O deputado estadual Lúdio Cabral (PT) criticou o governador Mauro Mendes (DEM) pela negociação de um empréstimo com Banco Mundial, que deverá ser pago em 20 anos.
Para o parlamentar, a atitude é contraditória, já que Mendes não poupa críticas às dívidas deixadas por governos anteriores.
O Governo encaminhou uma mensagem ao Legislativo pedindo autorização para que o Estado contraia um empréstimo de US$ 250 milhões junto à instituição financeira.
Com o empréstimo, o Executivo pretende quitar uma dívida – feita ainda na gestão do ex-governador Silval Barbosa - junto ao Bank Of America.
A partir daí, o Estado passaria a ter uma nova dívida, só que com melhores condições de pagamento: prazo alongado de quatro para 20 anos e com juros anuais passando dos atuais 5% para 3,5%.
“Mendes contraria o próprio discurso, que criticou o governador anterior por deixar dívida para governos seguintes. Ele vai deixar de pagar US$ 270 milhões até 2022 para quitar essa dívida com o Bank Of America, e vai deixar US$ 200 milhões de dívidas para os governos seguintes com a dívida dolarizada”.
“A gente não sabe o que vai acontecer com o dólar nos próximos 20 anos”, disse o parlamentar.
Lúdio protocolou um requerimento convocando o secretário de Estado de Fazenda, Rogério Gallo, para prestar esclarecimento sobre empréstimo à Assembleia Legislativa.
“Qual a contrapartida o Banco Mundial está exigindo do Governo? Porque normalmente eles fazem exigência que amarram o Estado. Então queremos saber que tipo de exigência é essa”, disse o deputado.
O pedido do parlamentar foi protocolado junto a Mesa Diretora na sessão matutina desta quinta-feira (21).
“A proposta de alongamento de uma dívida que hoje vai até 2022, para até 2039, alcançando além desse governo mais quatro governos. [...] A minha preocupação é que exigências eventuais são essas e que medida eles podem comprometer a qualidade do serviço público do Estado”, afirmou Lúdio.
Articulada pelo líder do Governo, deputado Dilmar Dal'Bosco (DEM), a reunião com o secretário ocorrerá na terça-feira (26), às 16h, no Colégio de Líderes.
Entenda o empréstimo
Segundo cálculos do Executivo, a “troca de dívida” traria um alívio de caixa de R$ 763 milhões para Mato Grosso até 2022. Somente para o ano que vem, o alívio totalizaria cerca de R$ 200 milhões.
Atualmente, o Estado paga ao Bank of America cerca de R$ 280 milhões ao ano - sendo duas parcelas de R$ 140 milhões, com vencimento nos meses de março e setembro. O novo empréstimo não terá carência e os desembolsos serão mensais.
A operação já foi acertada com o Banco Mundial, restando apenas o aval da Assembleia Legislativa.
“A Secretaria do Tesouro Nacional é avalista dessa operação. Toda esta operação só e possível porque tem o aval do Tesouro. (Se aprovado o empréstimo) a quitação é feita de forma imediata. Entra o crédito do Banco Mundial, quitamos imediatamente o crédito com o Bank Of America”, explicou o governador.
Em contra partida, o Banco Mundial exigiu que o Governo implemente medidas que irão possibilitar maior controle do desmatamento ilegal e a regularização da produção agropecuária.
O governo afirma que já esta atuando na implementação do Sistema Mato-Grossense de Cadastro Ambiental Rural (Simcar), por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente.
Leia mais sobre o assunto:
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2 Comentário(s).
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Wagner 22.03.19 14h14 | ||||
É o tal presente de grego | ||||
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Silva 22.03.19 12h33 | ||||
Como que fica a situação dos/as servidores/as que possuem consignado no Banco do Brasil, que tenha desconto em folha de pagamento/ todo mês são realizados os descontos no holerite, e no entanto a Gestão Estadual não repassa para o banco. No banco não informa tal divida porém o nome do servidor fica em um banco de dados como restrito. #Em todos os demais bancos o servidor fica com o nome restrito# A gestão estadual tem feito isso com os servidores. Expropriação indevida é crime. | ||||
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