Cuiabá, Sábado, 19 de Julho de 2025
"NÃO CAÍ NA DELES"
17.04.2017 | 17h01 Tamanho do texto A- A+

Deputado afirma que estelionatários tentaram lhe dar um golpe

Viana não quis revelar valores: "Queriam dinheiro para seguro e eu não aceitei"

Marcus Mesquita/MidiaNews

O deputado Zeca Viana:

O deputado Zeca Viana: "queriam dinheiro para seguro e comigo eu não aceitei"

CAMILA RIBEIRO E LAURA NABUCO
DA REDAÇÃO

O deputado estadual Zeca Viana (PDT) admitiu ter sido “assediado” pela suposta quadrilha de estelionatários que teria praticado crimes pela empresa SoyGroup em todo o Estado. Os alegados golpes são investigados na Operação Castelo de Areia.

 

Zeca foi citado pelo empresário Teilor Seidler - que seria uma das vítimas do grupo - durante audiência da ação penal derivada da operação e que foi realizada na tarde desta segunda-feira (17).

 

Entre os réus da ação está o ex-presidente da Câmara de Vereadores de Cuiabá, João Emanuel – atualmente preso.

 

Além dele, são réus o irmão do ex-vereador, o advogado Lázaro Roberto Moreira Lima; o pai dos dois, o juiz aposentado Irênio Lima; os empresários Walter Dias Magalhães Júnior, sua mulher Shirlei Aparecida Matsouka Arrabal, e Marcelo de Melo Costa; o contador Evandro José Goulart; e o comerciante Mauro Chen Guo Quin.

 

Fui para o Chile junto com o Teilor [Seidler]. Eu não caí na deles não. Eles queriam dinheiro para seguro e comigo eu não aceitei

Ao MidiaNews, o deputado Zeca Viana afirmou que a tentativa de golpe teria sido praticada pelo grupo durante uma viagem feita ao Chile.

 

“Fui para o Chile junto com o Teilor [Seidler]. Eu não caí na deles não. Eles queriam dinheiro para seguro e comigo eu não aceitei”, afirmou.

 

“Não quero falar em valor, mas achei a proposta estranha. Mas teve um pessoal que caiu”, disse o parlamentar, sem dar mais detalhes do caso.

 

Suposto golpe

 

Em audiências anteriores, o empresário Teilor Seidler contou que buscava recursos para o plantio de soja e, através de um conhecido, foi apresentado aos réus Marcelo de Melo Costa e a Walter Magalhães.

 

Ele revelou ter perdido no mínimo R$ 2 milhões após investir na Soy Group, empresa usada para os golpes.

 

"Além das viagens, cartório e estadia. Isso é no mínimo. Eu tive um prejuízo de 5 mil hectares de lavoura. Tive que demitir 18 funcionários fixos, que são cinco famílias. Fiquei arrebentado. Tô arrebentado até hoje. Fiquei sem crédito. Tive mais de 2 milhões de prejuízo, seguramente", afirmou.

 

O empresário também confirmou que chegou a ir ao Chile para abrir uma conta exigida pelo grupo criminoso. Segundo ele, outros amigos também fizeram o mesmo, além do deputado Zeca Viana.
 

"Fui pro Chile uma segunda vez, com eles [Marcelo e Walter] e mais uns amigos que estavam fazendo isso também: Zeca Viana, Irineu Pirani [político de Barra do Garças]. Até então estava acreditando. Tentando acreditar".

 

Segundo ele, parte desses amigos também fez investimentos com o grupo criminoso, mas ele não citou nomes.

 

"Castelo de Areia"

 

A operação Castelo de Areia foi deflagrada no dia 26 de agosto do ano passado pela Polícia Civil e apura crimes de estelionato supostamente praticados pela empresa SoyGroup em todo o Estado.

 

Foram presos pela suspeita de participação no esquema: Shirlei Aparecida Matsuoka, sócia majoritária da empresa (já solta); Walter Dias Magalhães Júnior (ainda preso preventivamente), presidente do Grupo Soy; Evandro Goulart, diretor financeiro do grupo (já solto); o empresário Marcelo de Melo Costa, suposto "lobista" do esquema (já solto) e, como citado anteriormente, o ex-vereador João Emanuel.

 

Segundo o delegado Luiz Henrique Damasceno da Delegacia Regional de Cuiabá, uma vítima do esquema afirmou que João Emanuel, vice-presidente da SoyGroup, teria utilizado um falso chinês para ludibriá-la em um suposto investimento com parceria com a China.

 

A vítima teria emitido 40 folhas de cheque que somam R$ 50 milhões nas tratativas, que eram “traduzidas” pelo próprio ex-vereador.

 

João Emanuel foi preso preventivamente pela Polícia Civil no dia 26 de agosto de 2016, mas por decisão do desembargador Pedro Sakamoto, do TJ-MT, cumpriu parte da pena em regime domiciliar.

 

No entanto, um laudo médico comprovou que o ex-vereador se encontrava em bom estado de saúde e ele foi detido em setembro de 2016 no Centro de Custódia da Capital, desta vez em decorrência da Operação Aprendiz.

 

Ainda, em setembro de 2016, a juíza Selma Arruda, da Vara Contra o Crime Organizado da Capital, recebeu uma nova denúncia contra a suposta quadrilha.

 

Além dos envolvidos  já citados, se tornaram réus na ação o irmão e advogado do ex-vereador, Lázaro Roberto Moreira Lima e o pai dos dois, o juiz aposentado Irênio Lima.

 

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