Cuiabá, Terça-Feira, 17 de Junho de 2025
"SENHOR DIRETAS JÁ"
06.07.2011 | 06h29 Tamanho do texto A- A+

Há cinco anos morria o ex-governador Dante de Oliveira

Ex-governador deixou um legado na política mato-grossense e morreu sem realizar o sonho de retomar um mandato eletivo

Divulgação

O ex-governador Dante de Oliveira: morte precoce e sonho de retorno à política não realizado

O ex-governador Dante de Oliveira: morte precoce e sonho de retorno à política não realizado

HUMBERTO FREDERICO
DO DIÁRIO DE CUIABÁ

A morte do ex-governador Dante de Oliveira há cinco anos - completados hoje - deixou uma lacuna na política mato-grossense. Ele partiu alimentado o sonho de voltar à vida pública quatro após ser derrotado na disputa para o Senado Federal em uma eleição atípica no Estado.

Dante de Oliveira, marco de uma geração de políticos de Mato Grosso, morreu às 22h do dia 6 de julho de 2006, ano em que tentava uma vaga na Câmara Federal. Dante foi o último político do Estado a ocupar o cargo de ministro de Estado. No governo José Sarney, ele renunciou a prefeitura de Cuiabá para ser ministro da Reforma Agrária.

Até hoje, seis anos após a sua morte, Dante é o político mato-grossense mais reconhecido fora do Estado. Sem mandato, o ex-governador morreu quatro anos após o seu grupo político perder o poder no Estado para o então novato na política, o empresário Blairo Maggi, eleito governador.

No dia 6 de julho, o ex-governador acordou com febre, devido a uma pneumonia contraída dois dias antes e chegou ao hospital Jardim Cuiabá às 9h, andando e conversando com as pessoas.

Às 16h10, a equipe médica divulgou um boletim médico anunciando que ele tinha sido internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) "em estado muito grave com um quadro de infecção generalizada e diabetes descompensado".

Sedado, Dante estava com respiração artificial sob ventilação mecânica com altas concentrações de oxigênio. Segundo o boletim, a pressão arterial e o ritmo cardíaco eram sustentados à custa de altas doses de medicamentos.

Às 22h, aos 54 anos, o ex-governador Dante de Oliveira não resistiu ao ataque das diabetes e com uma infecção generalizada faleceu. Dante era casado com a ex-deputada federal Thelma de Oliveira, que na época exercia o mandato. Não deixou filhos.

"Foi uma coisa difícil de acreditar. Chegamos juntos ao hospital, ele andando, conversou com as pessoas. Mas o sistema imunológico dele sempre foi muito frágil e chegou um momento que ele não respondia mais aos medicamentos", disse Thelma, emocionada.

Após o falecimento do ex-governador, o PSDB, partido ao qual ele era filiado, entrou em decadência. Em 2002, ano em que Dante perdeu a eleição para senador, e Antero Paes de Barros, também do PSDB, perdeu ao Governo do Estado, os tucanos conseguiram eleger sete deputados estaduais e três deputados federais.

Em 2006, meses após o falecimento do ex-governador, o PSDB elegeu apenas dois deputados estaduais e uma deputada federal, a própria Thelma. No ano passado, o resultado foi ainda pior, pois os tucanos elegeram apenas um deputado estadual, Guilherme Maluf, e um deputado federal, Nilson Leitão, que preside o partido no Estado.

"Após a morte do Dante, muitas pessoas que o enxergavam como liderança deixaram o partido com mandato, pois a lei da infidelidade partidária não existia ainda. Nossa missão agora reestruturar a sigla, e já começamos a fazer isso montando Comissões Provisórias em quase todas as cidades de Mato Grosso", disse Leitão.

Daqui para frente, a suplente de deputada Thelma garante não estar pensando em política. Por enquanto, ela tem a missão de organizar todos os arquivos do ex-governador para construir em breve um memorial em homenagem a ele com fotos e vídeos.

Desde o dia 1º de julho o Instituto Dante de Oliveira está fazendo uma série de eventos em homenagem a ele. Hoje, na Assembleia Legislativa, uma sessão solene marcará o aniversário de cinco anos da sua morte. Em seguida o governador em exercício Chico Daltro (PP) vai assinar um Termo de Cooperação Técnica e Científica entre UFMT e Instituto Dante de Oliveira para a construção do memorial.

Às 18h30, na Igreja Catedral Metropolitana de Cuiabá e na Igreja Nossa Senhora do Carmo, em Várzea Grande, serão realizadas missas. 

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14 Comentário(s).

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Laercio Gutierrez  06.07.11 16h00
Sou cuiabano da gema, nasci e me criei aqui, nem à passeio me ausentei deste Estado maravilhoso. Todavia, esse Dante de Oliveira para mim foi tarde. Ele deveria ter partido desta, bem antes de ser governador deste glorioso Estado. O povo porque tem memória curta. Basta o cabra dominar a arte da fala, que todo mundo cai na lábia do mesmo. Esse cidadão foi bom governador apenas para a família dele, e para os puxa sacos de plantão.
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Newton  06.07.11 15h38
Boa tarde equipe do Midia News. Dizer que o finado Dante de Oliveira é pai da atual democracia é pura demagogia. Primeiramente por que essa emenda das diretas já, foi arquitetada pelo seu pai, o saudoso Dr. Paraná. O Dante de Oliveira foi sim o privatizador de estatais estaduais, deixando milhares de pais de família na merda. Autorizou a construção da usina de manso que acabou com o ciclo de reprodução dos peixes do rio Cuiabá, causando sérios transtornos a classe dos pescadores da baixada cuiabana. Foi um político medroso, quando surgia a primeira dificuldade pela frente abandonava o barco. Foi assim quando ocupou a cadeira de ministro da Reforma Agrária e também como governador. Essa emenda deveria ser batizada como corrupção já !!! No Brasil todo morto vira santo.
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Gustavo  06.07.11 15h05
Existe um erro no 3º paragrafo do artigo. esta escrito "Até hoje, seis anos após a sua morte, Dante é o político mato-grossense..", mas ele nao morreu à 5 anos??
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Francisco Oliveira  06.07.11 14h47
Nunca mais precisei comprar velas para a luz que acabava todos dos dias..
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Lucelio Costa  06.07.11 13h19
DANTE ERA DO POVO! Nao vou comentar sobre o meu amigo Dante político, isso é redunDANTE, Esse amigo que conheci em sua época de estudante lá no meu Estado do Rio de Janeiro, jogador de truco nos fins de semana, era outro Dante, alegre e sem compromissos com seu staf. Aqui em seu mandato de prefeito, continuou o mesmo, andava pelas vias públicas com as mesma sandalias, trafegava entre seus amigos eleitores como sempre fora, sem esquema de segurança era comum como todos, sem discriminar as classes. Ao blindarem seu estatus o deixaram triste afastando daquilo que sempre foi, um homem do povo. Não tem como deixar seguidores, muita gente queria andar do seu lado, até mesmo à sua frente. Como dizia o poeta;"morre o homem, fica a fama", esteja bem amigo.
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