A estudante de Odontologia Iarla da Silva Alves, 24 anos, procurou a primeira-dama Virginia Mendes para relatar ter sido vítima de violência doméstica. Ela contou sobre o terror que tem enfrentado.
Há um ano e meio, Iarla se mudou de Campos Salles (CE) para Várzea Grande, acompanhada pelo empresário do ramo da mineração R.D.O.S, 40 anos, com quem conviveu por cinco.
A jovem relatou que, no Ceará, foi agredida fisicamente, mas ficou em cárcere privado na própria residência por quatro dias e não conseguiu fazer o exame de corpo de delito a tempo, pois os hematomas já haviam desaparecido.
“Quando passaram os quatro dias, eu não tinha mais as manchas, mas mesmo assim fiz a denúncia. Depois, ele voltou e disse que nunca mais aconteceria, e a gente acaba acreditando. Eu não sofri apenas agressões físicas, mas também psicológicas. Hoje, vivo a violência patrimonial. Preciso muito de ajuda, minha família está longe e tenho receio por minha vida”, contou a jovem.
A estudante possui uma medida protetiva e utiliza um botão do pânico. Ela também relatou que, na última vez em que o empresário violou a medida protetiva, ele foi preso por 60 dias. Agora, em liberdade, ele continua a perseguir Iarla.
Na manhã desta quarta-feira, mesmo com os alugueis pagos, Iarla recebeu uma ordem de despejo. Sua advogada está oferecendo todo o suporte necessário, mas, infelizmente, o empresário parece não temer a justiça.
“Eu não estou conseguindo pagar minha faculdade, meu pedido de pensão foi revogado, e agora recebo uma ordem de despejo, mesmo sabendo os alugueis foram pagos. O que mais pode acontecer? Por isso estou pedindo ajuda para a dona Virginia, porque ela está lutando por vítimas que passam pelo que estou passando. Eu preciso ter minha vida de volta”, reiterou Iarla.
Virginia Mendes voltou a cobrar atenção às leis, destacando as falhas preocupantes. “O caso de Iarla é um exemplo alarmante das falhas no sistema de proteção às mulheres vítimas de violência no Brasil com leis tão arcaicas. A impunidade que o agressor experimenta não só coloca a vida de Iarla em risco, mas também envia uma mensagem perigosa sobre a eficácia das medidas protetivas no país”, alertou.
“Precisamos tomar medidas urgentes para garantir que Iarla e outras mulheres em situações semelhantes sejam realmente protegidas e que os agressores sejam responsabilizados por suas ações, sem brechas que permitam sua reincidência. A sociedade não pode mais tolerar que mulheres sejam submetidas a um ciclo interminável de violência e medo”, concluiu.
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