O líder do Governo na Assembleia Legislativa, deputado Dilmar Dal’Bosco (DEM), criticou a possibilidade de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a suposta rede clandestina de grampos ilegais realizada pela Polícia Militar (PM-MT).
A proposta de investigação foi feita pela deputada Janaina Riva (PMDB), um dos alvos das escutas ilegais. Até o momento, ao menos cinco parlamentares já assinaram o requerimento. Para a abertura ser aceita, são necessárias oito assinaturas.
De acordo com Dilmar, a criação da comissão não irá contribuir na elucidação do caso. Ele ressaltou que o caso já está na Procuradoria Geral da República, sob o comando do procurador Rodrigo Janot.
“Tudo o que acontece se falar em abrir CPI. Falaram de irregularidades no MT-Prev, depois em abrir CPI. Agora, com a delação do Pedro Nadaf sobre o TCE, estão falando em abrir CPI. Quer dizer, tudo vai abrir CPI? Uma CPI para enviar relatório de algo que já está sendo investigado. O que vai trazer de novo a criação de uma CPI?”, questionou.
Apesar disso, o deputado acredita que a base irá se posicionar de maneira conjunta. A decisão deverá ser tomada em reunião no colégio de líderes [reuniões internas que ocorrem antes das sessões e deliberam as pautas de votações], nesta terça-feira (16).
Entretanto, a base não deve apoiar a criação da CPI. Isso porque, o governador Pedro Taques (PSDB), em reunião com os parlamentares na última segunda-feira (15), sinalizou que a criação da comissão poderá "paralisar Mato Grosso" (leia AQUI).
“Não estamos orientando ninguém a nada. Vamos conversar todos juntos. Se vai assinar, todos assinarão. Mas temos que ponderar, não se pode ir no afogadilho, na emoção. O governador, quando recebeu a denúncia, já mandou ao Gaeco para fazer a apuração”, disse.
“O Estado tem que continuar. Temos que fazer uma análise do que é bom para o Estado. Ficar focado em uma CPI que já é investigada em outros órgãos, qual resultado irá trazer? Temos que nos preocupar com as questões de governo, questões da sobrevivência do estado, das finanças”, completou.
"Arapongagem"
Coronéis da Polícia Militar, mais assessores do primeiro escalão do Palácio Paiaguás, se utilizariam do esquema para monitorar adversários políticos, jornalistas, advogados e empresários.
O esquema funcionaria por meio da chamada "barriga de aluguel", quando números de telefones de cidadãos comuns, sem conexão com uma investigação, são inseridos em um pedido de quebra de sigilo telefônico à Justiça.
No caso da denúncia, teria sido usado um inquérito que investigava uma quadrilha de traficantes de cocaína.
Ao pedir a quebra dos telefones dos supostos membros da quadrilha, teriam sido inseridos, ilegalmente, na lista encaminhada à Justiça, os telefones que interessariam ao Executivo monitorar.
A decisão que autorizou as escutas contra a quadrilha seria da Comarca de Cáceres, na fronteira do Brasil com a Bolívia.
O inquérito sobre o caso está na Procuradoria Geral da República, sob comando do procurador Rodrigo Janot.
O governador Pedro Taques seria um dos suspeitos de participar do esquema, juntamente com mais três coronéis da Polícia Militar.
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4 Comentário(s).
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Alves 16.05.17 14h30 | ||||
Desnecessária???? Vc deve estar brincando. Crime tem que ser apurado!!! | ||||
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januario 16.05.17 13h31 | ||||
Ano que vem o Senhor terá a sua resposta nas URNAS Deputado. | ||||
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alex r 16.05.17 12h42 | ||||
#bastadeimpunidade! Caros Deputados os senhores foram eleitos para representar a população e não os seus interesses. Tem que ser investigado sim! Ocorreu um crime gravíssimo e vcs querem varrer para baixo do tapete? | ||||
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Oséias Batista Rocha 16.05.17 11h59 |
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