O delegado Luiz Henrique Damasceno, da Delegacia de Combate à Corrupção (Deccor), afirmou que a Policia Civil tem “elevado grau de suspeita” contra o secretário de Educação Alex Vieira Passos e seu antecessor, Rafael Cotrim, por suposto crime de peculato (desvio de dinheiro público).
Os dois foram alvo da Operação Overlap, deflagrada na manhã desta terça-feira (23). A ação apura suspeita de recebimento de vantagens indevidas pelos gestores, bem como o pagamento em duplicidade na execução da obra de uma creche na Capital.
“As buscas de hoje foram para complementar o que já tínhamos bem robusto no inquérito. Durante as investigações tivemos que fazer diversos cruzamentos, checar diversas pessoas e hoje as buscas se concentraram somente naqueles que a gente tem um grau de suspeita bem avançado”, afirmou o delegado em pronunciamento à imprensa nesta manhã.
O delegado disse ainda que as investigações correm desde 2017 e que foi feita análise financeira das planilhas de licitações relativas à obra da creche Joana Mont Serrat Spindola Silva, no Bairro CPA III.
“Foram dois contratos, um para construção e um para continuidade da obra. Foram identificados ali diversos itens duplicados, de acordo com o que consta no portal transparência do TCE”, explicou Damasceno.
Segundo o delegado, nesta manhã foram apreendidos documentos relativos aos supostos ilícitos nas residências de Passos e Cotrim.
“São documentos que complementaram e reforçaram [as investigações]. Temos buscas ainda em andamento e a gente fará a análise pormenorizada para finalizar o inquérito, que continuará tramitando na Gerência de Combate ao Crime Organizado em conjunto com a Delegacia de Combate à Corrupção”, afirmou.
O delegado disse ainda que não ficou demonstrado qualquer tipo de participação do prefeito Emanuel Pinheiro no esquema.
“A investigação tramita na primeira instância, o que já deixaria bem claro que não há nada que envolva o chefe do Executivo municipal”, disse.
Itens em duplicidade
Damasceno reiterou que os contratos analisados e cujos itens apresentam duplicidade têm uma diferença de pouco mais de R$ 872,2 mil.
“A obra custou a mais aos cofres públicos 60% do valor inicialmente orçado. Então a gente tem aí o custo Brasil sendo bem demonstrado, a relação entre empreiteiras e poder público mais uma vez aparecendo nas investigações policiais”, afirmou o delegado.
Ele disse que não estão descartados desdobramentos da operação.
Os crimes apurados na investigação são os de peculato, lavagem de capitais e advocacia administrativa. Os delegados Luiz Henrique Damasceno e Juliana Palhares não responderam questionamentos da imprensa.
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