O governador Mauro Mendes (União) incentivou os prefeitos eleitos e reeleitos do Estado a adotarem medidas "corajosas e necessárias" para enfrentar os desafios estruturais dos municípios. Segundo ele, quando o governante "vai mal, a oposição comemora e o povo sofre".
A declaração foi dada no Encontro Mato-grossense de Municípios, realizado nesta terça-feira (18) em Cuiabá, com a presença do ex-presidente Michel Temer. Em seu discurso Mendes enfatizou a importância de "fazer o correto" na gestão pública, mesmo diante de possíveis críticas iniciais.
Segundo o chefe do Executivo, caso não sejam adotadas medidas enérgicas, pode-se cair no descrédito enfrentado pelo atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que vive uma queda inédita de popularidade.
“Não adianta só achar que vão a Brasília buscar emendas com os nossos parlamentares [...] Se vocês não fizeram a lição de casa no seu município... Pinga o dinheiro hoje, pinga o dinheiro amanhã, mas se a lição de casa, estruturante, não for feita, o resultado não será perene e não será verdadeiro”, disse.
“Não se preocupem com hoje, façam o que é correto. Plantem no tempo certo. Vocês terão três anos para colher os resultados das decisões corretas que vocês poderão tomar, e se ainda não tomaram, ainda é tempo o que tomar”.
“Não adianta fazer, como estamos vendo hoje no Brasil, depois de dois anos do atual governo. E eu lamento profundamente que nós temos um presidente que está caindo na sua avaliação, que eu gostaria muito que ele tivesse com 80% ou 90%, porque se assim fosse, era um sinal que o Brasil estava muito bem, para a minha alegria e da grande alegria dos brasileiros”, completou.
Ele ainda destacou que, a exemplo do Governo Federal, quando uma gestão vai mal, os opositores crescem, e a população “chora e padece”.
“Quando o governante vai mal, a oposição se vangloria e até comemora, mas o povo sofre, o povo chora e o povo padece. O que nós temos que fazer é tomar decisões corretas para que a gente construa um presente e um futuro melhor nesse país, mas nesse estado de Mato Grosso”, afirmou.
Mendes foi prefeito de Cuiabá entre 2012 a 2016.
"Caminhando para um naufrágio"
Em seu discurso, ele ainda apontou que o Governo Federal não tem adotado medidas para corrigir setores fundamentais, como a Educação. Ele cita que o Brasil está entre os piores do Mundo em qualidade educacional, ocupando a 75ª posição no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa).
Assim, para ele, a falta de diagnósticos reais sobre os desafios nacionais pode levar o país a um "naufrágio eminente da economia".
“É vergonhoso para todos nós, brasileiros [dados da Educação]. Nós temos desafios importantes que ao longo dos anos não foram corretamente enfrentados pelo Estado brasileiro. E quando eu digo isso, eu não estou aqui a querer criticar presidente A, B, C ou partido A, B, C. É um problema estrutural da política brasileira e do estado brasileiro”, disse.
“Nós precisamos compreender que se não tivermos capaz de fazer um diagnóstico verdadeiro desses grandes problemas do país, e enfrentá-los de verdade, nós estaremos caminhando para um naufrágio breve e iminente da economia, arrastado pelo governo brasileiro” completou.
"Medidas duras"
E ainda citou que, no início da sua gestão em 2019, decidiu aplicar medidas impopulares para colocar o Estado em ordem. Ele citou, por exemplo, o corte e reestruturação dos incentivos fiscais e até no funcionalismo público.
“Tivemos a coragem de tomar medidas naquele momento que eram chamadas de duras. E talvez não fossem duras, sim, mas necessárias. Não se faz o omelete sem quebrar os ovos. Não se transforma em uma realidade sem que você faça o negócio claro e tenha clareza do que precisa fazer e coragem para fazer”.
“É assim que eu acho que cada prefeito e prefeita tem que conduzir o seu município. Com a coragem de compreender os desafios”, completou.
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