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"BRAÇO-DIREITO"
16.06.2017 | 08h44 Tamanho do texto A- A+

Ex-assessor confessa ter recolhido propina e caixa dois a Silval

Em confissão, Sílvio César disse ser o responsável por recolher e distribuir dinheiro aos beneficiários

MidiaNews

Sílvio Cesar Corrêa, ex-chefe de gabinete de Silval Barbosa

Sílvio Cesar Corrêa, ex-chefe de gabinete de Silval Barbosa

LAURA NABUCO
DA REDAÇÃO

Ex-chefe de gabinete do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), Sílvio César Correa de Araújo era o responsável pela arrecadação de propina e de dinheiro destinado a caixa dois de campanhas eleitorais dentro da organização criminosa instalada no governo do Estado durante a gestão do peemedebista.

 

A afirmação consta em depoimento prestado por ele no âmbito da Operação Sodoma, cujos trechos foram reproduzidos pela juíza Selma Arruda, da Sétima Vara Criminal de Cuiabá, na decisão da última terça-feira (13), em que ela autorizou a prisão domiciliar de ambos.

 

Na confissão, Sílvio - que estava preso desde março de 2016 - afirmou que agia sempre cumprindo determinações diretas de Silval e, ainda, que era o homem responsável por reunir e repassar ao então governador e outros beneficiários o dinheiro de propina que era paga por empresários a outros secretários de Estado.

 

“Confessou, também, que entre as suas funções estava a de recolher dinheiro oriundo de pagamento de propinas diretamente com empresários que pagavam o Governo, como também com secretários de Estado que tinham a função de arrecadar propina, além de levar esses valores tanto para o chefe Silval Barbosa, como para outras pessoas que se beneficiavam desses pagamentos e também para operadores financeiros”, diz trecho do despacho da magistrada.

Entre as suas funções estava a de recolher dinheiro oriundo de pagamento de propinas diretamente com empresários que pagavam o Governo, como também com secretários de Estado que tinham a função de arrecadar propina

 

Homem de confiança de Silval e seu funcionário desde 2003, Sílvio revelou também que tinha liberdade para se reunir com empresários que mantinham contratos com o Governo e acertar com eles tanto os valores como as formas de pagamento das propinas.

 

“Disse que tinha função de fazer troca de cheques oriundos de pagamentos de propinas junto a instituições de fomento da confiança do ex-governador, bem como para fazer pagamentos de empréstimos e dívidas adquiridas por Silval Barbosa”, complementou.

 

Outra tarefa de Sílvio, segundo o próprio, era fazer a troca de cheques oriundos de pagamentos de propina, junto a factorings de confiança de Silval, "bem como para fazer pagamentos de empréstimos e dívidas adquiridas por Silval Barbosa". 

"Afirmou que participava do Condes [Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social], com a maior parte dos Secretários, como o da Casa Civil, Secretaria de Administração, AGE [Auditoria Geral do Estado] PGE Procuradoria Geral do Estado], Seplan [Secretaria de Estado de Planejamento Econômico], Comunicação, Governadoria, que têm a incumbência de discutir de forma genérica o que ocorria no Estado, além de deliberarem sobre qual seria a estratégia para atender demandas de Secretarias com déficit de orçamento".


Prisão domiciliar 

 

As confissões de Sílvio César Correia de Araújo e do próprio Silval Barbosa foram determinantes para a decisão da juíza Selma Arruda, que autorizou a conversão de suas prisões em detenções domiciliares, com o uso de tornozeleira eletrônica.

 

Os depoimentos ocorreram na Delegacia Fazendária (Defaz), no dia 1º de junho, e contém detalhes sobre crimes investigados nas diversas fases da operação Sodoma.

 

Silval e Sílvio ainda especificaram qual teria sido a participação de todos os demais réus das ações penais oriundas da operação.

 

O ex-governador estava detido desde setembro de 2015, quando foi deflagrada a primeira fase da Sodoma. Já o ex-chefe de gabinete estava preso desde março do ano passado, ocasião da segunda e terceira fase das investigações.

 

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