CPI pede documentos à Justiça Federal e provas de Eder Moraes

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Ministério Público solicitou à Justiça Federal, nesta quinta-feira (18), documentos das investigações da Operação Ararath que comprovariam possíveis irregularidades no recebimento de cartas de crédito por parte de promotores do MPE.

Mesmo prevendo dificuldades no recebimento da documentação, o presidente da CPI, deputado Max Russi (PSB), disse esperar receber resposta positiva à solicitação.

“Nós pedimos documentos relacionados às cartas de crédito do MPE e esperamos receber. A informação é que na Ararath existem muito mais coisas sobre as cartas. Queremos saber se existem mesmo mais coisas ou só aquela lista. Eu acredito que existam mais coisas”, disse, referindo-se a uma lista encontrada na casa do ex-secretário de Estado Eder Moraes, durante uma das etapas da Ararath, com o nome de promotores do MPE .

A informação é que na Ararath existem muito mais coisas sobre as cartas. Queremos saber se existem mais coisas ou só aquela lista. Acredito que existam mais coisas

“O prazo regimental é de 15 dias. Porque são vários documentos. Na questão da Ararath, deve ter certo nível de dificuldade, não sei se eles vão querer mandar”, afirmou.

Durante a primeira reunião da comissão, foi aprovado ainda um requerimento para que Eder envie toda a documentação que possui sobre o assunto.

O ex-secretário foi quem levantou a suspeita sobre as cartas de crédito do MPE e desafiou a Assembleia a investigá-las quando foi ouvido pela CPI das Obras da Copa em 2015.

À época, ele levou uma série de documentação contra os promotores. No entanto, segundo Max, os papéis não estão na CPI.

“Ele não entregou nada. Não temos nada na CPI. Ele fez uma denúncia no dia da CPI da Copa. Ele trouxe um monte de documentação aqui, mas não tem nada concreto. Por isso estamos pedindo esses requerimentos. Pedindo também para o presidente Guilherme Maluf informações para saber o que tem na Casa”, afirmou.

Segundo Max, os documentos de Eder são essenciais e podem abrir novas vertentes de investigações.

“Se os documentos já estiveram na Casa será mais fácil. A dificuldade ficará apenas na questão dos documentos da Justiça Federal. E precisamos ver o que vai aparecer na documentação. Porque parece que as cartas de crédito não beneficiaram somente o Ministério Público”, disse.

“Esses documentos podem abrir outras vertentes. Pode ser que tenhamos desdobramentos. Isso são informações que chegam até os deputados. Mas precisamos analisar os documentos”, afirmou.

Prado e Ferra

Por fim, Max reafirmou as declarações do deputado Wilson Santos (PSDB) quanto a investigar atos de ordenação de despesas dos procuradores gerais de Justiça. Entre eles, o atual Paulo Prado e o ex Marcelo Ferra.

Ambos devem ser convocados para oitivas na CPI. Ainda serão ouvidos os auditores do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT) que atestaram a legalidade dos pagamentos das cartas ao MPE

“Temos que ouvir quem coordenou os pagamentos. Se tem 40 pessoas que receberam, chamar umas quatro ou cinco pessoas. Não depende somente de mim, mas provavelmente eles [Prado e Ferra] serão convocados a depor”, disse.

“Eles foram os ordenadores. É justamente quem tem que vir, não quem recebeu. E vamos investigar, também, a questão do dinheiro que foi pago, porque eles têm um orçamento próprio, mas esse recurso veio do ICMS do Estado. Então, recebeu duas vezes o mesmo dinheiro”, completou.

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