O ex-governador Silval Barbosa (PMDB) afirmou, em sua delação premiada, que se aproximou do então candidato ao Governo, Pedro Taques (PSDB), durante a campanha eleitoral de 2014.
O objetivo seria firmar um acordo: Silval não investiria altos valores na campanha de Lúdio Cabral (PT), a quem apoiava oficialmente, e em contrapartida seria poupado de eventuais investigações contra sua gestão, que estava se encerrando. As informações são da TV Centro América.
Silval afirmou ao Ministério Público Federal que aceitou a proposta, sob a condição de ouvir do próprio Taques o compromisso de que não iria investigá-lo.
O compromisso foi feito, segundo o ex-governador, na residência do então prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB), nas presenças de Blairo Maggi (PP) e Taques.
Por meio de nota, o governador Pedro Taques disse que foi adversário de Silval em duas campanhas eleitorais, e que o considera um "desafeto", com quem nunca fez acordo.
"Com um histórico de 15 anos atuando no Ministério Público Federal, Pedro Taques tem uma história de combate ao crime e aos criminosos. Como governador, seu primeiro decreto (001/2015) determinou a suspensão de pagamentos e auditagem de todos os contratos da gestão anterior. Talvez por essa razão o ex-governador atribua a Pedro Taques a responsabilidade pelas ações judiciais e operações policiais que levaram à prisão não apenas de Silval Barbosa, mas de sua esposa e um de seus filhos", disse.
Mendes: R$ 20 milhões
Silval afirmou também que, durante a campanha, Taques teria reclamado do apoio e da participação de secretários de Estado na campanha de Lúdio.
Em outro ponto da delação, o ex-governador, réu confesso em vários esquemas de corrupção, disse que o ex-prefeito Mauro Mendes lhe pediu para doar R$ 20 milhões para campanha de Taques.
A doação serviria como mais uma garantia de que o tucano, eleito, "não olharia no retrovisor" em relação às contas de Silval.
Reprodução
O ex-prefeito Mauro Mendes, Pedro Taques e o senador e ministro Blairo Maggi
Segundo a reportagem da TVCA, Silval disse também que Mauro Mendes deixou a coordenação financeira da campanha de Taques, função que foi assumida pelo empresário Alan Malouf, réu na operação Rêmora, que investiga esquema de corrupção na Seduc, no primeiro ano de gestão de Taques.
Silval disse que manteve contato com Alan em que o assunto era a campanha de Taques.
Confira a nota do Governo:
"O Governo do Estado de Mato Grosso vem a público esclarecer o que segue:
O Governo do Estado não tem conhecimento sobre o teor da delação feita pelo ex-governador Silval Barbosa até a presente data.
O governador Pedro Taques lembra que foi adversário do ex-governador nas duas eleições que disputou, sendo a primeira para senador, em 2010, e a segunda para governador, em 2014.
O governador lembra ainda que possui vários adversários e desafetos na vida pública, inclusive políticos, entre os quais João Arcanjo Ribeiro, Hildebrando Pascoal, Silval Barbosa e José Geraldo Riva. E que nunca fez acordos com tais pessoas.
Com um histórico de 15 anos atuando no Ministério Público Federal, Pedro Taques tem uma história de combate ao crime e aos criminosos.
Como governador, seu primeiro decreto (001/2015) determinou a suspensão de pagamentos e auditagem de todos os contratos da gestão anterior.
Talvez por essa razão o ex-governador atribua a Pedro Taques a responsabilidade pelas ações judiciais e operações policiais que levaram à prisão não apenas de Silval Barbosa, mas de sua esposa e um de seus filhos.
Quanto às ilações sobre eventuais doações eleitorais irregulares, trata-se de mais uma leviandade criminosa daqueles que se utilizam do instrumento legal da Delação Premiada para fazer vingança pessoal ou comércio para atender interesses outros.
Pedro Taques reafirma o que já disse em outras situações: sua prestação de contas relativa à campanha eleitoral de 2014 foi aprovada pela Justiça Eleitoral por unanimidade.
O governador aguarda ter acesso à delação para conhecer eventuais acusações contra si para poder se manifestar."
Gabinete de Estado de Comunicação
O ministro Blairo Maggi também se manifestou por meio de nota e negou qualquer participação no episódio. Leia abaixo:
Leia também:
Silval cita esquema de propina de R$ 18 milhões na Arena Pantanal
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2 Comentário(s).
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Pardal 23.08.17 13h12 | ||||
Vou orar para que tudo venha a tona,querem manchar MT , mas não conseguirão, que pouca vergonha! Que escândalos... Esperamos que não seja verdade esses acordos... Porque é falta de consideração com o povo de MT | ||||
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filisberto 23.08.17 07h23 | ||||
Agora ninguém não sabe de nada!!imagina o povo na verdade a politica em geral virou somente escandalos!! infelizmente nao tem mas em quem apelar | ||||
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