Investigações da Operação Miasma revelaram que a empresa SMT Transportes e Veículos Especiais, que recebeu mais de R$ 3 milhões da Secretaria de Saúde de Cuiabá para locação de vans e ambulâncias, possuía um Fusca ano 1986 e uma Kombi 2013.
A SMT Transportes, antiga Matheus Felipe Vieira de Teixeira Eireli, segundo as investigações da Polícia Federal, é ligada ao empresário Antonio Ernani Rezende Kuhn e o filho dele, Ernani Rezende Kuhn, irmão e sobrinho da primeira-dama de Márcia Pinheiro (PV), respectivamente.
Ambos foram alvos da operação, deflagrada na manhã desta terça-feira (28) pela Polícia Federal, para investigar crimes de fraude à licitação e peculato na Saúde da Capital.
As investigações tiveram início na Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor) e foram encaminhadas para a PF por envolver verba da União.
Conforme o inquérito, a empresa firmou dois contratos com a Pasta, em 2021. O primeiro previa a locação de quatro vans pelo período de seis meses, no valor total de R$ 210 mil, para atender aos programas e projetos assistidos pela Atenção Básica e Secundária.
Já o segundo previa a locação de ambulância móvel, com valor global de R$ 1,4 milhão, e ficou vigente até fevereiro de 2022.
“O contrato 263/2021/SMS tinha por objeto a contratação emergencial de locação de 04 vans pelo período de 180 dias, no valor total de R$ 210.000,00, para atender aos programas e projetos assistidos pela Atenção Básica e Secundária da SMS de Cuiabá, sendo proibida a subcontratação. No entanto, a empresa vencedora só possuía um Fusca ano 1986 (placa AZA6815) e uma Kombi ano 2013 (placaOBI4938)”, diz trecho do documento.
“Tão estranho quanto isso, foi a alteração do contrato social da empresa Matheus F. V. de. T Eireli, 34 dias antes do início da vigência do contrato alteraram para constar o objeto e da atividade empresarial para se amoldar ao contrato”, diz outro trecho.
Ainda conforme a investigação, a Prefeitura pagou mais de R$3 milhões à empresa, apesar dos valores dos contratos somar pouco mais R$ 1,7 milhão.
“Consta ainda no RT [relatório técnico], quanto aos pagamentos para esta empresa, que foram liquidados R$ 3.095.519,93 (Três milhões, noventa e cinco mil, quinhentos e dezenove reais). Vale relembrar que apesar desses valores, os contratos iniciais eram de R$ 210.000,00 (duzentos e dez mil) para o contrato n°236/2021 e R$1.490.400,00 (um milhão, quatrocentos e noventa mil, e quatrocentos) relativos ao contrato n°269/2021”, diz trecho do documento.
“Ainda consta no RT que um total de R$ 1.620.899,93 foram pagos a empresa Matheus Felipe Vieira Teixeira De Macedo Eireli e são classificados apenas como pagamentos ‘indenizatórios’ e não trazem referência a quais contratos efetivamente correspondem tais pagamentos”, diz outro trecho.
"Empresa fantasma"
Conforme as investigações, a SMT Transportes tem como atual sócio administrador João Paulo Nunes Ferreira. No entanto, ele sequer possui veículo automotor ou imóveis registrados em seu nome, nem mesmo procurações ou abertura de firmas em cartórios locais.
As investigações indicam que João Paulo é sócio de Ernani Kunh em outra empresa, a GM Rastreadores Ltda-Me.
Além disso, ele manteve relação de vínculo empregatício com a empresa Clatur Viagens e Turismo, que tem como sócio administrador Antonio Kuhn, pai de Ernani.
Para as investigações, tudo indica que a SMT Transporte é uma empresa fantasma, pois “no endereço que consta em cadastro atual da referida empresa, está em funcionamento outra empresa de outro ramo comercial, nem mesmo no endereço anterior foram identificados indícios de funcionamento da empresa investigada".
"Não foram identificados funcionários administrativos ou operacionais, registrados ou com vínculo empregatício com a empresa Matheus Felipe Vieira Teixeira Macedo Eireli ou SMT Transportes e Veículos Especiais Ltda”.
Operação Miasma
No total, a operação cumpriu 32 mandados de busca e apreensão em cidades de Mato Grosso, Amazonas, Tocantins e Distrito Federal.
Além dos contratos envolvendo a SMT Transportes, aoperação ainda apura a contratação de empresa para o fornecimento de software de gestão documental, por valor aproximado de R$ 14 milhões.
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2 Comentário(s).
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Mara santana da silva 28.05.24 23h20 | ||||
E nós da saúde sem receber décimo de março até hoje não pagou disque caixa vazio e o.povo roubando muito triste isto | ||||
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Eloi Wanderley 28.05.24 17h41 | ||||
Alguem pode me dizer se os vereadores de Cuiabá, os vereadores da situação, é claro, perderam o poder constitucional de fiscalizar o poder executivi? | ||||
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