NOELMA OLIVEIRA
DA REDAÇÃO
O ex-prefeito de Cuiabá, Chico Galindo (PTB), já havia tentado promover mudanças nos fundos de investimentos do Instituto de Previdência dos Servidores da Prefeitura de Cuiabá (Cuiabá-Prev), do Banco do Brasil, para outras instituições.
O assunto, registrado em ata, veio à tona após o petebista ter o nome citado em relatório da Polícia Federal, durante as investigações a uma suposta quadrilha que fraudava planos de previdências municipais.
O esquema, descoberto pela Operação Miquéias, desencadeada pela PF há uma semana, cita o nome do ex-prefeito da Capital. Ele foi procurado por uma integrante do grupo, a modelo Luciane Hoepers, em agosto do ano passado.
O pedido de Galindo para migrar o fundo de investimentos foi barrado pelo Conselho Curador do Cuiabá-Prev.
O prefeito, encaminhou o pedido ao presidente do Instituto de Previdência de Cuiabá à época, Ronaldo Taveira, que confirmou ao
MidiaNews ter recebido a representante do fundo, acompanhada do ex-secretário municipal Silvio Fidelis, também citado na ata do Conselho Curador do Cuiabá-Prev.
A sugestão do ex-prefeito, citada em gravação da PF autorizada pela Justiça, era de investir R$ 21 milhões do fundo de previdência, do Banco do Brasil, para os fundos Eslovênia, Vitória-Régia e Elo. Este mesmo valor consta no documento do conselho.
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Ronaldo Taveira, que levou pedido ao conselho: negativa
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Taveira recebeu a representante da empresa, na sede do Instituto Cuiabá-Prev, acompanhada de Silvio Fidélis, que, segundo ele, explicou o funcionamento do fundo.
Taveira contou que esclareceu à Luciana sobre a necessidade de aprovação do Conselho Curado e que a convidou para participar da reunião para esclarecer para os conselheiros o funcionamento da Accet. Contudo, nem ela e nem outro integrante da empresa compareceram.
Para embasar a negativa de migrar para outro fundo de investimento, do Banco do Brasil, Taveira se calçou primeiramente de um parecer técnico de uma empresa que presta consultoria à previdência municipal.
O parecer demostrou os riscos de investimentos que não fossem em renda fixa, além de apontar que o dinheiro oriundo da previdência não poderia ser aplicado com risco. Também pesava contra a adesão um alerta do Ministério da Previdência com relação a "aventureiros" no setor.
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O ex-secretário Silvio Fidelis, que levou o pedido de Galindo
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Conforme Taveira, Luciane Hoepers também o convidou para "passar uns dias" em Brasília para conhecer a estrutura do fundo - viagem que ele não fez.
O ex-presidente contou que apenas uma vez o ex-prefeito o ligou para atender especificamente este fundo. Porém, por duas vezes o ex-secretário Silvio Fidélis questionou se ele já havia adotado providências em relação ao pedido de Galindo sobre a Accet.
Taveira assumiu a presidência do Cuiabá-Prev em setembro de 2006 e ficou até novembro de 2012. Segundo ele, deixou um saldo de R$ 65 milhões. O ex-presidente lembrou ainda que, graças a uma estruturação feita ainda na gestão Roberto França, o Instituto tem sido referência no país.
Veja
AQUI a Ata na íntegra.