Cuiabá, Quarta-Feira, 18 de Junho de 2025
CHUVAS NO RJ
06.04.2025 | 11h59 Tamanho do texto A- A+

Preocupação do governo Lula não é a vida das pessoas, diz Castro

Governador afirma que não recebeu ligação da União e criticou abandono de obra para Petrópolis

Rafael Wallace/Divulgação

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), acompanha o trabalho do Corpo de Bombeiros em Petrópolis

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), acompanha o trabalho do Corpo de Bombeiros em Petrópolis

ITALO NOGUEIRA E ARTUR BÚRIGO
DA FOLHAPRESS

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), criticou neste sábado (5) a atuação do governo Lula na preparação e mitigação dos danos causados pelas chuvas no estado neste fim de semana.

 

Ele afirmou que não recebeu o contato de nenhum representante do governo federal para apoiar o estado, que tem quase 200 desalojados em Angra dos Reis (RJ) e sirenes de alertas disparadas em diferentes comunidades.

 

"Eles geralmente não se interessam muito no que o povo passa ou não. Não teve nenhuma ligação paro governo do estado, nada. As preocupações deles são outras, não são geralmente da vida das pessoas, não", afirmou ele, em entrevista coletiva sobre as ações do governo estadual para mitigar os efeitos das chuvas.

 

Procurado, o Planalto não se manifestou até a publicação desta reportagem.

 

Castro também se queixou, de forma menos direta, do apoio do governo federal no investimentos em Petrópolis após as chuvas de 2022, quando mais de 200 pessoas morreram.

 

"Foram quase R$ 1 bilhão investido em Petrópolis. A principal obra foi o túnel extravasor. Obra que naquela divisão da crise tinha ficado para o governo federal fazer. O estado assumiu a primeira fase e depois a obra toda. Se não fosse o túnel, a situação de Petrópolis estaria caótica", disse Castro.

 

O forte volume de chuvas registrado entre a noite de sexta-feira (4) e a manhã deste sábado no Rio de Janeiro levou a Defesa Civil a emitir alertas em municípios da Baixada Fluminense e na capital.

 

Em Angra dos Reis, o boletim mais recente da prefeitura aponta que são 193 desalojados na cidade, sem registro de feridos.

 

O acumulado das chuvas nas últimas 48 horas chegou a 347 milímetros e fez transbordar os rios Japuíba e Caputera, segundo a gestão municipal, que abriu 36 pontos de apoio e quatro abrigos para os desalojados.

 

Até a manhã deste sábado, as sirenes de alerta tocaram em 42 bairros.

 

Outro lado

 

Em nota, o governo do presidente Lula disse:

 

"Esclarecemos que não procedem declarações de que o Governo Federal esteja sendo ausente junto à população fluminense diante das recentes chuvas que caem sobre o estado do Rio de Janeiro. A Defesa Civil Nacional atua de forma coordenada com a Defesa Civil do Estado do Rio de Janeiro desde o início da previsão de chuvas intensas que atingem o estado.

 

Já na terça-feira (1º), os órgãos de meteorologia alertaram para o risco de chuvas extremas. Diante da iminência desses eventos climáticos, autoridades e especialistas se reuniram na quinta-feira passada (3) para alinhar estratégias de preparação e resposta. O encontro, promovido pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), por meio da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec), contou com a participação de 250 gestores estaduais e municipais das Defesas Civis, além de representantes do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e do Serviço Geológico do Brasil (SGB). Também estiveram presentes membros do Sistema Federal de Proteção e Defesa Civil.

 

A Defesa Civil Nacional acompanha de perto a situação em Angra dos Reis (RJ), fortemente atingida por um temporal nas últimas 24 horas, com acumulados de até 270 mm de chuva. O município, que decretou estado de emergência, utilizou a ferramenta do Governo Federal, o Defesa Civil Alerta, para emitir 24 alertas desde sexta-feira (04), possibilitando evacuações preventivas em diversas áreas de risco e salvando muitas vidas.

 

A atuação preventiva da Defesa Civil local, com apoio do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), por meio da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec), foi fundamental diante do cenário de risco. O Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad) opera em nível de alerta laranja — situação de atenção reforçada — monitorando o evento em tempo real e prestando suporte técnico ao município.

 

O temporal provocou alagamentos, deslizamentos e quedas de árvores em diferentes pontos da cidade. Até a noite de sábado, foram registradas seis ocorrências de deslizamentos de terra, seis pontos de alagamento, nove quedas de árvores e obstruções de vias. Trinta pontos de apoio foram abertos, dos quais três se transformaram em abrigos, acolhendo 112 desabrigados.

 

O MIDR atua rapidamente no restabelecimento da vida da população depois do desastre e em seguida na reconstrução de algumas estruturas, como casas e pontilhões. No caso do Rio de Janeiro, temos trabalhado próximos aos municípios atingidos desde a fase de alerta, antes mesmo de o desastre acontecer. Infelizmente, pelas características locais, os eventos no Rio, em sua maioria, envolvem movimento de massa, como deslizamentos. Esse tipo de desastre é mais localizado e perigoso. No domingo (6), duas portarias publicadas em edição extra do Diário Oficial da União reconheceram as situações de emergência em Petrópolis e em Angra dos Reis.

 

Cabe ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), por meio da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec), o repasse de recursos federais para ações de restabelecimento e reconstrução. No caso do Estado do Rio de Janeiro, entre 2022 e a presente data, o MIDR assegurou o repasse de R$ 73,6 milhões para ações de assistência humanitária e restabelecimento, e de R$ 59,9 milhões para reconstrução em regiões afetadas por eventos extremos."

 

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