Cuiabá, Domingo, 15 de Junho de 2025
CABIDÃO NA SAÚDE
23.11.2021 | 12h10 Tamanho do texto A- A+

Comissão vê improbidade e propõe impeachment de Emanuel

Pedido será protocolado nesta tarde e será apreciado pelos parlamentares na quinta-feira (25)

Câmara de Cuiabá

Plenário da Câmara Municipal, onde o relatório foi apresentado

Plenário da Câmara Municipal, onde o relatório foi apresentado

CÍNTIA BORGES E LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO

O relatório final da Comissão Especial da Câmara de Cuiabá, criada para acompanhar investigações contra o prefeito afastado Emanuel Pinheiro (MDB), concluiu que houve prática de improbidade administrativa por parte do emedebista. Por isso, a comissão pediu aos vereadores a abertura de um processo de impeachment.

 

O documento foi apresentado ao presidente da Casa, vereador Juca do Guaraná (MDB), na manhã desta terça-feira (23) - veja na íntegra AQUI.

 

Agora, o relatório será usado para embasar um novo pedido de abertura de Comissão Processante contra Emanuel, que será protocolado ainda nesta tarde. O novo requerimento será colocado em votação já na sessão da próxima quinta-feira (25).

 

O Legislativo já barrou três pedidos semelhantes nas últimas semanas. 

 

Neste sentido há a incidência do prefeito Emanuel Pinheiro em ato de improbidade administrativa e [...] há elementos suficientes a autorizar o julgamento político do chefe do Executivo

A comissão foi presidida pela vereadora Edna Sampaio (PT) e tinha como membros os vereadores Wilson Kero Kero (Podemos) e Sargento Vidal (Pros).  

 

O grupo analisou diversas ações e procedimentos administrativos instaurados no âmbito do Tribunal de Contas do Estado, Ministério Público Estadual e na Justiça contra o prefeito. 

 

A principal delas diz respeito à contratação de servidores temporários na Saúde, em detrimento da realização do concurso público ou processos seletivo, em desrespeito a decisões judiciais e do TCE. Esses fatos são investigados pela Operação Capistrum, deflagrada em outubro e que levou ao afastamento do prefeito.

 

“O que se conclui da análise das ações judiciais promovidas pelo Ministério Público é exatamente a violação, por parte do prefeito Emanuel Pinheiro, ao concurso público, notadamente na área da Saúde, já que, desde o início do seu primeiro mandato até a presente data não o realizou, apesar dos insistentes freios e contrapesos promovidos pelo Poder Judiciário e pelo Tribunal de Contas do Estado”, diz um trecho do relatório.

 

“Neste sentido há a incidência do prefeito Emanuel Pinheiro em ato de improbidade administrativa e, ainda que pendente de decisão judicial transitada em julgado nesse sentido, há elementos suficientes a autorizar o julgamento político do chefe do Executivo pela Câmara Municipal, por este ato de improbidade administrativa”, completou.

 

A comissão ainda apontou dados que demonstram que Emanuel sabia que havia necessidade de regularização do quadro de servidores da Saúde e da existência de contratos irregulares sem critério e ilegais.

 

“[...] Diante de todo o exposto, a presente Comissão Especial conclui pela existência de elementos suficientes para a abertura de processo de impeachment para descompressão democrática da crise política instalada a partir do afastamento do Prefeito Emanuel Pinheiro, pelas decisões judiciais acima mencionadas”, concluiu o relatório.

 

Prêmio-saúde

 

Outra acusação que pesa contra o prefeito é a de pagamento ilegal do chamado "prêmio saúde", de até R$ 5,8 mil, sem nenhum critério. Segundo a comissão, também se trata de ato de improbidade. O prêmio saúde também é alvo da Operação Capistrum.

 

“Aliás, também da análise dos autos, se verifica a realização de pagamentos de prêmio-saúde a centenas de contratados temporários em desconformidade legal, sob o arbítrio do prefeito afastado, a ensejar, também, a incidência em ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário”, consta em trecho.

 

Comissão Processante

 

Para ser instalada, a Comissão Processante precisa ser aprovada pela maioria simples da Casa. Segundo o Regimento Interno, caso o pedido seja protocolado por algum parlamentar, este não poderá votar.

 

A partir do momento em que é instalada, os membros podem pedir o afastamento do prefeito durante a investigação, que dura 90 dias. O pedido é feito formalmente e decidido pela Justiça.

 

Afastamento

 

Emanuel Pinheiro foi afastado do cargo no dia 19 de outubro, após a deflagração da Operação Capistrum.

 

Além dele, a operação teve como alvos a primeira-dama Márcia Pinheiro; o chefe de gabinete Antônio Monreal Neto, que chegou a ser preso; a ex-secretária Ivone de Souza; e o ex-coordenador de Gestão de Pessoas da Secretaria Municipal de Saúde, Ricardo Aparecido Ribeiro.

 

O grupo é acusado de  criar um "cabide de empregos" na Secretaria Municipal de Saúde para acomodar indicação de aliados, obter, manter ou pagar por apoio político.

 

Outra acusação que pesa é a de pagamento ilegal do chamado "prêmio saúde", de até R$ 5,8 mil, sem nenhum critério. 

 

Segundo as investigações, o prefeito reiterou nas práticas consideradas irregulares apesar de determinações judiciais e de ordens do Tribunal de Contas do Estado (TCE).

 

O prejuízo aos cofres públicos de Cuiabá, segundo o MPE, foi de R$ 16 milhões. 

 

O grupo também é alvo de uma ação por improbidade administrativa na Vara de Ação Popular e Ação Civil Pública de Cuiabá. Nela, o prefeito chegou a ser afastado, mas conseguiu reverter a decisão no Superior Tribunal de Justiça.

 

Leia mais sobre o assunto:

 

Comissão aponta crime de responsabilidade praticado por Emanuel

 

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COMENTÁRIOS
7 Comentário(s).

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Cleber Trevisan   25.11.21 09h30
Cleber Trevisan , seu comentário foi vetado por conter expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas
Juliana  24.11.21 22h49
Agora a câmara municipal de Vereadores está esmiuçando os motivos que levaram o afastamento de Emanuel, sendo perceptível que são questões que Indissolúveis, ficando mais do que claro a sua cassação é o correto nesse caso.
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Kauana  24.11.21 11h53
Já foi tarde esse prefeito...
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Adilson   24.11.21 10h43
A Edna construiu sua visão dos fatos, trouxe os elementos que o MP integrou a justiça e agora está fazendo o seu trabalho, fiscalizar. Ganhou pontos com todos os eleitores com essa posição. O prefeito precisa ser investigado e os vereadores devem fazer isso antes que o afastamento cause paralisia no poder público municipal.
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Edesio José Guedes Lima  23.11.21 20h00
No primeiro momento à vereadora Edna não foi à favor, nem contra as denúncias ao Prefeito Emanuel Pinheiro., fez como todos os legisladores devem fazer, analizar as denúncias apresentadas, caso verdadeiras votar com consciência do dever, e respeito aos eleitores que a elegeram como representante do povo Cuiabano.
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