Cuiabá, Quinta-Feira, 9 de Outubro de 2025
DESAFIO
13.12.2010 | 23h07 Tamanho do texto A- A+

Dilma terá grandes desafios como outras líderes da América Latina

Presidentes como da Argentina e Costa Rica tiveram que construir própria marca política

R7

Dilma Rousseff assumirá a Presidência do Brasil com o desafio de impor sua marca a um país que nunca teve uma mulher neste cargo, uma tarefa similar à de outras mulheres no exercício do poder na América Latina.

Eleita para suceder o carismático Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma terá nas mãos o timão do gigante sul-americano, mas também a responsabilidade de mostrar que é capaz de exercer o poder sem a tutela masculina e sem a influência de seu mentor político.

É o mesmo desafio que enfrentam, diariamente, Cristina Kirchner na Argentina, e Laura Chinchilla, na Costa Rica: conduzir seus respectivos países com sua própria iniciativa e visão, livrando-se do 'estigma' de ter sido primeira-dama ou de ter um presidente como padrinho político.

Para a professora Rosemary Segurado, doutora em Ciências Sociais da Universidade de São Paulo (USP), Dilma, Cristina e Laura estão diante da "necessidade de mostrar que não são a sombra de ninguém.

- No Brasil, buscou-se tirar legitimidade da Dilma pelo fato de que ela foi escolhida por Lula, como se não fosse capaz de tomar suas próprias decisões só pelo fato de ser mulher.

Na visão da especialista, a política na América Latina é um espaço masculino, "e a sociedade custa em aceitar que elas tenham suas próprias opiniões, ideias e iniciativas".

Líderes latinas tiveram que se relançar na Presidência

Laura foi vice-presidente e ministra da Justiça de Óscar Arias, com quem se lançou ao primeiro plano da política costarriquenha. Mais recentemente, porém, se verificou um distanciamento do líder local e Nobel da Paz para delimitar o espaço de Laura e imprimir sua marca pessoal.

Já no caso de Cristina, lembrou a especialista, dizia-se que ela era mais influente que o marido, Néstor, quando era senadora, mas ao se tornar presidente "parecia que ela não tinha uma trajetória política anterior", disse a especialista.

Michelle Bachelet teve trajetória própria

Segurado lembrou o caso da ex-presidente chilena, Michelle Bachelet, que antes de ocupar o palácio de La Moneda, teve a sensível tarefa de ser ministra da Defesa para negociar com forças armadas ainda influenciadas pela figura do ex-ditador Augusto Pinochet.

- Bachelet é o caso de uma mulher que tem uma trajetória própria, pessoal, e conseguiu mostrar que não era apenas uma criação do ex-presidente Ricardo Lagos, mas uma figura pública.

Em 1º de janeiro, Bachelet assumirá a direção executiva da organização ONU Mulheres, entidade criada para reunir as políticas das Nações Unidas para a promoção dos direitos das mulheres.

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