A secretária do Gabinete de Transparência e Combate à Corrupção, Adriana Vandoni, afirmou que solicitou à Delegacia Fazendária (Defaz), em janeiro deste ano, a abertura de um inquérito policial para apurar supostas fraudes que estariam ocorrendo em processos licitatórios da Secretaria de Estado de Educação (Seduc).
O alegado esquema, que pode ter desviado recursos em obras envolvendo mais de R$ 56 milhões, deu origem à Operação Rêmora, deflagrada pelo Gaeco, na manhã desta terça-feira (03).
Em ofício datado de 13 de janeiro e endereçado ao delegado Lindomar Tóffoli, da Defaz, Vandoni relata que o Gabinete de Combate à Corrupção recebeu denúncia de um empreiteiro em relação a supostas irregularidades na pasta a Educação.
No documento, ao qual o MidiaNews teve acesso, o denunciante – cujo o nome não foi divulgado – afirmou que prestava serviços à Seduc, na construção área de construção de escolas.
Ele afirmou ter sido procurado por Fabio Frigeri, servidor comissionado da Seduc e um dos alvos de prisão preventiva decretados na operação de hoje.
Ainda segundo o empreiteiro, Frigeri teria dito a ele que para receber os valores pelas obras que ele estava realizando, teria que procurar pelo empresário Giovani Guizardi Júnior, da empresa Dínamo Construtora e que também foi preso nesta terça.
“Disse que ao chegar lá, o denunciante, depois de ser orientado a deixar o telefone celular fora da sala, conversou com o senhor Giovani e que este lhe pediu 5% do valor a receber, caso contrário isso não ocorreria”, diz trecho do ofício assinado pela secretária Adriana Vandoni.
“O denunciante teria argumentado que esta prática ia contra as orientações do governador, mas que o senhor Giovani teria lhe dito que que lá o governador não mandava”, completa o documento.
Ao Gabinete de Combate à Corrupção, o denunciante ainda afirmou que esteve na sede da empresa Dínamo em mais de uma oportunidade e que, por não ter aceitado pagar os 5% pedidos, não recebeu os R$ 300 mil, referentes a obra prestada por ele À Seduc.
O denunciante, ainda de acordo com o ofício da secretária Vandoni, apontou o nome de outros servidores que também estariam envolvidos no esquema de “cobrança de propina.
“Cartas marcadas”
O documento encaminhado à Defaz citou ainda, uma licitação realizada pela Seduc, em dezembro de 2015, para reforma e manutenção em escolas, cujo o resultado já era conhecido antes mesmo de o processo ser iniciado.
O valor desta licitação, segundo o empreiteiro que denunciou o esquema, era de R$ 20 milhões.
Ainda conforme Adriana Vandoni, em contato com o setor de aquisições da Seduc, o Gabinete de Combate à Corrupção foi informado que o edital foi suspenso.
“Sendo assim, encaminhamos o presente relatório à Vossa Excelência, a fim de que, entendendo pertinente, determine a abertura do inquérito policial para investigação dos fatos e demais medidas cabíveis”, requisitou Vandoni.
Corrupção no Governo
Por meio de nota, o Gabinete de Comunicação do governador Pedro Taques (PSDB) afirmou que “o Governo do Estado reforça o seu compromisso com o cidadão mato-grossense de tolerância zero com casos de corrupção e reforça que todas as denúncias serão tratadas com rigor e levadas aos órgãos competentes para investigação e responsabilização dos envolvidos”.
Leia nota do Governo na íntegra:
"Para efeitos de publicidade e transparência, o Gabinete de Comunicação informa que o Governo de Mato Grosso pediu à Delegacia Fazendária (Defaz) abertura de investigação sobre denúncia de irregularidades e fraudes em processo de licitação da Secretaria de Estado de Educação (Seduc).
O Gabinete Transparência e Combate à Corrupção (GTCC) recebeu denúncia sobre irregularidades no processo de construção de escolas pela Seduc e a encaminhou à delegacia Fazendária para providências. Nesta terça-feira (03.05) foi deflagrada a operação Rêmora pelo Gaeco, que tem como objeto de investigação as mesmas denúncias encaminhadas pelo Governo à Defaz.
A denúncia chegou ao GTCC em janeiro de 2016, quando um empreiteiro procurou o Gabinete para denunciar a existência de irregularidade em licitações na Seduc. Em ofício de número 16/2016, do Gabinete de Transparência e Combate à Corrupção, as informações foram encaminhadas para a Defaz.
O Governo do Estado reforça o seu compromisso com o cidadão mato-grossense de tolerância zero com casos de corrupção e reforça que todas as denúncias serão tratadas com rigor e levadas aos órgãos competentes para investigação e responsabilização dos envolvidos."
Veja fac-símile do ofício encaminhado à Defaz:
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2 Comentário(s).
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NILSON 03.05.16 14h02 | ||||
Vandoni, solicite a investigação para a corrupção na SEDUC que começa quando, sob o Pseudo-Intercâmbio da cooperação técnica há professores com duas cadeiras, recebendo por 60 horas, que estão lotados há anos na sede da SEDUC (só recebendo diárias e fazendo cursos na conta do Estado). Já que é intercâmbio, porque não rotaciona? Por que são sempre os mesmos? E se o cara tem duas cadeiras, que faça o "intercâmbio" de 30 horas, e vá dar as outras 30 horas DE AULA!!! Abaixo desvio de função e contratos de professores interinos para ocupar vagas de professores ociosos lotados na SEDE DA SEDUC!!!!!! DEVOLVAM OS PROFESSORES QUE ESTÃO LOTADOS NA SEDE DA SEDUC, EM DESVIO DE FUNÇÃO PARA AS SALAS DE AULA, E VAMOS ECONOMIZAR COM OS CONTRATOS DE PROFESSORES INTERINOS!!!!!! | ||||
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Marcio Leal 03.05.16 13h41 | ||||
Certeza Q esse governo não tem nada a ver com o esquema | ||||
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