Cuiabá, Sexta-Feira, 20 de Junho de 2025
OPERAÇÃO CUPINCHA
28.10.2021 | 08h19 Tamanho do texto A- A+

PF: grupo empresarial recebeu mais de R$ 100 milhões em 2 anos

Operação prendeu ex-secretário de Saúde nesta quinta; esquema funcionaria na Secretaria de Saúde de Cuiabá

Divulgação/PF

Policiais federais durante cumprimento de mandado de busca e apreensão em Cuiabá

Policiais federais durante cumprimento de mandado de busca e apreensão em Cuiabá

LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO

A segunda fase da Operação Curare, deflagrada pela Polícia Federal nesta quinta-feira (28), visa a identificação e sequestro de bens adquiridos em decorrência de atos de corrupção e lavagem de dinheiro, por meio de recursos desviados da Saúde de Cuiabá.

 

A operação cumpre 13 mandados de busca e apreensão em Cuiabá e Curitiba (PR) e três mandados de prisão preventiva, atém de medidas de sequestro de bens, direitos e valores. 

 

O ex-secretário de Saúde de Cuiabá, Célio Rodrigues, é um dos alvos, bem como a sede da Cervejaria Cuyabana, conforme a PF.

 

Segundo as investigações, foi apurada durante a primeira fase da operação que um grupo empresarial que fornece serviços à Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá recebeu, entre os anos de 2019 e 2021, mais de R$ 100 milhões.

 

Conforme a PF, eles se mantiveram à frente dos serviços públicos mediante o pagamento de vantagens indevidas, seja de forma direta ou por intermédio de empresas de consultoria, turismo ou até mesmo recém transformadas para o ramo da saúde. 

 

O MidiaNews noticiou em julho deste ano que o grupo alvo da Curare é formado por seis empresas: Hipermed Serviços Médicos Hospitalares; a Ultramed Serviços Médicos e Hospitalares; a Smallmed Serviços Médicos e Hospitalares; a Medserv Serviços Médicos e Hospitalares; a Douglas Castro ME e a Ibrasc – Instituto Brasileiro Santa Catarina.

 

Lavagem de capitais

 

De acordo com a PF, depois que o dinheiro entrava na conta das empresas intermediárias - muitas vezes com atividades econômicas incompatíveis – os valores passavam a ser movimentados de forma fracionada, por meio de saques eletrônicos e cheques avulsos.

 

O objetivo, segundo as investigações, seria ocultar o real destinatário dos recursos. Tanto é que a movimentação financeira também se dava nas contas bancárias de pessoas físicas, em geral ligadas às empresas investigadas, que se encarregavam de igualmente efetuar saques e emitir cheques para dissimular os eventuais beneficiários. 

 

Paralelamente, o grupo empresarial fazia supostas “quarteirizações” dos Contratos Administrativos, beneficiando no final o servidor responsável pelas contratações com a Secretaria Municipal de Saúde e Empresa Cuiabana de Saúde Pública, incluindo o pagamento de suas despesas pessoais. 

 

Segundo a PF, o nível de aproximação entre as atividades públicas e privadas dos investigados envolveu a aquisição da Cervejaria Cuyabana, em que se associaram, de forma oculta, o então servidor público e o proprietário do grupo empresarial investigado. 

 

Curare I

 

A primeira fase da operação mirou a desarticulação de uma organização criminosa envolvida em fraudes a contratações emergenciais e recebimento de recursos públicos a título “indenizatório”, em ambos os casos sem licitação.

 

Nela, o ex-secretário Célio Rodrigues chegou a ser afastado do cargo, sendo exonerado logo depois. Na época, ele teve a casa vasculhada pela PF e foi apreendido mais de R$ 30 mil em espécie em sua residência.

 

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