Deputado vê “birra” de Lula e cobra articulação com Trump

O deputado federal Coronel Assis (União) criticou a postura do presidente Lula (PT) por não articular diretamente com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o fim do tarifaço contra o Brasil.

Parece que a gente vive em uma guerrinha de birrinha de escola, de quarta série, onde a pessoa não quer falar com a pessoa que precisa falar

“A sociedade está passando a sentir isso, porque infelizmente hoje nós temos um Governo Federal que está pouco se lixando com aquele cidadão final, lá da ponta”, afirmou em entrevista à rádio Capital FM.

“Mesmo porque se a gente pegar essa questão da tarifação do Brasil por parte do governo americano, parece que a gente vive em uma guerrinha de birrinha de escola, de quarta série, onde a pessoa não quer falar com a pessoa que precisa falar”, completou.

Além de criticar o que ele chamou de “birra diplomática”, Assis chamou a atenção para o fato de que quem sofrerá mais prejuízos com a sanção do governo norte-americano será a população.

Desde semana passada vigora o decreto da Casa Branca que adiciona uma tarifa de 40% sobre os produtos importados do Brasil, elevando o valor total da sobretaxa ao país em 50%.

Uma reportagem feita pelo jornal Folha de S.Paulo mostra que mesmo com uma lista de 694 isenções, estados como Tocantins, Alagoas, Acre, Amapá, Ceará, Rondônia, Paraíba e Paraná passam a ter de 95% a 100% de suas vendas aos Estados Unidos sobretaxadas.

Apesar de Mato Grosso não ser um local muito afetado, o Governo do Estado já adiantou que os empresários do setor madeireiro podem sofrer impacto desse aumento.

Assis rechaçou a justificativa do Governo Federal de que os americanos estariam se negando a negociar com o Brasil e cobrou responsabilidade do presidente Lula.

“Eles vem com uma narrativa de que o presidente Trump não quer falar com o Brasil. Mas a gente viu esses dias atrás em uma entrevista onde o próprio presidente Trump disse que está aberto a falar com o presidente Lula quando ele quiser”, disse.

“Senadores foram negociar, mas não é o foro competente para fazer essa discussão. Isso tem que ser o Poder Executivo, então a responsabilidade nessa negociação diplomática é do Governo Federal, da diplomacia brasileira, que com certeza faz isso muito bem. Se não faz, é porque não quer”.