Cuiabá, Sexta-Feira, 8 de Agosto de 2025
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17.09.2015 | 21h00 Tamanho do texto A- A+

Gaeco "vaza" áudio de conversa entre Silval e desembargador

Gravações obtidas pela TVCA mostram Silval tentando facilitar habeas corpus de esposa

MidiaNews

Silval Barbosa e sua mulher Roseli: ligação teria objetivo de facilitar deferimento de habeas corpus

Silval Barbosa e sua mulher Roseli: ligação teria objetivo de facilitar deferimento de habeas corpus

VINÍCIUS LEMOS
DA REDAÇÃO
Um áudio "vazado" pelo Gaeco à TV Centro América, e exibido no MTTV 2ª edição, mostra o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) em uma suposta tentativa de tráfico de influência.
 
As interceptações telefônicas, feitas com autorização da Justiça, revelariam o ex-governador tentando facilitar o deferimento de um Habeas Corpus em favor de sua mulher, a ex-primeira dama Roseli Barbosa, presa durante a “Operação Ouro de Tolo”.

Roseli foi detida no dia 20 de agosto, acusada de liderar um esquema que teria desviado R$ 2,8 milhões da Secretaria de Estado de Assistência Social (Setas). Segundo o Gaeco, os desvios teriam ocorrido entre os anos de 2011 e 2014.

A primeira interceptação teria sido realizada no dia seguinte à prisão de Roseli. No áudio, é possível ouvir o ex-governador solicitando a um de seus advogados que facilite o Habeas Corpus da esposa.

Silval: “Você tem que fazer o trabalho lá.”

Advogado: “Vou fazer, vou fazer. Vou conversar, vou ver a distribuição, entendeu? Isso eu vou fazer, isso não tem dúvida.”

Silval: “Pra ninguém atravessar, e por causa desse trem aí minha mulher ficar presa.”

A reportagem mostra que poucas horas após a conversa, o ex-governador recebeu uma ligação que, conforme o Ministério Público do Estado (MPE), seria do Tribunal de Justiça de Mato Grosso. No diálogo, Silval diz que logo retornará a ligação, pois está dentro de um elevador.

Em outra conversa, Silval dialoga com o desembargador Marcos Machado.

Telefone TJ: “Estamos aí aguardando, caso precise aí de algum diálogo, acho que é importante.”

Silval Barbosa: “Ok, ok. Obrigado.”

Telefone TJ: “De forma objetiva, vamos ter uma conversa particular aí para ‘mim’ poder também lhe contribuir com alguma posição, né?”

Silval Barbosa: Tá bom. Obrigado”

Apesar do diálogo, na distribuição dos processos, o caso de Roseli Barbosa ficou sob responsabilidade do juiz Rondon Bassil Dower Filho, que negou a liberdade à ex-primeira dama.

Após a distribuição dos processos, uma nova ligação é feita a Silval Barbosa, pelo mesmo telefone do TJ-MT. Na escuta, um homem revela que “as coisas não saíram como planejado”.

Telefone TJ: “É... só lhe dar um retorno, não foi aqui o ideal, ta?”

Silval Barbosa: “Eu te ligo daqui a pouco, só um minutinho.”

Telefone TJ: “Só pra lhe dar o recado, eu não vou nem atender. Não foi o ideal, ta? Tchau.”

Número do TJ-MT

Ainda na reportagem exibida pela TVCA, o repórter liga para o número de onde teriam partido as ligações para Silval Barbosa. O desembargador Marcos Machado atendeu a ligação e se recusou a falar sobre o caso de Roseli Barbosa.

“Juiz não fala, absolutamente, ainda mais sem ser vinculado ao processo”, afirmou.

Machado negou ter auxiliado no caso do Habeas Corpus de Roseli.

“Tenho relacionamento pessoal com o governador, fui nomeado por ele. Mas não houve nenhum tipo de influência”, declarou.

O desembargador ainda considerou como “ofensivas” as acusações de que teria facilitado a situação da ex-primeira dama. "Que isso, meu jovem... Eu não estou com o processo, não sou relator de nenhum caso. Isso ai é uma ofensa que você me faz", disse.

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COMENTÁRIOS
5 Comentário(s).

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Euripes Gomes Pereira  18.09.15 16h44
É de se lamentar a conduta do desembargador. Precisa ser apurado pelo órgão competente.
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Junior Taveira  17.09.15 19h28
Como assim? Não foi o ideal????
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GILBERTO MATTOS  17.09.15 12h04
GILBERTO MATTOS, seu comentário foi vetado por conter expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas
Daniel  17.09.15 09h13
Em resumo tudo deve acabar em nada. E o povo, com cara de trouxa que se lasque!! :/
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Alexandre  17.09.15 08h46
é o fim da picada. em quem se pode acreditar hoje em dia?
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