“A discussão não é mais se o VLT cabe ou não. A discussão é de que forma vamos retomar e concluir essas obras em que já foram investidos e pagos mais de R$ 1 bilhão. Então, o VLT é um caminho sem volta”.
A declaração é o deputado estadual Emanuel Pinheiro (PR), que voltou a criticar a demora do Governo do Estado em retomar as obras do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), em Cuiabá e Várzea Grande.
Nas últimas semanas, a escolha do modal tem se transformado em polêmica, nos depoimentos colhidos na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Obras da Copa.
Entre eles, o do ex-diretor presidente da extinta Agecopa, Yênes Magalhães, que afirmou que o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) tinha em mãos estudos que apontavam a inviabilidade da implantação do VLT.
Já o deputado estadual Wilson Santos (PSDB) classificou como “safadeza” a troca do sistema de transporte coletivo urbano Bus Rapid Transport (BRT).
No entanto, para Emanuel Pinheiro, todas as situações que colocariam em risco a implantação do veículo já foram derrubadas.
“Recentemente, um técnico da área ambiental disse que o VLT é plenamente viável. Conseguimos, ainda, desmontar o discurso de que não havia energia elétrica, porque a Energisa se preparou para isso. E quanto ao que o Yênes disse, cadê esse projeto? Quando venho para discussão, venho com projetos e com técnicos que possam desmistificar”, afirmou.
“Estamos atacando um movimento de forças ocultas que querem demonizar o VLT, não sei a que interesse. Porque o VLT é o melhor para a população, mais moderno, mais eficiente, mais rápido. Mas, independentemente desses fatores, a gente ouve vozes tentando enfraquecer e destruir esse projeto. E a minha preocupação é que isso contamine o governador”, completou Pinheiro.
"Insanidade"
Agora, o Governo contratou a empresa KPMG Consultoria, por R$ 3,8 milhões, para realizar estudos especializados que irão definir o futuro das obras.
Emanuel Pinheiro, que chegou a denunciar a KPMG, classificou como “insanidade” a possibilidade de Taques optar em não dar continuidade ao projeto, após os estudos da consultoria.
“Eu pergunto como a sociedade vai reagir diante disso? O governador estaria promovendo um retrocesso sem precedentes. Imaginar que o governo pode desistir do VLT, hoje, beira o absurdo, beira a insanidade”, afirmou.
“Tenho certeza que o governador não vai cometer essa injustiça com a população. Acredito que ele vai buscar os caminhos e negociar recursos plausíveis e possíveis para serem investidos com intuito de retomar e concluir as obras do VLT”, completou.
O VLT
O VLT deveria ter sido entregue em junho de 2014, antes mesmo do início dos jogos da Copa do Mundo em Cuiabá.
Entretanto, os sucessivos atrasos levaram a gestão anterior do Governo do Estado a fazer um aditivo prevendo o término para 31 de dezembro do mesmo ano.
Porém, as obras foram paralisadas antes mesmo deste prazo.
A atual gestão estadual discute a questão na Justiça, visto que o consórcio construtor cobra pelo menos mais R$ 800 milhões para a finalização da obra.
O consórcio VLT Cuiabá-Várzea Grande, formado pelas empresas Santa Bárbara, CR Almeida, CAF Brasil Indústria e Comércio, Magna Engenharia Ltda. e Astep Engenharia Ltda, venceu a licitação realizada em junho de 2012, na modalidade do Regime Diferenciado de Contratação (RDC), que não permite aditivos, por R$ 1,447 bilhão. Deste total, R$ 1,066 bilhão já foram pagos.
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15 Comentário(s).
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Paul 28.10.15 09h49 | ||||
Lisandro e Roberto: Meus caros! O VLT de Cuiabá é apenas um embrião de uma futura malha sobre trilhos. Não dá para assentar trilhos em tudo o quanto é canto de uma hora para outra. Tem que ir "devagar que nem tocando ovelhas". Em qualquer país civilizado transporte público não tem que dar lucro. Lucro para quem? Empresários que há décadas mamam nas tetas da Mãe-Pátria? Não sabe o que é uma malha de VLT? Dá uma olhada na malha de Zurique, na Suiça. Lá, o VLT é conhecido como TRAM. Em alemão, Strassenbahn. Veja os VLTs modelos mais antigos, com mais de 20 anos. https://www.youtube.com/watch?v=m9-y4SyO2sY Entendeu o que é uma malha sobre trilhos? | ||||
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roberto 28.10.15 08h40 | ||||
Populista, não tem nenhum estudo falando sobre a viabilidade do VLT e quer defendê-lo independente do prejuízo que este possa dar à população. Não estamos mais falando nos 1,5 bilhões que já foram pagos, e sim dos milhões que teremos que pagar para manter o sistema operacional. E a menos que a população se locomova para o cpa ou coxipó, ainda haverá a necessidade de utilizar ônibus para as dezenas de bairros que existem em Cuiabá e nem sequer vão sentir o cheiro do VLT. | ||||
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Lisandro Peixoto Filho 27.10.15 18h33 | ||||
Assim como também sem ida. Não somente pelas verbas aplicadas e desvirtuadas da finalidade por mal gestores públicos, deve-se tomar decisões de novos gastos. Deve-se primeiro responder: - VLT trará melhoria ao transporte público? - VLT viável economicamente? - Se o dinheiro proveniente de seu bolço, deputado, você tomaria a decisão de continuar obras do VLT? | ||||
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Edmilson Santana 27.10.15 17h02 | ||||
Esse Sr. Deputado não perde uma única chance de sair bem na foto, mesmo que saia borrado. O que ele fez antes para que a obra fosse inciada conforme o projeto. Aliás, cadê o tal do projeto. Agora, falar que tá demorando é fácil. Difícil Sr. Deputado foi andar de ônibus em meio as obras para Copa em Cuiabá. O Sr quer aparecer nessa foto? Vem conversar o povo Deputado. Cara a cara. Olho no olho. Afinal, o Sr também foi eleito pelo voto do povo. | ||||
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Carlos Nunes 27.10.15 16h21 | ||||
Com a baita crise nacional prevista para 2016 em diante, aonde o PIB será até negativo, haverá recessão braba, desemprego, e tentativas de inúmeros Ajustes Fiscais para rapar o restinho de dinheiro que ainda sobrou no bolso do povo, etc...depois de aplicar os recursos na Educação, na Saúde, na Segurança, e para a infraestrutura dos 141 municípios (não existe só Cuiabá)...duvido que vai sobrar dinheiro para torrar no VLT. Dizem que se fizerem a Obra BEM FEITA, para durar uns 50 anos, vai custar mais de 3,5 BILHÕES, já se fizerem MAL FEITA PRÁ BURRO, vai custar baratinho. Qualquer bobó cheira-cheira como eu, sabe que abrir uma cidade DE PONTA A PONTA (Porto ao CPA mais Centro além do Coxipó), para fazer o alicerce dos trilhos e as quase 40 Estações do VLT...vai custar os olhos da cara. ALGUNS BILHÕES. | ||||
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