28)

 

Segundo o cabo Gerson, a deputada Janaina Riva foi alvo de interceptação dentro do Gaeco em mais de uma ocasião.

 

“O objetivo era saber se os fatos perpetrados pelo pai dela continuavam. Até porque, os servidores que eram do gabinete do pai permaneceram com a deputada Janaina Riva. A interceptação da deputada objetivava deflagrar a Operação Metástase”, afirmou Gerson.

 

“Como último ato, a deputada volta a ser alvo do Gaeco. Um dos números de telefone foi monitorado mais de uma vez”, acrescentou.

 

 Ameaça contra juíza Selma e relatório fantasioso (Atualizada às 14h33)

 

O cabo passou a detalhar fatos relatados em seu segundo interrogatório, quando ele falou superficialmente sobre os motivos pelos quais foi realizada uma investigação sobre a integridade física da senadora Selma Arruda – à época juíza da 7ª Vara Criminal.

 

“Achei que o MPE iria abrir alguma medida investigativa sobre esses fatos. No segundo semestre de 2015, chegou ao conhecimento da juíza Selma, titular da 7ª Vara, que havia uma ameaça contra sua vida. Diante da gravidade dos fatos, a juíza foi até o Gaeco”, disse.

 

Citei o ex-governador Silval Barbosa, seu irmão, entre outro nomes, que tiveram sua privacidade violada por um relatório fantasioso criado por mim e com subsídio do promotor Marco Aurélio

Segundo o cabo, inicialmente a então magistrada visitou Marco Aurélio para reportar os fatos. Sequencialmente, o promotor determinou que o militar falasse com Selma, de modo que fossem levantados dados sobre o fato criminoso.

 

“Diante dos dados colhidos, realizei um relatório minucioso e fantasioso”, afirmou Gerson.

 

“Silval e outros tiveram privacidade violada em razão de relatório fantasioso” (Atualizada às 14h36)

 

Gerson contou que, neste relatório de informações, realizou várias pesquisas que não tinham qualquer relação com as informações repassadas pela então juíza.

 

“Lá eu cito diversas pessoas que sequer tem relação com o caso. Citei o ex-governador Silval Barbosa, seu irmão, entre outro nomes, que tiveram sua privacidade violada por um relatório fantasioso criado por mim e com subsídio do promotor Marco Aurélio”, afirmou.

 

Ainda segundo o cabo Gerson, após o primeiro período quinzenal não foi colhida qualquer informação e, ainda assim, houve uma insistência dos promotores para prorrogar as investigações. O que acabou acontecendo, sem nenhum subsídio para tal.

 

Veja trecho do depoimento de Gerson

 

 

“Produção de relatórios fantasiosos é prática antiga no Gaeco” (Atualizada às 14h40)

O cabo afirmou também que a prática de interceptar pessoas com base em relatórios fantasiosos é habitual no Gaeco.

“Essa operação era uma das mais típicas realizadas dentro do Gaeco. A prática de interceptar pessoas sob relatórios fantasiosos é usada há muito tempo dentro do Gaeco”.

Gaeco manobrou para investigar Roseli (Atualizada às 14h48)

 

Foram identificados diálogos comprometedores que remetiam a secretária da Setas, Roseli Barbosa. Ela tinha foro por prerrogativa. Porém, o Gaeco para não perder o poder investigatório, selecionou apenas os secretários-adjuntos

Posteriormente, o cabo Gerson passou a relatar informações da Operação Arqueiro que, segundo ele, também foram classificadas como “fatos requentados” pelo procurador Domingos Sávio.

 

“No âmbito do Gaeco, a Operação Arqueiro iniciou-se em 2013. Foram identificados diálogos comprometedores que remetiam à secretária da Setas, Roseli Barbosa. Ela tinha foro por prerrogativa de função. Porém, o Gaeco para não perder o poder investigatório, selecionou apenas os secretários-adjuntos. Foram alvos: Jean Estevan, Vanessa Rosin e mais uma pessoa”.

 

Essa seletividade, segundo ele, era para manter a operação sob o comando do Gaeco. Já que, no entendimento dos promotores, no Tribunal de Justiça os desembargadores vazariam a investigação ao então governador Silval Barbosa.

 

Cabo cita interceptações a família de Silval (Atualizada às 14h50)

 

Segundo o cabo Gerson, em 2014, Roseli deixou o comando da Setas, que passou a ser chefiada por Jean Estevan. Desta forma, o Gaeco não poderia continuar com as investigações. E, por isso, o Naco assumiu a operação.

 

“Nessa época ocorre a interceptação telefônica da Roseli e de toda sua família”, disse [Nessa operação a Roseli aparece como líder da organização criminosa].

Ainda segundo o cabo, para deflagrar a operação Ouro de Tolo, o Gaeco utilizou mais uma barriga de aluguel.

Com suporte em uma decisão de um magistrado de Cáceres, a filha de Silval, Carla Barbosa, o filho, Ricardo Barbosa, além de Roseli e o próprio Silval foram interceptados.

 

“Gaeco usou operação de forma midiática” (Atualizada às 14h58)

 

Segundo o cabo, os resultados das investigações foram usados de forma midiática pelo Gaeco.

 

Gerson disse que, apesar de ser necessária a publicidade dos fatos, em alguns casos, os promotores potencializaram a publicidade, por se tratar de pessoas com relevância na sociedade.

 

“Essas pessoas tiveram a suas privacidades violadas pelos membros do MPE. Na verdade, no seu íntimo, eles [promotores] queriam macular a imagem dessas pessoas”, afirmou o militar.

 

Veja trecho do depoimento:

 

 

Cabo também citou pirotecnia de promotores (Atualizada às 15h02)

 

Também em seu depoimento, o cabo afirmou que alguns promotores atuantes no Gaeco fizeram das operações “um verdadeiro show de pirotecnia”.

“E isso permaneceu por muitos anos. É importante falar que o promotor Marco Aurélio determinava a captação de vídeos e áudios no propósito de, futuramente, serem utilizadas para resguardar a ação do Gaeco”, afirmou.

 

Cabo: promotor usou vídeos de prisão de Riva indevidamente (Atualizada às 15h08)

 

Segundo narrou o cabo, à época em que o ex-deputado José Riva foi preso, foram feitos materiais de audiovisual.

 

Houve uma combinação com a divulgação do programa televisivo. Riva foi preso no dia 21 de fevereiro e, no dia 22, a imagem aparece no Fantástico

“Na verdade, os áudios e vídeos foram usados indevidamente pelo promotor Marco Aurélio. Divulgado aos meios de comunicação de massa. Quando digo massa, falo do Fantástico”, afirmou Gerson.

 

“Prisão de Riva foi feita para aparecer no Fantástico” (Atualizada às 15h10)

 

Ainda segundo ele, a operação que resultou na prisão de Riva foi deflagrada com o objetivo de aparecer no Fantástico, da TV Globo, um dos programas de maior audiência da televisão brasileira.

 

“Houve uma combinação com a divulgação do programa televisivo. Riva foi preso no dia 21 de fevereiro e, no dia 22, a imagem aparece no Fantástico”, afirmou.

 

E as imagens, segundo ele, realizadas sob a justificava de "resguardar" a operação.

 

Barriga de aluguel contra ex-prefeito (Atualizada às 15h20)

 

O cabo Gerson disse não ter como deixar de citar em seu depoimento a investigação iniciada quando ele ainda estava no Gaeco e que culminou na operação contra o ex-prefeito de Sinop e atualmente deputado federal, Juarez Costa.

 

“Esse modus operandi feito por meio ‘barriga aluguel’, em que se coloca o nome em uma ação judicial, fica claro nesse caso do Juarez. Nesse caso, dos 7 alvos foram interceptados 46 terminais telefônicos. Eu não consigo entender como uma só pessoa pode usar 12 terminais”, ironizou o cabo.

 

O que chamou mais atenção nesse episódio, segundo ele, foi o fato de constarem 14 terminais para Juarez, sendo que nenhum deles tinha o código 66, que é código na região de Sinop.

 

“São fatos graves. Eu trouxe à tona para mostrar que o modus operandi que eu usava no Gaeco continua. Esse fato não consta meu nome e eu o trouxe para mostrar que esse modus operandi não é exclusividade desse militar, é prática no Gaeco”, disse.

 

“Não sou coitado” (Atualizada às 15h22)

 

O cabo Gerson usou parte de seu depoimento para afirmar que está assumindo os atos praticados por ele.

 

“Errei, não sou coitado, estou assumindo meu erro. E, lá atrás, em 2015, quando esses fatos vieram à tona junto ao Gaeco, via oficio do governador Taques, várias diligências foram realizadas junto o Gaeco. Eles queriam saber se esses núcleos [Pedro Taques] também passaram pelo Sistema Guardião”, afirmou o militar.

“Marco Aurélio determinou meu afastamento” (Atualizada às 15h26)

 

O cabo seguiu o interrogatório e afirmou que, em outubro de 2015, o então governador Pedro Taques - após ser provocado pelo promotor Mauro Zaque - remeteu ao Gaeco um documento para investigar a operação de Sinop.

 

“Essa investigação foi arquivada e nada foi constatado. Uma das ações realizadas pelo promotor Marco Aurélio foi me afastar de dentro do Departamento de Inteligência e Comunicações. Isso foi normal. Mas ele não me comunicou os motivos do meu afastamento”, disse.

 

Ainda segundo ele, nessa ocasião, o Gaeco simulou algumas auditorias a fim de identificar ilícitos dentro do Sistema Guardião. Essa auditoria foi realizada pelo cabo Euclides Torezan.

Cabo diz que promotores mentiram sobre auditorias (Atualizada às 15h29)

 

O cabo Gerson Correa afirmou que o Gaeco - já sob a coordenação do promotor Marcos Bulhões - e o então procurador-geral de Justiça disseram que não havia barriga aluguel dentro do Sistema Guardião.

 

“Ele e Marco Aurélio mentiram. Mentiram! Os promotores saíram na mídia dizendo que fizeram auditoria e nada foi encontrado. Mentiram”.

 

“Eu trouxe mais de 15 operações em que há expedição de ordens de serviço, que podem ser investigadas e que demonstram a barriga de aluguel em outra modalidade, diríamos”, acrescentou.

 

Cabo diz que Operação Rêmora teve interceptação ilegal (Atualizada às 15h35)

 

Segundo o cabo Gerson, entre as operações que tiveram a prática de escutas ilegais, está a Rêmora, que apurou fraudes em licitações da Secretaria de Estado de Educação e que resultou, entre outros, na prisão do ex-secretário Permínio Pinto, em 2016.

 

O cabo também citou a operação Seven, que teve como alvo o ex-governador Silval Barbosa.

 

Veja outro trecho do depoimento:

 

 

Verba secreta no MPE (Atualizada às 15h38)

 

Na sequência de seu depoimento, o cabo passou a contar informações relativas à verba secreta do Ministério Público Estadual, que é destinada a investigações.

 

Dentro do Gaeco ocorriam tais condutas, na verdade, elas se arrastam há muito tempo. Eu cito que desde a chegada do Paulo Prado isso vem acontecendo. Há falta de trato com a verba

Segundo o cabo relatou em sua tentativa de delação, há casos em que sobras dessa verba foram apropriadas de forma fraudulenta.

 

“Dentro do Gaeco ocorriam tais condutas, na verdade, elas se arrastam há muito tempo. Eu cito que desde a chegada do Paulo Prado isso vem acontecendo. Há falta de trato com a verba”, disse.

 

Prestações retroativas (Atualizada às 15h43)

 

O cabo conta que um dos fatos que lhe chamou a atenção e lhe causou estranheza foi quando uma assessora do então chefe do Gaeco, promotor Marco Aurélio, procurou alguns militares para assinar prestação de contas de forma retroativa.

 

“Uma assessora procurou o coronel Lesco para assinar notas com data retroativa. Na ocasião, ele estava fora do Gaeco. O coronel Lesco deixou os seus documentos em dia. Por que essa assessora o procurou na sua residência?”, questionou o cabo.

 

O militar explicou que a verba secreta é creditada diretamente na conta de um membro do MPE. Quando surgiam demandas de investigações, a assessor realizava o saque da verba e repassava aos policiais. Ao fim da demanda – quer fosse uma viagem, por exemplo - a equipe prestava contas das despesas.

 

O restante da verba era devolvido à assessora. Ela, por sua vez, prestava contas como se o total sacado tivesse sido utilizado. E a sobra ficava em um cofre do Gaeco.

 

“Ou seja, quando precisava tinha um monte lá. De prestação em prestação, sobrou um montante muito grande”, afirmou o militar.

 

Cabo: promotor comprou cão com dinheiro de verba secreta (Atualizada às 15h47)

 

O cabo Gerson disse ter presenciado a apropriação fraudulenta dessas verbas.

 

“Por exemplo, rastreador de veículo - a aquisição e manutenção desses rastreadores devem ser feitas com contratos -, mas eram pagos com verbas secretas”, exemplificou.

 

Gerson disse, inclusive, que um promotor de Justiça comprou um cachorro com o dinheiro da verba secreta.

 

Neste momento, o militar foi interrompido pelo promotor Vinicius Gahyva, que disse ter ficado curioso para saber qual era a raça do cachorro.

 

Eu queria trazer nota fiscais, mas não posso. Nem os promotores prestam contas dessa verba, apenas os policiais. Essa verba se assemelha muito a verba indenizatória na Assembleia Legislativa

Ele ainda emenda questionando que relação teria a verba do Gaeco com o processo dos grampos.

 

O juiz Marcos Faleiros o interrompeu: “É um direito dele, se ele acha que pode se beneficiar disso".

“Promotor consertou moto com verba secreta” (Atualizada às 15h58)

 

O cabo ainda fez uma comparação da verba secreta à verba indenizatória recebida pelos deputados estaduais.

 

“Eu queria trazer nota fiscais, mas não posso. Nem os promotores prestam contas dessa verba, apenas os policiais. Essa verba se assemelha muito a verba indenizatória na Assembleia Legislativa. Como você vai conseguir controlar os seus R$ 5 mil? Como? Não existe prestação de contas”, disse.

 

Ele emendou dizendo ter presenciado promotor de justiça consertar sua moto particular com o dinheiro da verba secreta, em razão de ter se acidentado quando atuava no Gaeco.

 

Questionado, Gerson disse que quem bancou o conserto da moto com dinheiro da verba teria sido o promotor Célio Wilson, hoje aposentado, enquanto que o promotor Marcos Regenold teria comprado o cachorro e o promotor Marco Aurélio, usado o dinheiro para comprar rastreadores.

 

“É ou não desvio de finalidade?”, questionou o cabo Gerson. 

Cabo detalha início dos grampos e cita placas do Gaeco (Atualizada às 16h12)

 

Na sequência, o cabo passou a falar sobre o início do esquema das interceptações telefônicas.

 

“Quando eu encontrei com secretário Paulo Taques entendi que se tratava de algo irregular, mas em um primeiro momento achei que era algo regular”, disse.

Segundo ele, o primeiro relatório que subsidiou a interceptação só tinha números de militares.

 

O cabo contou sobre o encontro com o então chefe da Casa Civil, Paulo Taques, que aconteceu em um restaurante na estrada da Chapada de Guimarães. Na ocasião, Gerson disse que o secretário queria saber se tinha segurança e em qual decisão seriam inseridos os números a serem interceptados.

 

“Peguei duas placas com o coronel Zaqueu e falei que eu precisava de um profissional que tinha conhecimento em TI. Foi quando sugeri o nome de [cabo] Torezan. O Lesco levou o nome dele ao Zaqueu. Ele cedeu”, afirmou.

Essas placas eu entreguei em mãos ao procurador Paulo Prado. Ou seja, essas placas eram do Gaeco, sem dúvida

 

“Pegamos as placas e foi nessa ocasião que eu vi que essas placas eram as mesmas do Gaeco. Porque quando o Paulo Prado era coordenador do Gaeco, essas placas ficavam no setor em que eu trabalhava. Essas placas eu entreguei em mãos ao procurador Paulo Prado. Ou seja, essas placas eram do Gaeco, sem dúvida”, acrescentou.

Paulo Taques deu aporte de R$ 40 mil (Atualizada às 16h14)

 

O cabo afirmou ter feito um projeto para as interceptações, que foi entregue ao coronel Zaqueu. O projeto totalizaria R$ 12 mil, montante que seria usado, por exemplo, para compra de computadores e locação de um espaço para montar a “grampolândia”.

 

“Nos dias seguintes mantive contato com a empresa Wytron e dei R$ 5 mil, se não me engano. Foi quando houve um aporte financeiro de R$ 40 mil do senhor Paulo Taques. Eu e o coronel Lesco fomos até o escritório de Paulo Taques pegar esse montante”, disse.

Adversários de Taques grampeados (Atualizado às 16h18)

 

Gerson afirmou que inicialmente foi confeccionado um relatório com nome de policias e criminosos, sem nenhum número ilegal. Isso, em meados de setembro de 2014.

 

“Após isso, dias antes das eleições, foram aportados novos números de adversários políticos do Taques”, disse o militar.

 

Foi nessa ocasião em que foram grampeados nomes como os dos advogados José Antônio Rosa (jurídico da campanha de José Riva), Jose do Patrocínio (jurídico da campanha de Lúdio Cabral), o candidato José Marcondes Muvuca, a advogada Tatiane Sangalli (ex-amante de Paulo Taques), o vereador Vinicius Hugueney, Michelle Cecilia da Silva, Eduardo Gomes Silva Filho (assessor de Wagner Ramos), Romeu Rodrigues da Silva (assessor especial da Seduc), a jornalista Larissa Malheiros e o coronel Mendes.

 

Após isso, dias antes das eleições, foram aportados novos números de adversários políticos do Taques

“O coronel foi incluído por ser braço-direito de Riva no setor de inteligência. Inclusive, temos a informação de que ele mantinha um escritório clandestino para interceptação telefônica. Fato nunca provado”.


Cabo cita 120 terminais monitorados (Atualizada às 16h30)

 

Ainda conforme o cabo Gerson, superado o pleito eleitoral e tenho Taques sido eleito, o grau de interesse entre os grampeados entrou em declínio e permaneceu apenas o jornalista Muvuca como alvo de grampo, já que ele seria "inimigo capital" do governador.

 

“O sistema começou a apresentar defeitos e comprometer os trabalhos. Isso fez com que Marilson e Torezan se interessassem pelo sistema. O coronel Lesco tomou cano do Paulo Taques. Quem fez empréstimo e bancou com dinheiro próprio foi o Lesco”, disse ele, ao comentar os problemas com o sistema de grampos.

 

Gerson disse que a idealização do projeto Sentinela – sistema também usado para grampos - suprir a deficiência do sistema Wytron, mas necessitaria de um teste.

 

“Meu interesse era operacionalizar o sistema. E isso precisava de um aporte financeiro. Foi quando Lesco bancou parte do projeto com dinheiro de empréstimo, sob a certeza de que Paulo Taques continuaria a bancar”, disse.

 

“Houve a evolução do projeto e, em determinado momento, as duas plataformas ficaram trabalhando juntas: Wytron e Sentinela. Um funcionando mal e outro em desenvolvimento. Nessa época nós já tínhamos monitorado uns 120 terminais”, acrescentou.

Vice-governador grampeado transversalmente (Atualizada às 16h33)

 

Eu saí peregrinando e destruindo tudo. As informações dos áudios nunca virão à tona. Eu quebrei todos, joguei no rio

Segundo o cabo Gerson, em janeiro de 2015, foram incluídos os números de um analista do então vice-governador Carlos Fávaro.

 

“De forma oblíqua, para não investigar o Fávaro, foi interceptado esse assessor”, afirmou.

 

Ele citou também que foram interceptados médicos e, a partir de então, os grampos passaram a funcionar de forma digital.

 

“Em 2015, o sistema Wytron entra em declínio. O Sentinela, com o aporte financeiro, começou a caminhar a passos largos. Antes atuávamos de forma manual e, a partir daí, trabalhávamos em sistema digital”.

Áudios de grampos foram jogados no rio (Atualizada às 16h37)

 

O cabo afirmou que encerrou as interceptações quando o então secretário de Segurança Pública, Mauro Zaque, descobriu o esquema. Foi aí que o coronel Zaqueu Barbosa determinou a destruição do sistema.

 

“Eu saí peregrinando e destruindo tudo. As informações dos áudios nunca virão à tona. Eu quebrei todos, joguei no rio. Exceto os áudios repassados ao Paulo Taques (que eram as gravações da Tatiane Sangalli falando com a Caroline e o Muvuca recebendo informações, via a Caroline, de dentro da casa Civil)”, disse Gerson.

 

O militar reiterou que os fatos expostos por ele deixam evidente que os donos dos grampos não era a Polícia Militar.

 

“Erramos? Erramos. Mas de interesse político do governador Pedro Taques, com ressalva ao número da Janaina Riva que era de interesse do Gaeco”, disse.

 

Cabo diz que procurador fez “despacho horroroso” (Atualizada às 17h08)

 

Fui, sou e serei leal a amizade de Lesco. Tanto que eu segurei a onda dele em todos os meus depoimentos, não disse nada contra ele. E ontem ele, para minha alegria, contou tudo que sabia

Na sequência de seu depoimento, o cabo Gerson Correa afirmou ter “batido em quatro portas diferentes” em busca de um acordo de delação: Polícia Judiciária Civil, Ministério Público Federal, Ministério Público Estadual e no Naco.

 

“Mas devido a uma manobra jurídica do Pedro Taques, a ação dos grampos subiu para o STJ e por lá ficou”.

 

Gerson afirmou que tinha muita confiança no procurador Domingos Sávio e acreditava que, com base nos fatos revelados a ele, Sávio abriria algum tipo de investigação, o que não ocorreu.

 

“Eu esperava que ao menos ele abrisse uma investigação para apurar os fatos. Que negasse a delação, mas que abrisse a investigação. Mas ele negou e, em menos de um mês, fez um despacho horroroso daqueles”, reclamou o militar, referindo-se a decisão do chefe do Naco em recusar o acordo de colaboração.  

 

“Fui, sou e serei leal à amizade de Lesco” (Atualizada às 17h13)

 

O cabo Gerson foi questionado por um juiz militar sobre os motivos que o levaram a participar do esquema de grampos, mesmo sabendo da ilegalidade.

 

“Lealdade, lealdade, lealdade, lealdade. Não tem outra palavra. Já refleti sobre isso várias vezes, especialmente quando estive encarcerado. Mas não tenho outra palavra. Eu não ganhei dinheiro algum com isso”, respondeu o militar, emocionado.

 

“Que fique claro, de todas as pessoas envolvidas, a que eu sou mais leal é o coronel Lesco. Ele estando presente em uma situação dessa, eu estava bem acobertado. Fui, sou e serei leal à amizade de Lesco. Tanto que eu segurei a onda dele em todos os meus depoimentos, não disse nada contra ele. E ontem ele, para minha alegria, contou tudo que sabia”, emendou.

 

Cabo: seis promotores estão envolvidos em ilegalidades (Atualizada às 18h07)

 

Após um breve intervalo, o cabo Gerson Correa foi questionado pelo promotor Vinicius Gahyva sobre o número de promotores com os quais ele trabalhou ao longo dos 12 anos em que esteve no Gaeco. Gerson disse que algo em torno de 15 a 20.

 

Para o promotor, o cabo estaria generalizando os crimes supostamente cometidos por alguns promotores e, de certa forma, colocando em xeque o trabalho de todos os membros do Gaeco.

 

"A forma que o senhor fala, dá a entender que o Gaeco vem atuando com barriga de aluguel, de forma ilícita", advertiu o promotor.

 

Na sequência, o cabo disse ter conhecimento de que seis deles praticaram ilegalidades. Ele citou os seguintes: Marco Aurélio, Paulo Prado, Marcos Bulhões, Marcos Regenold, Samuel Frungillo e Célio Wilson.

 

"Já foram seis. Podemos levar a outros. Mas também não posso generalizar. E realmente não posso generalizar. Não vou citar quen não cometeu nenhum desvio. Não vou citar, por exemplo, Rubens Alves de Paula.,, Doutor Gustavo [Dantas Ferraz], com quem trabalhei por algum tempo. Como vou citar esses profissionais? Não sou irresponsável", afirmou. 

 

Agora temos um CPP com réu. Ele criou um mecanismo agora de como deve se proceder a audiência. Eu estou achando, excelência, que deve se trocar de lugar. Colocar o réu aí comandando a audiência e dizendo como a gente deve proceder e como não deve proceder

Audiência tem bate-boca entre cabo e promotor (Atualizada às 18h32)

 

Em dado momento da audiência, o clima esquentou e o cabo Gerson Correa e o promotor Vinicius Gahyva iniciaram uma discussão.

 

Gahyva fez uma sequência de perguntas e o cabo disse, repetidas vezes, que já havia respondido aos questionamentos.

 

“É a primeira vez que eu vejo um réu elevando o tom de voz”, reclamou o promotor.

 

“Estou na minha defesa. Enquanto na minha defesa, eu tenho o direito. Doutor, eu não vou responder mais nenhum questionamento do senhor”, retrucou Gerson.

 

“É muito cômodo, né”, ironizou Gahyva, que prosseguiu seus questionamentos, sem obter novas respostas do réu.

 

Na sequência, o cabo afirmou: “Vamos fazer o seguinte: o senhor faz as perguntas. A minha defesa vai filtrar e aquilo que eu responder ela vai falar".

 

“Agora temos um Codígo do Processo Penal do réu. Ele criou um mecanismo agora de como deve se proceder a audiência. Eu estou achando, excelência, que deve se trocar de lugar. Colocar o réu aí comandando a audiência e dizendo como a gente deve proceder e como não deve proceder. Ora, vamos lá!. É uma inversão”, disse Gahyva.

 

Promotor cita preocupação (Atualizada às 18h54)

 

Após a discussão, o promotor perguntou se Gerson tem consciência de que suas declarações podem estar sendo usadas para anular outros processos ou operações do Gaeco.

 

O réu pediu que o promotor repetisse a pergunta, que ele iria anotá-la, mas não responderia: “Repete a pergunta. Eu estou anotando todas elas aqui. Eu não vou responder. Mas repete”.

 

O promotor, na sequência, fez uma colocação ao cabo: “Nós já tivemos várias situações, o que não tira minha isenção. Vivemos já ocasiões de vida e confiei, inclusive, a minha segurança às mãos desse moço. Ao longo desse tempo, eu pude contar com a grata experiência não só com o senhor, mas outros PMs que atuaram no Gaeco”.

 

“Eu digo que até então eu nunca tinha tido conhecimento de nada irregular dentro da instituição. A minha preocupação é que a finalidade de tudo isso seja justamente descredenciar uma atuação do Estado em prol da sociedade por questões que devem ser investigadas e apuradas, mas que as coisas sejam colocadas de maneira que as instituições sejam preservadas. Que se respeite a lei e a Constituição e peço aos advogados também essa preocupação: em não acabar com algo muito maior, em nome do interesse de um só”, acrescentou Gahyva.

 

Cabo diz que Polícia Militar teve nome jogado na lama (Atualizada às 19h01)

 

“Eu faço as suas palavras a mesma para a minha instituição, a Policia Militar. Como o senhor falou, a instituição é maior que o cabo. A minha instituição teve o nome jogado a lama. Nenhuma instituição sofreu como a Policia Militar sofreu. Não vamos jogar tudo isso na lama. Eu citei pessoas. O Gaeco vai continuar a existir. Como a Policia Militar continua”, rebateu Gerson Correa.

 

Ele disse ainda que errou, está passando por “maus bocados” e admitiu que seus erros refletiram também na imagem da Polícia Militar como um todo.

 

Veja mais um trecho da audiência:

 

 

Defesa cita deboche de promotor e refaz perguntas a réu (Atualizada às 19h10)

 

Após o cabo permanecer em silêncio diante de questionamentos feitos pela promotoria, a defesa do militar refez algumas perguntas.

 

Segundo o advogado Neyman Monteiro – que defende Gerson -, não é de interesse do réu que fiquem "pontos soltos", mas ele optou por se calar em razão do “desrespeito e deboche” por parte do promotor.

 

Depois disso, Gerson disse nunca ter sido procurado por nenhum investigador do Gaeco.

 

“Se for chamado falarei a verdade. Não existe nenhum revanchismo”, afirmou o militar.

 

Cabo fala em arrependimento (Atualizada às 19h18)

 

Questionado se tem arrependimento pelos atos praticados, Gerson afirmou: “Com certeza, sem nenhuma dúvida. Minha conduta é ilibada. Não tem nada que possa macular minha imagem. Mas na vida a gente toma decisões. E decisões têm consequências e por isso estou aqui hoje”.

 

Ao final da audiência, o promotor pediu para que as mídias dos reinterrogatórios sejam encaminhas à Procuradoria Geral de Justiça para possíveis investigações sobre os fatos delatados pelos três réus.

Inicialmente previsto para ocorrer em agosto, o julgamento dos réus foi designado para os dias 6, 7 e 8 de novembro.



 

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COMENTÁRIOS
4 Comentário(s).

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André  18.07.19 14h33
Há alguma dúvida a respeito? Interessante é que essas informações já eram divulgadas a boca pequena em Cuiabá. Os nomes e (alguns detalhes que ainda não vieram a público) também acompanhavam os mesmos no disse-me-disse.
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José Oliveira  17.07.19 18h12
Essa história ja encheu o saco do povo, esse rolo é mais entre as autoridades, não precisa de CPI para consumir o dinheiro do povo, deixem que se explodam entre eles mesmos, isso não afeta diretamente o cidadão.
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Dandara  17.07.19 16h40
Imaginem quantas pessoas foram processadas de forma midiática. Aliás, isso aconteceu no auge de Selma Arruda, a mais midiática de todos. Grande juiz Faleiros e juiz Jorge. Agem de forma totalmente em oposta à futura ex-senadora. Os senhores têm em mim uma admiradora.
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Gladston  17.07.19 14h10
Com uma história contada em cada depoimento, como saber qual a verdadeira e qual a falsa? Não estou falando propriamente desse caso, mas de vários outros semelhantes que ocorrem país a fora. Tenho todas as dúvidas possíveis a respeito disso!
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