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04.04.2019 | 10h53 Tamanho do texto A- A+

"Não se retira invasores com flores", diz secretário após confusão

Vereadores e secretário protagonizaram um bate-boca no Pronto Socorro de Cuiabá, na quarta-feira (3)

Alair Ribeiro/MidiaNews

O secretário municipal de Ordem Pública, Leovaldo Salles

O secretário municipal de Ordem Pública, Leovaldo Salles

JAD LARANJEIRA E CAMILA RIBEIRO
DA REDAÇÃO

O secretário municipal de Ordem Pública, coronel Leovaldo Salles, afirmou que a Prefeitura de Cuiabá irá acionar na Justiça os vereadores envolvidos em um bate-boca com ele, dentro do Pronto Socorro da Capital.

 

A confusão no hospital ocorreu quando os vereadores Marcelo Bussiki (PSB), Diego Guimarães (Progressistas), Abílio Brunini (PSC) e Felipe Wellaton (PV) foram até o local para averiguar denúncias sobre falta de medicamentos e insumos para procedimentos médicos. Na ocasião, eles foram expulsos do local pelo secretário.

 

Os políticos da oposição registram um boletim de ocorrência na Polícia Civil, denunciando que o gestor da Pasta havia agido com truculência contra eles.

 

“Não houve truculência, houve energia suficiente para retirar pessoas invasoras de uma unidade de saúde, que estavam lá de maneira ilegal e irregular e precisavam sair. E quando você retira invasores, você não retira com flores. Você retira da forma que é possível retirar. E eles saíram assim”, rebateu Leovaldo Salles.

 

De acordo com o secretário, os políticos entraram na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de maneira irregular, negligenciando o protocolo e procedimentos da unidade de saúde.

 

“Entraram numa UTI sem o devido procedimento e fora do horário permitido. Existe o protocolo e só podem permanecer dentro do hospital o paciente e acompanhante. Eles não eram nenhum desses e tiveram que sair”, afirmou.

 

O gestor afirmou que a direção do Pronto Socorro de Cuiabá também registrou um boletim de ocorrência contra os vereadores.

 

Não houve truculência, houve energia suficiente para retirar pessoas invasoras de uma unidade de saúde, que estavam lá de maneira ilegal e irregular e precisavam sair. E quando você retira invasores, você não retira com flores

“Quando não se cumpre a lei, às vezes o remédio é a energia. O Pronto Socorro registrou BO também. E vamos entrar com uma representação na PGM [Procuradoria Geral do Município], porque aquele comportamento não é de vereador, mas de pessoas levianas, que não têm outros interesses a não ser provocar o caos, e destruir o pouco que ainda resta de saúde pública aqui no nosso meio”, criticou.

 

Entenda o caso

 

Vereadores de oposição e o secretário municipal de Ordem Pública, Leovaldo Salles, protagonizaram o bate boca dentro do Pronto Socorro de Cuiabá na noite de quarta-feira (3). A confusão aconteceu no momento em que os parlamentares faziam uma vistoria na unidade.

 

Em um vídeo gravado pelos vereadores e divulgado nas redes sociais, é possível ver trechos da confusão.

 

A gravação mostra o momento em que o secretário Leovaldo pede que os vereadores saiam de uma das alas onde estavam fazendo a vistoria. Eles, por sua vez, alegam que estavam no local com a autorização do coordenador do Pronto Socorro que, inclusive, acompanhava a vistoria.

  

O secretário, no entanto, afirmou que eles estavam atrapalhando o funcionamento da unidade de saúde e que não caberia naquele momento nenhum tipo de fiscalização.

 

Em um trecho do vídeo, o secretário, aparentemente, tenta tomar o celular do vereador Felipe Wellaton, que também gravava a confusão. A partir daí, dá-se início a uma discussão mais ríspida. 

 

“Isso não é papel de vereador. Isso é papel de moleque. Vocês estão fazendo papel de moleque”, disparou o secretário.

 

Ao final do vídeo, que tem pouco mais de oito minutos, Marcelo Bussiki diz que não houve qualquer tipo de excesso por parte dos vereadores.

 

Ainda na noite de ontem, os vereadores foram à 1ª Delegacia de Polícia Civil de Cuiabá e Wellaton registrou um boletim de ocorrência contra o secretário, tendo seus três colegas como testemunhas. 

 

“O senhor Leovaldo Sales chegou a unidade acompanhado de policiais militares, já muito exaltado, ordenando para que o comunicante e seus companheiros se retirassem do local”, diz trecho do documento.

 

Nota da Prefeitura

 

Por meio de nota, a Prefeitura da Capital informou que já supriu a falta de medicamentos no Pronto Socorro, ainda nesta quarta-feira (3), e criticou a maneira como os vereadores tentaram fiscalizar a unidade de saúde.

 

Confira na íntegra:

 

"Em relação à questão da 'vistoria' que alguns vereadores decidiram fazer no Pronto Socorro na noite desta quarta-feira (03), a Secretaria Municipal de Saúde informa:


- O Pronto Socorro é um hospital e como tal tem uma série de regras, como por exemplo horário de visitação, questão de controle de infecções, além de respeito à privacidade dos pacientes, que estão internados por estarem doentes;


-Apesar dos vereadores serem autoridades eleitas pela população, eles também são cidadãos como todos os outros e sendo assim precisam respeitar as regras do hospital


-A Secretaria Municipal de Saúde, tão logo recebeu a comunicação do Pronto Socorro sobre a falta de insumos começou a tomar as providências para atender a solicitação da unidade. O problema foi solucionado ainda nesta quarta-feira.


- A falta de insumos ocorreu devido à grande quantidade de pacientes que o Pronto Socorro recebeu com o fechamento da Santa Casa (que os atendia com leitos de retaguarda), pois atrapalhou o planejamento do hospital, que também absorve toda a demanda do interior, que representa 60% de todos os pacientes que estão no Pronto Socorro".
 

 

Leia mais sobre o assunto:

 

Vereadores acusam secretário de “truculência” e registram B.O.

 

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COMENTÁRIOS
29 Comentário(s).

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Rosangela   06.04.19 09h00
Tdos que criticaram os vereadores é porque nao dependem da saúde pública, pq tdo que eles querem é mostrar a realidade vivida pela população que depende desse meio. Os corredores lotados de macas com doentes e sala fechada por falta de manutenção, banheiro desabando isso o prefeito e secretário não mostra abafa e não deixa os fiscais do povo mostra! Qta ignorância!!
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Marcos camargo  06.04.19 00h15
Vc teve atitude de uma pessoa Sem Noção, Seu Leovaldo Sales, sobretudo um pesar a Sociedade que ao invés do Prefeito repremir a sua atitude do secretário, ainda foi condescendente.
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valdiley  05.04.19 17h25
Que me desculpem a população cuiabana, mais vereadores com comportamento como esse, não me representa, estavam em horário impróprio e existe outras vias legais para que eles cumpram com seu papel fiscalizador, ocorre que simplesmente eles gostam de mídia, aparecer como se estivessem a serviço do povo, não é a primeira vez que esses mesmos vereadores agem dessa forma, sempre tentando jogar a população contra a atual administração, desconhecendo seus reais interesse.
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Paulo Mattos  05.04.19 13h14
O angelical Secretário de Ordem Pública quase promoveu uma desordem física no Pronto Socorro Municipal de Cuiabá, ao impedir os Vereadores de cumprirem com o seu direito constitucional de fiscalização de atos e ações do Prefeito, garantia esta insculpuida na Constituição Federal, Lei Suprema do país. Ainda que estivesse resguardado por qualquer tipo de aparato legal, o Secretário angelical deveria se esquecer que foi um integrante da Polícia Militar do Estado, valorosa e imprescindível Corporação que trata da segurança pública, e, apelando ao seu senso pastoral, tratar ao menos com urbanidade e educação os Parlamentares e não agir como se estes fossem os bandidos que em priscas eras aludido Secretário combateu, alguns até mesmo se "tornado anjos". Sorte dos Parlamentares. Mas, o Secretário não pensou em normas de elegância, convivência e diplomacia. Para ele, "não se trata invasores com flores". Pode até ser. Mas não era o caso. Os Vereadores não são invasores de nada, apenas exercitaram o dever imperioso de cada um de promover as fiscalizações que lhes são legalmente asseguradas pelos nossos institutos legais, não cabendo uma reprimenda tão injusta, que mais pareceu uma tentativa de obstar o conhecimento de algumas carências profundas que sofre o Hospital Municipal e, não sejamos injustos, quase todos os Hospitais das redes públicas municipais do Estado e do Brasil. Creio que é nosso dever, como cidadãos, repudiar essas atitudes grosseiras, arbitrárias e desprovidas de amparo legal, não se concebendo que ainda haja quem abone essas ações arrogantes e prepotentes daqueles que não sabem se impor com autoridade, comando e diplomacia, principalmente nesse caso. Enfim, quem muito entende de anjos, também entende de flores, não é ?
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maria  05.04.19 13h06
Precisavam sair. E quando você retira invasores, você não retira com flores Olha o que o Sr secretário, se eles invadiram o Pronto Socorro, o chefe da invasão era o coordenador da Unidade de Saúde, porque ele estava acompanhado os vereadores, tente explicar por gentileza, talvez os que assistiram os vídeos e pensam, serão convencidos.
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